Uso da internet mede interesse no trabalho

16 de janeiro de 2013

Uso da internet mede interesse no trabalho

Uso da internet mede interesse no trabalho 470 282 Cimento Itambé

Para especialista, se alguma empresa tem registro de cyberslacking é por que o colaborador que a comete pode estar dando sinais de desmotivação

Por: Altair Santos

Conhecido pelo termo inglês de cyberslacking, o tempo que o colaborador desperdiça na internet tem sido um dos principais problemas relacionados com a baixa produtividade nas empresas. Pesquisa da Triad PS revela que 62,3% dos que têm acesso à rede, dentro das corporações, se perdem em outros assuntos durante a navegação e procrastinam tarefas importantes.

Samuel Pagano: empresas com metas bem definidas não precisam colocar filtros em suas redes.

Para o consultor Samuel Pagano, a culpa não está na internet, mas no nível de interesse que o trabalho desperta no colaborador. Segundo ele, o cyberslacking está relacionado à desmotivação do funcionário. Neste caso, é papel da empresa detectar onde está a falha e estabelecer metas bem definidas de produtividade, que voltem a conectar o indivíduo com sua função. Veja como fazer isso na entrevista a seguir:

Recentemente, a Triad PS revelou pesquisa em que mais de 62% dos entrevistados admitiram se perder na internet, comprometendo a produtividade no trabalho. Como se resolve isso?
Isso se resolve com bom planejamento e metas bem descritas. Cabe à empresa deixar bem claro aos colaboradores que a internet é uma ferramenta para auxiliar na produtividade e para atingir os objetivos da corporação. Caso contrário, a pessoa acaba se dispersando e não atingindo o que foi proposto pela Companhia.

A empresa colocar filtros que impeçam o acesso a determinados sites e redes sociais é uma solução que traz resultado?
Não, principalmente barrando redes sociais. Hoje há muitos clientes sendo atraídos através das redes sociais. Diria que não só clientes, mas colaboradores também. Além disso, atualmente se faz muita pesquisa de mercado usando as redes sociais. Elas foram incorporadas às ferramentas de trabalho, tornaram-se aliadas e filtrá-las é contraproducente.

As empresas que conseguiram aumentar a produtividade, apesar da internet, obtiveram sucesso com quais ações?
Um passo importante se dá na contratação do colaborador. É importante deixar claro qual será o papel do indivíduo na corporação e qual é o intuito da empresa. Assim, quando a pessoa é contratada, ela sabe onde a Companhia quer chegar, quais as metas e como funciona o planejamento.

Como daria para definir o que é cyberslacking?
Cyberslacking está ligada com a desmotivação do colaborador e a perda de foco dentro da empresa. Daí, ele utiliza a internet como uma fuga e isso se torna um vício, que é denominado de cyberslacking. Quais são os sintomas. O mais acentuado é quando o empregado chega na Companhia e, antes de ver os emails, ele mergulha nas redes sociais e deixa de lado o planejamento e as metas da corporação.

Cyberslacking: vício faz com que produtividade seja deixada em segundo plano na corporação.

Quando ocorre cyberslacking em algum setor da empresa, qual o peso da responsabilidade do gestor da área?
É 100%. O gestor tem que nortear a equipe. Ele tem que estar atento e saber qual a necessidade de cada um de seus comandados. E isso se dá com interação, para que ele possa medir o grau de envolvimento do funcionário.

E quando é o gestor quem pratica cyberslacking?
Aí é complicado, pois ele vai perder o controle da equipe, deixá-la desmotivada e isso vai refletir na produtividade. Daí, quem estiver acima dele na hierarquia precisa intervir e, provavelmente, esse gestor vai precisar ser monitorado para ver o grau do vício e quais razões o levaram àquele comportamento.

A pesquisa da Triad PS também mostrou índices altos para “falta de energia para iniciar uma tarefa” (60,4%) e “preguiça” (44,1%). Isso mostra colaboradores pouco comprometidos. Quando é assim, de que forma dá para reverter o quadro?
Uma empresa precisa ter um plano de carreiras para sinalizar ao colaborador que, se ele for produtivo, vai atingir as metas da corporação e, consequentemente, seus objetivos. Caso contrário, o que vai acontecer: quando chegar domingo à noite, na hora do Fantástico, o funcionário vai pensar: meu Deus, amanhã é segunda-feira, tenho que ir trabalhar! Isso é um sinal claro de desmotivação. Então, cabe à empresa fazê-lo encontrar respostas para as seguintes perguntas: por que ele está vindo trabalhar? Por que a empresa precisa dele? O que ele quer fazer com o dinheiro que ganha? Quais as metas pessoais? Onde ele pode chegar dentro da empresa? Tudo isso está contemplado na palavra planejamento. A empresa e seus colaboradores precisam andar de mãos dadas.

Segundo estudo realizado nos Estados Unidos, um colaborador, lá, perde até duas horas de sua carga horária na internet. Será que no Brasil os trabalhadores perdem mais tempo na internet?
Isso está menos vinculado à nacionalidade e mais à produtividade. Vai de cada empresa e de cada indivíduo. Um brasileiro motivado vai produzir mais que um americano desmotivado, e vice-versa. O importante é que, após cumprir sua carga horária, o trabalhador tenha a convicção de que produziu.

Entrevistado
Samuel Pagano, consultor da Triad Consulting e sócio-proprietário da Fábrica de Empreendedores Treinamentos
Currículo
– Samuel Pagano tem formação em marketing e pós-graduação em pedagogia empresarial
– É consultor da Triad Consulting e sócio-proprietário da Fábrica de Empreendedores Treinamentos
Contato: comercial@triadedotempo.com.br
Crédito: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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