UFPR constrói prédio sustentável

12 de janeiro de 2010

UFPR constrói prédio sustentável

UFPR constrói prédio sustentável 150 150 Cimento Itambé

Obra será a primeira do poder público no Paraná a obter a certificação LEED concedida a edifícios verdes

Projeto do prédio sustentável da UFPR

Projeto do prédio sustentável da UFPR

Mais do que atender a necessidade de um espaço maior e mais moderno, a construção dos Laboratórios Integrados de Genética Humana (LIGH), da Universidade Federal do Paraná (UFPR), deverá seguir uma série de diretrizes estabelecidas pelo Green Building Council (GBC). O objetivo é conquistar a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), concedida a edificações sustentáveis.

De acordo com Cris Lacerda, arquiteta da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura no Paraná (Asbea-PR) responsável pela coordenação dos trabalhos de consultoria e gerenciamento para o LIGH, a construção sustentável é importante por estar em harmonia com o ambiente e não prejudicar o curso da natureza. “No Brasil, atualmente, há um empate entre a quantidade de recursos naturais consumida e o que a natureza oferece. Se decidirmos agora pela construção sustentável, poderemos manter esse equilíbrio; se continuarmos na concepção tradicional e no atual ritmo de crescimento, logo estaremos na mesma situação dos países industrialmente desenvolvidos” alerta.

Cris ressalta que, para os edifícios serem sustentáveis, é imprescindível que os projetos sejam concebidos sob a ótica da sustentabilidade. “É o projeto arquitetônico que determina o impacto que o prédio vai exercer sobre o ambiente” afirma.

As estratégias adotadas pelo projeto arquitetônico, segundo a representante da Asbea, variam da análise do entorno ao grau de sustentabilidade dos materiais aplicados, passando por conforto ambiental, eficiência energética, uso racional de água e minimização de resíduos. Ela acrescenta que os demais projetos de engenharia devem ser realizados simultaneamente ao projeto arquitetônico, visando à sustentabilidade da obra como um todo. “É um trabalho horizontal, onde todos os profissionais contribuem com soluções”.

Como tornar uma obra sustentável

Como exemplo, Cris revela que na execução da obra do LIGH, projetada pelo arquiteto José Sanchotene, o objetivo é consumir menos recursos naturais e reduzir a produção de lixo. Quando estiver concluído, o edifício também poderá gerar energia e fornecer água para seu entorno, para outras edificações ou até mesmo para a cidade. Para isso serão adotas medidas como:

• Aproveitamento da energia solar para aquecimento de água e para a produção de água destilada.
• Aproveitamento das águas pluviais por meio de reservatório de captação.
• Utilização de madeiras de reflorestamento, materiais e insumos renováveis e reciclados.
• Instalação de telhado verde modular sobre a cobertura, aumentando o isolamento térmico e colaborando para a redução no consumo de energia.
• Uso de sistemas de automação nos projetos de iluminação, climatização, segurança e comunicação, permitindo uma gestão integrada e inteligente dos sistemas para reduzir o consumo de energia elétrica.
• Coleta e separação de resíduos gerados na operação de todo o edifício, especialmente nos laboratórios.
• Preservação e valorização da paisagem, possibilitando o mínimo impacto ambiental sobre o entorno.
• Implantação dos laboratórios de forma a otimizar o conforto térmico e a iluminação natural.
• Disposição dos laboratórios em um único pavimento, sobre pilotis, que colaborará para: a) um maior isolamento térmico do edifício; b) o uso de iluminação e ventilação naturais, gerando economia de energia elétrica e reduzindo riscos de contaminação; c) a preservação e cobertura das áreas de estacionamento; d) a possibilidade de intervir nas instalações dos laboratórios sem interrupção da rotina laboratorial ou riscos de contaminação.
• Criação de um grupo interno de implantação e monitoramento de práticas sustentáveis.

Para atestar a correta execução da obra, no que diz respeito aos critérios de sustentabilidade, o LIGH contratou o CTE (Centro de Tecnologia em Edificações), empresa com sede em São Paulo, associada ao Green Building Council. “O CTE fará o acompanhamento e produzirá os relatórios exigidos pelo processo de certificação” diz Cris Lacerda.

Investindo em sustentabilidade

Em relação aos investimentos, Cris Lacerda garante que a obra sustentável não é mais cara do que qualquer outra obra que preze pela qualidade. “A obra sustentável é uma obra de qualidade; portanto, o preço que se paga é pela qualidade. A vantagem da construção sustentável é que com as estratégias adotadas, principalmente para uso racional de água e consumo inteligente de energia, em pouco tempo, ou seja, em média três anos, há retorno do diferencial de investimento aplicado” avalia.

Para que outras obras adotem as práticas de sustentabilidade no Brasil, Cris acredita que é necessário que os incorporadores, construtores e projetistas estejam bem informados acerca das vantagens deste tipo de construção, pois isso permitirá que eles tomem a decisão já no início do empreendimento.

Sobre o LIGH

Iniciada em outubro de 2009, a obra que está sendo erguida no Centro Politécnico da UFPR, em Curitiba, deverá ser o primeiro prédio do poder público do Paraná e o terceiro no Brasil a obter a certificação.

A nova estrutura permitirá a união de dois laboratórios que já integram o departamento de Genética da UFPR: o Laboratório de Imunogenética e Histocompatibilidade e o Laboratório de Citogenética Humana e Oncogenética. Esta união facilitará a interação entre pesquisa e atuação prática na formação dos alunos, além de ampliar a atuação dos laboratórios no suporte ao serviço de transplante de medula óssea do Hospital Erasto Gaertner. Além do laboratório, o prédio abrigará ainda o Memorial Newton Freire-Maia. A previsão é que o edifício seja concluído em outubro de 2012.

Clique aqui e saiba mais sobre a certificação LEED.

Entrevistada:
Arquiteta Cris Lacerda: cris@crislacerda.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330 – Vogg Branded Content

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