Mercado formiguinha merece atenção do poder público
Pesquisadores do Instituto de Pesquisas Tecnológicas avaliam que deveria haver campanhas para população de baixa renda que pratica autoconstrução
Pesquisadores do Instituto de Pesquisas Tecnológicas avaliam que deveria haver campanhas para população de baixa renda que pratica autoconstrução
Por: Altair Santos
Em 2013, o chamado mercado formiguinha da construção civil consumiu R$ 76 bilhões. Dados do sistema Anamaco/Acomacs/Fecomacs, que engloba o comércio do setor, estima que, desde 2008, 70% do que é vendido no varejo é comprado por esse público, que investe em pequenas reformas e na autoconstrução. Atento a esse modelo de consumo, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT), em São Paulo, avalia que se trata de um segmento da construção civil que merece maior atenção.
Na opinião de Ércio Thomaz, doutor em engenharia civil e pesquisador de sistemas construtivos do IPT, não só os fabricantes de materiais de construção, mas, especialmente, os profissionais da área e o poder público deveriam estar mais atentos ao que esse público busca. “Estamos falando de consumidores que moram, geralmente, na periferia dos grandes centros, são mais humildes, desinformados e com menor poder econômico. Mas, mesmo assim, consomem um volume enorme de material de construção. Certamente, muito mais do que o mercado formal”, cita.
Por isso, o pesquisador entende que o poder público deveria ter a preocupação de orientar esse consumidor. Principalmente, prestando assistência técnica aos que optam pela autoconstrução. “Engenheiros e arquitetos devem ser treinados para ir a essas regiões e dar amparo técnico a esse pessoal, que continua comprando pelo preço, pela cor e pela textura”, avalia Ércio Thomaz, para quem a indústria também tem um papel relevante na orientação. “Grandes fabricantes deveriam produzir catálogos técnicos pensando neste público, além de investir no treinamento dos vendedores que atuam no varejo, e que, muitas vezes, são os que prestam uma assessoria técnica informal ao consumidor-formiguinha”, completa.
Para Ércio Thomaz, cuidar deste público consumidor é uma questão de custo-benefício. Estudos acadêmicos confirmam a tese do especialista. A autoconstrução gera muito mais entulhos e desperdiça muito mais material do que uma obra com orientação técnica. Dependendo do tamanho do empreendimento, o gasto pode chegar a 30% a mais. “Por se tratar de uma população de baixa renda, ela precisa ser orientada a construir da forma mais eficiente possível”, finaliza Thomaz que comentou sobre o tema em evento promovido pelo IPT e pelo SindusCon-SP, em fevereiro de 2014, denominado “Impactos da Norma de Desempenho”.
Entrevistado
Engenheiro civil e professor-doutor Ércio Thomaz, coordenador da cadeira de patologias da construção, do mestrado profissional do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas)
Contato: ethomaz@ipt.br
Crédito Foto: Divulgação/IPT
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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