Mercado de trabalho: Baby Boomers versus Centennials
Construção civil prepara terreno para a nova geração, a qual tende a popularizar as inovações em curso
Nascida entre 1946 e 1964, a geração Baby Boomers atravessa um processo acelerado de aposentadoria, e isso preocupa as lideranças das empresas ligadas à construção civil. É o que mostram estudos de consultorias de recrutamento e de tendências mercadológicas, como Robert Half, Kantar e Balance Small Business. Segundo os levantamentos, 34% dos executivos passaram a ficar atentos a esse movimento de transição, a fim de não perder o conjunto de habilidades e conhecimento dos Baby Boomers – sobretudo engenheiros.
Por outro lado, as empresas já preparam o terreno para uma nova geração que começa a entrar no mercado de trabalho: a Centennials (nascidos de 1997 até o presente). Na engenharia, eles são vistos como os que vão popularizar as inovações em curso, como impressão 3D e IoT (Internet das Coisas). Há também a expectativa de que essa geração globalize conceitos de startup dentro das grandes corporações.
No Brasil, os Centennials já representam 32% da população e estão cada vez mais influentes no modo de consumir. Outros dados sobre a nova geração é que ela utiliza smartphones até 30% mais vezes do que as pessoas com mais de 21 anos e passa até 35% mais tempo em seus dispositivos durante o dia. A geração também não tem tanto apego a marcas e não hesita em buscar alternativas, no caso de experiências insatisfatórias.
Com os Centennials chegando ao mercado de trabalho, e os Baby Boomers saindo, as empresas estão adotando as seguintes soluções para preservar o capital intelectual: formação de equipes de diferentes gerações, organização de sessões de treinamento com todos os colaboradores, realização de programas de mentoria e coaching, uso de plataformas online para que todos possam inserir suas experiências e acompanhamento e catalogação de projetos bem-sucedidos.
No entender de especialistas ouvidos pelas consultorias, cada geração tem qualidades que, agregadas, podem gerar aspectos muito positivos para as empresas. Na construção civil, veja como cada uma se comporta:
Baby Boomers
Se encontram no comando de muitos projetos de construção e em cargos gerenciais. Gostam de impulsionar o fluxo de trabalho e impor seus traços de liderança. Comprometem-se com extensas horas de trabalho.
Geração X
Os nascidos entre 1965 e 1980 atualmente também ocupam cargos de gerência na construção. Sentem-se à vontade para supervisionar e orientar, e se adaptam rapidamente ao desenvolvimento tecnológico.
Geração Y ou Millennials
Para os nascidos entre 1981 e 1996, a tecnologia está totalmente incorporada ao ambiente de trabalho. Fazem bom uso da tecnologia móvel, como mensagens instantâneas e serviços em nuvem para se comunicar. Estão frequentemente interessados em estratégias sustentáveis, como energia renovável, consumo racional de água e produtos reciclados.
Centennials ou Geração Z
A nova geração é totalmente dependente da tecnologia. Seus integrantes estão focados em máquinas robotizadas, startups e novos sistemas construtivos que economizem recursos naturais. São capazes de realizar multitarefas e se envolver em diferentes projetos ao mesmo tempo.
Metas comuns são melhor caminho para evitar conflitos de gerações na empresa
Para que não haja conflitos de gerações dentro do ambiente de trabalho, as consultorias recomendam que a empresa estabeleça metas comuns. “Quando a gestão estabelece um fator ou meta comum, ou seja, que vale para todos os colaboradores, é mais provável que eles se unam para alcançá-la. Isso acontece independentemente de quão diferentes são seus pontos fortes ou seu tipo de personalidade. O trabalho passa a ser a força motivadora”, aponta estudo da Robert Half.
A empresa especializada em recrutamento conclui com a seguinte análise: “Todos são capazes de trabalhar juntos, pois, ainda que alguém pertença a uma geração diferente, todos possuem competências que podem ser utilizadas a favor da empresa. Porém, com uma diversidade tão grande de gerações no mercado de trabalho, é fundamental que a organização esteja atenta ao perfil de cada uma delas ao abrir uma vaga, para garantir um recrutamento de sucesso. Assim, é importante que as diferenças entre elas sejam respeitadas e que a organização ofereça as condições necessárias para que haja igualdade de tratamento.”
Entrevistado
Reportagem com base em estudos e análises desenvolvidos pelas consultorias Robert Half, Kantar Brasil e Balance Small Business
Contatos
breditor@kantar.com
press@thebalance.com
approval.timereporting@roberthalf.com
Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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