Uso de aditivos do concreto deve observar fatores como transporte e aplicação

NBR 11768:2019 inclui novas tecnologias de aditivos presentes no concreto
27 de outubro de 2022

Uso de aditivos do concreto deve observar fatores como transporte e aplicação

Uso de aditivos do concreto deve observar fatores como transporte e aplicação 1024 684 Cimento Itambé
A especificação do aditivo deve seguir o conhecimento das necessidades requeridas para o transporte, aplicação, durabilidade e sustentabilidade. Crédito: Envato

Em 2019, foi finalizada a revisão da norma NBR 11768 de 2011, referente ao uso de aditivos para concreto. “Esta revisão incluiu vários aditivos que não estavam contemplados na versão anterior. Ou seja, tornou-se uma norma mais completa ao inserir novas tecnologias de aditivos presentes no concreto das construções modernas”, explica Rogério Venâncio, gerente técnico GCP – LATAM. 

Segundo Venâncio, a nova NBR 11768 está composta por três partes. “A parte um estabelece os requisitos gerais e específicos que o aditivo deve cumprir no compósito cimentício, sempre comparando uma mistura com e sem aditivo. Na parte dois, o usuário tem um guia de como realizar uma avaliação comparativa do desempenho do aditivo em função dos materiais disponíveis em cada região. E finalmente na parte três, são definidos os critérios de como realizar ensaios físicos e químicos diretamente no aditivo”, comenta Venâncio.

Especificações dos aditivos

De acordo com Venâncio, a especificação deve seguir o conhecimento das necessidades requeridas para o transporte, aplicação, durabilidade e sustentabilidade.  

“Por exemplo, para aumentar o tempo de transporte do concreto, sem prejudicar suas características em estado fresco e endurecido, temos os aditivos controladores de hidratação. Para uma aplicação mais produtiva em obra, pode-se utilizar concretos bombeáveis aumentando sua fluidez com uso de aditivos redutores de água tipo 2 (Superplastificantes). A durabilidade pode ser aumentada, por exemplo, com a utilização de aditivos incorporadores de ar, redutores de permeabilidade entre outros”, observa Venâncio.

Com relação à sustentabilidade, o técnico sugere que é possível utilizar redutores de água tipo 2, que além de reduzir a quantidade de água no m³ do concreto, possibilita reduzir o consumo de aglomerantes (cimentos + adições) sem prejuízos às resistências mecânicas.

Vantagens do uso de aditivos

Existem várias vantagens para o uso de aditivos, como econômicas e técnicas.

“As vantagens econômicas estão relacionadas com a redução do custo do concreto. Atualmente, praticamente 100% das empresas de concreto dosado em central CDC utilizam aditivos em suas formulações de concreto. Sempre buscando otimizar o consumo de cimento que é o componente mais custoso do concreto”, explica Venâncio.

As vantagens técnicas são várias, segundo Venâncio, uma vez que a diminuição da demanda de água do concreto traz as seguintes consequências: a diminuição da fissuração, aumento da durabilidade e das resistências mecânicas. “Outra vantagem é o aumento da fluidez e consequente facilidade de bombeamento do concreto e aumento da produtividade na aplicação”, destaca Venâncio.

Existe também a possibilidade de reaproveitar concretos ainda em estado fluido (concreto que retorna da obra) com a utilização dos aditivos controladores de hidratação CH. “Esta prática já está contemplada e assegurada por normas nacionais e internacionais contribuindo para que estes concretos retornados não sejam mais destinados ao ambiente”, pontua Venâncio.

Fontes

Rogério Venâncio é gerente técnico GCP – LATAM e é coordenador da Comissão de Estudo responsável pela revisão da NBR 11768.

Contato: rogerio.venancio@gcpat.com

Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP

VEJA TAMBÉM NO MASSA CINZENTA

MANTENHA-SE ATUALIZADO COM O MERCADO

Cadastre-se no Massa Cinzenta e receba o informativo semanal sobre o mercado da construção civil