Na Itambé, o futuro já chegou
Indústria constrói nova linha de produção para cimentos finos, que estará operando 100% no final de 2011
Indústria constrói nova linha de produção para cimentos finos, que estará operando 100% no final de 2011
A Cimento Itambé se aproxima de seus 35 anos de fundação. Para marcar a data, a indústria planeja, no dia 18 de dezembro de 2011, tirar o primeiro saco de cimento de sua nova linha de produção, que engloba o 4.º moinho e um novo forno de clínquer.
As obras estão a todo vapor nas instalações de Balsa Nova município da região metropolitana de Curitiba. Até agosto de 2010, a expectativa é que o moinho 4 já esteja em fase pré-operacional. O equipamento dará um incremento ainda maior aos produtos fabricados pela Itambé, pois será voltado à produção de cimentos finos.
O projeto engloba um investimento de mais de R$ 400 milhões e demonstra toda a confiança da Itambé no futuro do Brasil. É o que revela o superintendente industrial da empresa, Alcione Rezende, que na entrevista a seguir detalha o processo de construção desta nova etapa da fábrica. Confira:
O investimento que a Itambé está fazendo no novo moinho sinaliza confiança em um crescimento sustentável da construção civil brasileira nos próximos anos?
Sem dúvida. Tanto é, que o moinho 4 da linha 3 é somente o início do investimento. E ele se dá por que estamos sendo convocados pela expectativa de crescimento do mercado e, consequentemente, do país.
O que o novo moinho vai incrementar em termos de produção de cimento para a Itambé?
Poderá incrementar até 700 mil toneladas por ano, em capacidade instalada. Eu digo até 700 mil, por que vai depender do tipo de cimento que a gente for fabricar. A princípio, ele é um moinho que está sendo construído para fabricar cimentos finos. Trata-se de cimentos que, pela alta qualidade, demandam maior consumo de energia e menor produtividade. Mas o moinho permite produzir uma capacidade máxima anual de 700 mil toneladas de cimento.
Em termos de tecnologia aplicada na construção do moinho, há algo diferente?
A princípio não. É um moinho de bolas, com separador de alta eficiência de terceira geração, muito comum em fábricas de cimento atualmente.
O equipamento é totalmente importado ou tem um misto de tecnologia nacional e internacional?
Tem muito de tecnologia nacional. Somente o moinho em si e o separador estão sendo importados da China. O resto é todo fabricado no Brasil: filtros, elevadores, dosadores, balanças, transportadores. O investimento só no moinho é de quase 43 milhões de reais. E desses 43 milhões, aproximadamente 10 milhões são de equipamentos importados. O resto é nacional. Mas é importante frisar que o investimento global das novas instalações passam de R$ 400 milhões.
Além do moinho, a fábrica projeta também a construção de um novo forno?
O projeto da linha 3 envolve uma outra linha de produção de clínquer no qual estamos trabalhando agora. Esta nova linha vai aumentar em mais um milhão de toneladas por ano nossa capacidade de produção de clínquer, ou seja, praticamente vai dobrar o potencial de produção. Porém, primeiramente estamos trabalhando no moinho, por uma condição de mercado, mas sabemos que futuramente, para atender essa maior condição de capacidade instalada, teremos de ter um novo forno. E é isso que estamos projetando agora.
Qual o prazo de entrega?
O moinho tem startup previsto para 30 de agosto de 2010, em fase pré-operacional, e até novembro do ano que vem ele terá de estar totalmente entregue à produção. Já para a linha 3, incluindo o forno, a previsão é de entrega no final de 2011, no dia 18 de dezembro, quando a Itambé completar 35 anos.
Com o novo moinho, o que a Itambé fará com os moinhos antigos?
