Medicina inspira combate das patologias do concreto

28 de maio de 2014

Medicina inspira combate das patologias do concreto

Medicina inspira combate das patologias do concreto 470 335 Cimento Itambé

Monitoramento do “paciente”, tomografias, investigação das causas e remédios cada vez mais eficazes também são usados pelos engenheiros civis

Por: Altair Santos

Os métodos para diagnosticar patologias em construções perseguem os sistemas já usados na medicina. As tecnologias não invasivas têm sido levadas a este ramo da engenharia civil, assim como os estudos para entender as causas e poder prevenir que estruturas de concreto não fiquem “doentes”. “Hoje em dia, o monitoramento, as estruturas inteligentes à base de sensores e as tomografias do concreto têm sido usadas cada vez com mais frequência, não só para detectar as manifestações patológicas, mas também para preveni-las e para entender como é que elas surgem”, explica o professor e diretor da escola de engenharia da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) Luiz Carlos Pinto da Silva Filho.

Bernardo Tutikian: Alconpat Brasil cresce em importância, principalmente depois das normas publicadas a partir de 2010

Segundo o professor titular da Universidade Federal de Goiás, Enio José Pazini Figueiredo, os sistemas não invasivos para analisar estruturas de concreto começaram na Dinamarca e passaram a exigir dos profissionais que atuam na área especializações bem específicas.  “Este é um segmento recente, mas evoluído. É também multidisciplinar e exige conhecimento”, diz. Assim como na medicina, cada patologia do concreto tem suas características e merece tratamento diferenciado. “Comparativamente, é como uma doença coronariana, que não pode ser tratada de forma semelhante a um câncer”, completa Luiz Carlos Pinto da Silva Filho. Por isso, existem hoje detecções eletromagnéticas de armaduras, ensaios de esclerometria, ensaios eletroquímicos e outras tecnologias para se prospectar patologias em estruturas.

O presidente da ALCONPAT Brasil, Bernardo Fonseca Tutikian, lembra que os avanços nas formas de se estudar e combater patologias do concreto coincidiram com o surgimento de importantes normas técnicas que foram publicadas ou revisadas a partir de 2010. “Esse crescimento, sem dúvida, está calcado na evolução e na aprovação de importantes normas que o país ganhou nos últimos quatro anos. A principal delas, a Norma de Desempenho (ABNT NBR 15575) que pela primeira vez especificou vida útil com manutenção. Daí vieram, a norma de manual e uso de operação e manutenção (NBR 14037 – Diretrizes para elaboração de manuais de uso, operação e manutenção das edificações – Requisitos para elaboração e apresentação dos conteúdos), a norma para reformas (ABNT NBR 16280:2014 ) e mais uma série de normas que levaram ao aprimoramento do estudo das patologias”, destaca.

As comparações entre estudo das patologias do concreto e o campo da medicina se deram no 1º Congresso Brasileiro de Patologia das Construções (CBPAT) realizado de 21 a 23 de maio em Foz do Iguaçu. O tema também foi preconizado na palestra da engenheira e professora da UFRGS, Denise Dal Molin. Ela fez a abordagem ao falar sobre a vida útil das estruturas de concreto, de acordo com a NBR 15575. “Há muitos elementos que coincidem nestas duas áreas, que, a princípio, parecem antagônicas. Mas a engenharia está sempre atenta a outras ciências e, afinal, também tem como objetivo principal preservar vidas humanas”, afirmou.

Entrevistado
Engenheiro civil Bernardo Fonseca Tutikian, professor  da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos) e presidente da ALCONPAT Brasil
Contato: bftutikian@unisinos.br

Crédito Foto: Divulgação/Cia. Cimento Itambé

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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