Londrina reurbaniza seu cartão-postal, adequando-o à norma brasileira de acessibilidade
Com um fluxo de pedestres superior a 30 mil pessoas por dia, entre segunda e sexta-feira, o Calçadão de Londrina começa a passar por uma ampla reforma que pretende transformá-lo em modelo de mobilidade urbana no Brasil. Ao longo de seus 23 mil metros quadrados, o petit pavet dará lugar a um calçamento em blocos de concreto, com medidas e resistência diferenciadas para pedestres e trânsito de veículos. O projeto também prevê o uso de cimentado liso vassourado, com aplicação da faixa tátil, o que vai facilitar a locomoção de pessoas com necessidades especiais.
A reurbanização do Calçadão de Londrina está a cargo do IPPUL (Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Londrina) e deverá ser concluída até o final do 1.º semestre de 2010. O projeto está adequado à NBR 9050 “norma brasileira de acessibilidade revisada em 2004” e ao manual de procedimentos para construção de calçadas em Londrina, intitulado de Projeto Calçada Para Todos. Além disso, a prefeitura da cidade realizou um consulta pública para colher ideias da população.
Segundo a arquiteta do IPPUL, Simone Vecchiatti, além da questão estética, o novo Calçadão terá o dimensionamento espacial necessário para o exercício dos diversos tipos de uso. “A preocupação foi criar uma perspectiva linear, definindo espaços para deslocamento de pedestres, veículos, estares e serviços”, explica. Um dos trechos receberá um paver especial, que suporte o tráfego de veículos pesados, pensando no acesso do Corpo de Bombeiros e de fornecedores dos lojistas ao longo do Calçadão.
Pelo valor histórico, o design do Calçadão seguirá inalterado. Projetado em 1977, pelos arquitetos Jaime Lerner e Hely Bretãs, a principal área para pedestres de Londrina tem um desenho de elos de uma corrente, que representam as diversas nacionalidades que ajudaram a construir a cidade. “Vamos preservar o valor histórico do Calçadão, mas com um padrão de mobilidade comparado ao dos melhores países europeus. Nossos modelos são as melhores calçadas de Frankfurt, na Alemanha”, revela Simone Vecchiatti.
A expectativa do IPPUL é que a revitalização do Calçadão de Londrina faça aumentar em 30% o fluxo de pedestres. “Idosos, deficientes, gestantes e obesos, que hoje evitam frequentar o Calçadão, vão voltar a utilizá-lo”, prevê a arquiteta. Isso deve também se refletir no aspecto comercial. “As pessoas voltarão a andar com segurança e a olhar para as vitrines, em vez de se preocupar em olhar para o chão”, completa Vecchiatti.
A obra está orçada em R$ 524.641,31. Quando concluída a reurbanização do Calçadão, Londrina pretende estender o modelo de mobilidade para outras calçadas da cidade, estabelecendo parcerias com a iniciativa privada e com os próprios moradores.
Entrevistada: simone.vecchiatti@londrina.pr.gov.br
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