A Itambé atualmente tem 3 moinhos para produção de cimento. Com a entrada do moinho 4, vamos deixar de operar, por algum tempo, o moinho de cimento 1. O moinho de cimento 4 vai ter capacidade de atender, junto com o 2 e o 3, o nosso mercado. Nesse período, o moinho de cimento 1 vai sofrer alterações do ponto de vista de modernização da instalação. Ele é um moinho com tecnologia de 1970. Iniciou a operação em 1976 e agora temos a oportunidade de rever a instalação e aplicar nele os modernismos necessários. O moinho 4 desativa temporariamente o 1, mas quando o forno 3 estiver operando, no final de 2011, já estaremos com o moinho 1 novamente em funcionamento e totalmente modernizado.
Como construir um moinho novo e seguir produzindo cimento na fábrica? Presume-se que isso demanda uma logística muito precisa. Como foi operar essa logística?
A Itambé tem, dentro de sua estrutura organizacional, um departamento de projetos industriais. Ele é um departamento da diretoria industrial, do qual eu sou o responsável. Quando do inicio do projeto do moinho 4, eu ainda como gerente geral industrial, precisei dedicar mais tempo ao departamento de projetos industriais. Com a decisão de implantar a nova linha de clínquer – projeto iniciado há alguns meses foi necessário rever o organograma, tendo em vista a necessidade de maior dedicação a área de projetos. Então foi criado o cargo de superintendente industrial, meu cargo atual e para gerência industrial foi admitido um novo funcionário que hoje é o novo gerente industrial. Assim nesta nova função posso dedicar mais tempo aos novos projetos e ainda ter a parte operacional da fábrica sob minha responsabilidade. A minha dedicação hoje, em termos de horas de trabalho, é de cerca de 70% a 80% para a área de projetos e o restante para a parte operacional da fábrica, propriamente dita. Essas foram as alterações necessárias para conduzir o projeto sem afetar a produção da fábrica.
Em termos de consumo de mão-de-obra, o que esse projeto está demandando?
Já tivemos picos de 200 pessoas trabalhando no projeto. Neste momento, com o encerramento da etapa da construção civil se aproximando, e chegando na parte de montagem da caldeiraria e de equipamentos especiais, desacelera a civil e acelera a montagem mecânica. Em seguida, lá por janeiro de 2010, entra a montagem elétrica. Portanto, para as etapas de mecânica e elétrica, o pico deve ficar em torno de 200 a 250 pessoas. Daí virá a linha 3, cujo auge do projeto se dará quando a moagem 4 já estiver quase totalmente concluída. Presumo que a obra toda, englobando moinho e forno, envolverá umas 700 pessoas, incluindo pessoal interno e o externo contratado.
A Itambé ganha que tipo de upgrade com o novo moinho?
O moinho 4 vai suprir totalmente as necessidade atuais do mercado. Os moinhos 1, de 1976, o 2, de 1987, e o 3, de 1996, são equipamentos com tecnologias diferentes. Quando pensamos no moinho 4, dimensionamos ele para, além de complementar o volume demandado pelo mercado, permitir aos outros 3 moinhos ficarem dedicados a fabricação de cimentos mais adequados as suas características tecnológicas.
Qual a vida útil de um moinho?
Esses equipamentos sempre são projetados para operar 50 anos. Nós já estamos operando há quase 35 anos aqui e, seguramente, vamos passar de 50 anos. Então, é sempre assim que se projeta o investimento. Calcula-se em torno de 50 anos, apesar de ter fábricas operando com equipamentos com até mais idade. Acontece que as instalações antigas demandam mais manutenção e mais consumo energético. Por isso, tem de se fazer essa evolução.
Em termos de projetos futuros, o que a Itambé está planejando?
Temos um plano diretor que já prevê para esse site de Balsa Nova uma 4ª linha de fabricação de clínquer e um moinho 5 e um moinho 6 de cimento. O ambiente está preparado para isso. Agora, quem vai ditar a necessidade de colocar o projeto em andamento será o mercado. Nossa projeção é que a 4ª linha seja instalada daqui a uns 10 anos.
Vogg Branded Content Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330
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