Vendas de material de construção: novos desafios se impõem

Pandemia acelera interesse do consumidor pela compra online e setor se vê diante de mudanças rápidas de cenário
6 de maio de 2020

Vendas de material de construção: novos desafios se impõem

Vendas de material de construção: novos desafios se impõem 1024 680 Cimento Itambé
Loja de material de construção de bairro terá que aprender a conviver com conceitos como “omnichannel” e “click & collect”. Crédito: Banco de Imagens

Loja de material de construção de bairro terá que aprender a conviver com conceitos como “omnichannel” e “click & collect”.
Crédito: Banco de Imagens

Em março de 2020, cerca de 140 mil pequenos comércios de material de construção tiveram que fechar as portas por causa da chegada da pandemia de Coronavírus ao Brasil. Com a reabertura do varejo, o setor se viu diante de mudanças rápidas de cenário. Uma delas foi se confrontar com o novo comportamento do consumidor, que passou a buscar intensamente a compra online. Porém, ainda são poucos os microempresários do segmento que estão preparados para a digitalização de seu comércio. 

Diante desse quadro, especialistas no varejo da construção civil se reuniram em webnar para debater o futuro do setor. O que eles constataram foi que, emergencialmente, o WhatsApp se transformou na principal ferramenta de venda dos pequenos comerciantes. “O WhatsApp surgiu como solução para as lojas físicas que, inicialmente, tiveram que ficar fechadas. Isso serviu para apresentar ao pequeno varejista o mundo do e-commerce”, diz Lilian Esteves Lessa, que integra o G8 – grupo de relações construtivas no varejo.

A partir de agora, avaliam os debatedores do webnar, caberá à indústria e aos distribuidores encorajar as lojas de bairro de material de construção a darem o próximo passo, que é entrar definitivamente no universo da venda online. “O papel do representante comercial será fundamental nesse elo de transformação do pequeno varejo”, sugere José Antonio de Góes Vieira. “Passada a primeira onda da crise, que foi assimilar o susto, a próxima fase é investir em uma nova relação construtiva envolvendo indústria, distribuidor e pequeno varejo”, completa Guilherme Tiezzi, cofundador do G8. 

Boa parte dos participantes de webnar compartilha da ideia de que o e-commerce irá se fortalecer para produtos em que o frete tem pouco impacto. Eles também veem que o omnichannel tende a crescer para materiais como insumos (cimento, areia, brita, etc) e de acabamento. Por outro lado, é consenso de que a indústria e a distribuição terão de agir no marketplace colaborativo e “pegar pela mão” o pequeno lojista, a fim de ensiná-lo a entrar no mundo digital. “A prioridade é ajudar o pequeno varejo a ocupar o espaço da internet”, destaca Fernando Alvarez, da e-Construmarket. 

Rede colaborativa surge para ajudar pequeno comércio na transição do mundo físico para o digital

No Brasil, são as grandes redes de varejo de material de construção que estão na vanguarda do Varejo 4.0. Para essa cadeia de lojas, o conceito de omnichannel já está integrado ao seu modelo de negócio. Trata-se de unificar todos os canais de venda (e-commerce, assistentes virtuais, aplicativos e lojas físicas) em uma só experiência. No modelo, o cliente usa o e-commerce ou app para comprar e a loja física para fazer a retirada dos produtos. O processo inverso também é possível, ou seja, pesquisa na loja física e finaliza a compra na internet, recebendo a mercadoria em casa. 

É como explica Fabíola Paes, especialista em omnichannel. “Dentro do chamado Varejo 4.0, as soluções tecnológicas vieram para facilitar tanto a vida do cliente como a do varejista, que pode integrar seus estoques, transformando-os em minicentros de distribuição, diminuindo custos, ampliando a conversão das vendas e melhorando o seu diálogo com o consumidor”, ressalta. Para que o pequeno varejo possa usufruir destas vantagens, os participantes do webnar propõem que surja uma rede colaborativa entre os pequenos comércios dos bairros para facilitar a transição do mundo físico para o digital. “O ‘click & collect, que permite ao cliente comprar no e-commerce e retirar o produto na loja física, surge como uma viabilidade interessante para esse mercado”, finaliza Guilherme Tiezzi.

Assista ao webnar “Vendas na construção: desafios da digitalização de lojistas e fabricantes” (cadastre-se para acessar)


Entrevistado
Reportagem com base no webnar “Vendas na construção: desafios da digitalização de lojistas e fabricantes”, promovido pela AECweb

Contato
contato@email.aecweb.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

6 de maio de 2020

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