Com novas regras, Minha Casa Minha Vida anima mercado

15 de fevereiro de 2017

Com novas regras, Minha Casa Minha Vida anima mercado

Com novas regras, Minha Casa Minha Vida anima mercado 600 399 Cimento Itambé

Medidas do governo federal pretendem contratar 610 mil unidades em 2017, reativar venda de materiais e gerar empregos na construção civil

Por: Altair Santos

Ao ampliar o limite de renda nas faixas 1.5, 2 e 3 do Minha Casa Minha Vida, o governo federal espera dar uma injeção de ânimo no mercado da construção civil, que enfrentou em 2016 um de seus momentos mais críticos. Com as medidas, a intenção é que 610 mil unidades sejam contratadas em 2017, recolocando o programa a serviço da geração de empregos no setor. “Essas medidas terão um efeito muito positivo sobre a construção civil e, consequentemente, sobre a economia brasileira”, diz José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC).

Faixas para aquisição de unidades no Minha Casa Minha Vida foram ampliadas

Faixas para aquisição de unidades no Minha Casa Minha Vida foram ampliadas

No entender do dirigente, o impulso ao Minha Casa Minha Vida deve reabrir 150 mil postos de trabalho na construção civil em 2017. A expectativa inverte um viés de pessimismo no setor, confirmado recentemente por dados divulgados pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP), em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV), e com base em informações do Ministério do Trabalho e do Emprego (MTE). Segundo o levantamento, em 27 meses mais de 1,080 milhão de trabalhadores da construção perderam emprego.

Para o presidente do SindusCon-SP, José Romeu Ferraz Neto, as medidas anunciadas pelo governo no dia 6 de fevereiro de 2017 são vistas como emergenciais para voltar a movimentar o setor. “Com exceção do Minha Casa Minha Vida, não vemos no curto prazo outras iniciativas que levem à contratação de mão de obra para o setor”, aponta José Romeu Ferraz Neto.

Já Walter Cover, presidente da ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) entende que os estímulos deveriam se estender também ao ConstruCard. “Disse ao vice-presidente da Caixa Econômica Federal, Nelson Antonio de Souza, que será muito difícil o novo Construcard deslanchar com os atuais juros próximos de 3% ao mês. O Construcard, no passado recente, já chegou a financiar R$ 6 bilhões de reformas, mas teve uma queda brusca em 2016. Insisto na queda dos juros”, avalia.

Entenda as alterações
As mudanças nas novas faixas de renda do Minha Casa Minha Vida estendem o acesso ao programa para famílias com renda mensal de até R$ 9 mil. Antes, o limite para participar do programa era R$ 6,5 mil. Com as alterações, o limite para a faixa 1.5 passará de R$ 2.350 para R$ 2,6 mil por família. Para a faixa 2, a renda de enquadramento passou de R$ 3,6 mil para R$ 4 mil e para a faixa 3, de R$ 6,5 mil para R$ 9 mil.

O valor máximo dos imóveis que podem ser financiados pelo Minha Casa Minha Vida também subiu, variando de acordo com a região. No Distrito Federal, em São Paulo e no Rio de Janeiro, o teto passará de R$ 225 mil para R$ 240 mil. Nas capitais do Norte e do Nordeste, o limite subirá de R$ 170 mil para R$ 180 mil. Nas demais regiões, o ministério das Cidades ainda definirá os valores. O governo promete disponibilizar o novo pacote a partir de março de 2017.

Das 610 mil unidades que deverão ser contratadas, 170 mil moradias serão na faixa 1, para famílias com renda mensal bruta de R$ 1,8 mil; 40 mil, para a faixa 1.5 do programa, e 400 mil, para as faixas 2 e 3. De acordo com o ministério das Cidades, a faixa 1 não sofreu alteração no limite de renda por que a intenção é diminuir o número de inadimplência para depois propor mudanças nesta faixa do Minha Casa Minha Vida.

Entrevistados
– Engenheiro civil José Carlos Martins, presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC)
– Engenheiro civil José Romeu Ferraz Neto, presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (SindusCon-SP)
– Engenheiro agrônomo Walter Cover, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat)

Contatos
comunica@cbic.org.br
abramat@abramat.org.br
sindusconsp@sindusconsp.com.br

Crédito Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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