Mercado imobiliário de Curitiba fecha primeiro trimestre em alta de preços e perspectiva de cautela para segundo semestre
Apesar da valorização de quase 16% no metro quadrado, setor está se ajustando ao cenário macroeconômico adverso
O mercado imobiliário de Curitiba apresentou sinais claros de transição nos três primeiros meses do ano. Segundo dados divulgados pela Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Paraná (Ademi-PR), o primeiro trimestre de 2025 foi marcado por um paradoxo: enquanto o preço médio privativo dos imóveis teve alta de 15,8% nos últimos 12 meses, houve uma retração de 41% no número de lançamentos e de 14% nas vendas em unidades, na comparação com o mesmo período de 2024.
Para a Ademi-PR, esse comportamento reflete uma nova fase do ciclo imobiliário da capital. “Depois de anos de valorização intensa, o preço dos imóveis alcançou um teto. Esse movimento é resultado de uma combinação de fatores, como o aumento acumulado dos custos da construção, a inflação no setor e a alta prolongada dos juros”, explica Maria Eugenia Fornea, diretora de expansão da entidade.
A retração nas vendas e nos lançamentos não surpreendeu o setor. “Esse cenário já era esperado, especialmente diante da continuidade de juros elevados e da dificuldade crescente de acesso ao crédito para produção”, afirma Maria Eugenia.
Ela observa que o mercado está se ajustando com cautela ao cenário macroeconômico adverso. “Não se trata de uma crise, mas sim de um momento que exige prudência e foco em eficiência”, orienta.
Desafios e limitações
A valorização no preço médio, embora positiva do ponto de vista dos ativos, também impõe desafios, podendo limitar a velocidade de absorção, sobretudo em segmentos voltados à renda média. Segundo ela, a combinação de preços altos e juros elevados comprime a capacidade de financiamento do comprador e eleva o tempo de decisão. “Em muitos casos, o consumidor opta por aguardar”, assinala.

Crédito: Envato
Ainda assim, imóveis com localização privilegiada e diferenciais bem definidos continuam com liquidez. “Bairros com oferta restrita e escassez de novos produtos tendem a sustentar a valorização em nichos específicos”, completa Maria Eugenia. Essa seletividade é uma das principais tendências projetadas para os próximos meses.
Resiliência é a palavra-chave para o segundo semestre
A expectativa da Ademi-PR para o segundo semestre é de continuidade no ritmo mais contido de lançamentos e vendas, mas com foco redobrado na qualidade dos projetos. “O setor deve entrar em um período de reequilíbrio, com mais seletividade nos produtos ofertados e maior atenção à performance de vendas. Os bons projetos continuam com saída, mas o apetite do mercado está mais contido”, aponta a dirigente.
O financiamento à produção segue como um dos principais entraves, mesmo com o surgimento de modelos menos burocráticos. “O custo do dinheiro permanece alto e, diante da instabilidade macroeconômica, muitos empreendedores têm optado por aguardar melhores condições”, afirma.
Apesar dos desafios, há pontos de otimismo no horizonte. “A expectativa é de que a inflação se estabilize e, com isso, haja espaço para uma inflexão na política monetária”, diz Maria Eugenia. “A retomada pode vir, mas será gradual. Até lá, a palavra de ordem será resiliência, com foco em bons produtos, gestão rigorosa e decisões bem fundamentadas.”
Com esse novo cenário, o mercado imobiliário de Curitiba entra em uma fase de maior maturidade, em que a performance dependerá menos da quantidade e mais da qualidade das ofertas.
Entrevistada
Maria Eugenia Fornea é economista formada pela UFPR, engenheira civil pela PUCPR, especialista em Planejamento e Desenho de Cidades pela PUCPR e em Cidades Responsivas pelo Responsive Cities Institute. Mestranda em Gestão Urbana pela PUCPR, atua há mais de 15 anos no mercado imobiliário. É fundadora e atual CEO da incorporadora curitibana Weefor e do Instituto WF, e diretora de expansão da ADEMI-PR.
Contato
mef@weefor.com.br
Jornalista responsável
Ana Carvalho
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