A qualidade da concretagem começa no projeto. É quando serão definidas as especificações que obrigatoriamente devem ser seguidas por quem vai executar a obra. Fatores como classe de resistência, módulo de elasticidade, classe de agressividade e fator água/cimento são fundamentais para designar a durabilidade da estrutura. Porém, não basta um bom projeto. “A concretagem também depende de contratar o concreto certo, solicitar o concreto certo e executá-lo corretamente no canteiro de obras”, ensina o engenheiro civil, e consultor em estruturas de concreto, Paulo Beghelli Caracik.
O especialista palestrou recentemente em web seminário da AECWeb, intitulado “Melhores práticas de planejamento e execução da concretagem em estruturas de concreto armado”. No evento, o engenheiro mostrou o quanto estão interligadas as especificações de projeto, a entrega e a execução, a fim de que essa etapa tão importante da obra não venha a ter problemas e resulte em futuras patologias. “O planejamento detalhado, a execução correta e o controle tecnológico rigoroso da concretagem são cruciais para assegurar a construção de estruturas de concreto com produtividade e qualidade”, resume.
Também é relevante que, ao longo de cada etapa da concretagem, os vários segmentos envolvidos não extrapolem suas funções. “O que é do projetista é do projetista, o que é da entrega é da entrega e o que é da obra é da obra”, diz Paulo Beghelli Caracik, exemplificando: “Classe de consistência (abatimento do concreto) não é recomendável que o projetista faça. Se fizer, induz a obra a ter problemas, pois essa é uma característica que depende de agregado, sistema de lançamento e intervalo de entrega. Se a construtora decide bombear o concreto, é um tipo de abatimento; se resolve lançar, é outro.”
Nada é mais relevante que fazer o controle tecnológico do concreto
Preparar a entrega e o recebimento, planejar a concretagem e fazer o controle tecnológico do concreto estão entre as etapas que asseguram produtividade à obra. Em suas consultorias, Caracik costuma recomendar que, para construções maiores, o mínimo recomendável é que se trabalhe com 5 caminhões-betoneira. “Enquanto um está na obra, descarregando o concreto, outro aguarda. Quanto aos outros três, um está voltando para a usina de concreto, outro está no percurso da obra e, por fim, um já vai carregando na usina”, detalha. O engenheiro complementa que a produtividade também passa pelos cuidados com a sinalização, com a área de descarregamento dentro do canteiro de obras, com a preservação da rua e com a segurança dos pedestres.
Porém, nada é mais relevante que fazer o controle tecnológico do concreto, avalia o palestrante. “A começar por protocolos básicos, como averiguar se o caminhão-betoneira transporta o concreto solicitado. Isso se dá através da verificação da nota fiscal, da integridade do lacre, o que é a garantia de que o concreto não foi mexido, e do respeito às normas técnicas ”, completa.
Acesse o link, preencha o formulário e assista a palestra
Entrevistado
Reportagem com base no web seminário “Melhores práticas de planejamento e execução da concretagem em estruturas de concreto armado”, do engenheiro civil e consultor em estruturas de concreto, Paulo Beghelli Caracik.
Contato
contato@aecweb.com.br
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330