Urbanismo tenta tirar cidades do monopólio dos carros

Desafio se impõe às cidades neste século 21, em um mundo em que 70% dos habitantes viverão em centros urbanos
6 de novembro de 2019

Urbanismo tenta tirar cidades do monopólio dos carros

Urbanismo tenta tirar cidades do monopólio dos carros 1022 768 Cimento Itambé
De 19 a 23 de julho de 2020, o Rio de Janeiro-RJ vai sediar o Congresso Mundial de Arquitetura: futuro das metrópoles estará no foco dos debates Crédito: UIA

De 19 a 23 de julho de 2020, o Rio de Janeiro-RJ vai sediar o Congresso Mundial de Arquitetura: futuro das metrópoles estará no foco dos debates
Crédito: UIA

O Dia Mundial do Urbanismo, que se comemora em 8 de novembro, reforça o desafio que se impõe às cidades neste século 21: buscar soluções que acabem com o monopólio dos carros no desenvolvimento urbano. Os veículos influenciaram maciçamente o desenho e o crescimento das metrópoles, mas agora o novo urbanismo tenta minimizar esse impacto com mobilidade urbana, transporte coletivo, transportes alternativos e valorização do pedestre. 

Segundo o Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas (UN Desa), até 2050 cerca de 6,7 bilhões de pessoas estarão vivendo em cidades, o que tornará o mundo quase 70% urbano. Consequentemente, 70% das emissões globais de dióxido de carbono também estarão concentrados nos centro urbanos.

Isso levou o secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres, a decretar que é nas metrópoles que a “batalha climática será amplamente vencida ou perdida”. No entanto, o chefe da ONU avalia que o urbanismo ajudará a vencer esse duelo. “As escolhas que serão feitas na infraestrutura urbana nas próximas décadas, em planejamento urbano, eficiência energética, geração de energia e transporte, terão influência decisiva nessa batalha”, diz.

Guterres também lembra que a solução está nas cidades-inteligentes. “Muito do que será necessário para abrigar e servir a esse mundo, cada vez mais urbano, ainda não foi construído, e até mesmo algumas novas cidades precisarão surgir. Isso traz enormes oportunidades para desenvolver e implantar soluções que possam enfrentar a crise climática e abrir caminho para um futuro sustentável”, completa.

Congresso Mundial de Arquitetura terá o futuro das cidades como tema central

Esse também será o tema central do Congresso Mundial de Arquitetura, que acontecerá de 19 a 23 de julho de 2020, no Rio de Janeiro-RJ. Os que apóiam o novo urbanismo defendem que os bairros se transformem em “cidades compactas” e possam permitir que seus moradores façam a maior parte das atividades sem usar o carro. “As cidades devem ser redesenhadas em função das dimensões, dos movimentos e das necessidades do corpo humano, em vez de serem projetadas em função do automóvel”, reforça o arquiteto brasileiro Roberto Simon, conselheiro da UIA (União Internacional dos Arquitetos).

Para a ONU, as metrópoles não devem ser combatidas, mas transformadas. “A urbanização apresenta vários desafios de sustentabilidade relacionados à habitação, meio ambiente, mudanças climáticas, infraestrutura, serviços básicos, segurança alimentar, saúde, educação, empregos, segurança e recursos naturais. Ao mesmo tempo, ela também pode produzir grandes oportunidades, além de ser uma ferramenta crítica para o desenvolvimento sustentável, se aplicada da maneira correta”, diz relatório da organização. 

António Guterres reforça ainda que a economia global depende das metrópoles. “As cidades geram mais de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) global e, como centros de educação e empreendedorismo, são pólos de inovação e criatividade. Por isso, a ONU acredita que é possível usar a urbanização para alcançar o desenvolvimento sustentável, adaptando a maneira como as cidades são planejadas, projetadas, financiadas, desenvolvidas, governadas e gerenciadas”, conclui.

Entrevistados
Organização das Nações Unidas (ONU), União Internacional dos Arquitetos (UIA) e Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU) (via assessorias de imprensa)

Contatos
atendimento@caubr.gov.br
uia@uia-architectes.org
contato@onu.org.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

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