Setor de material de construção em ritmo de crescimento

ABRAMAT já vislumbra números menos dramáticos para 2020, enquanto ANAMACO comemora auxílio emergencial
21 de outubro de 2020

Setor de material de construção em ritmo de crescimento

Setor de material de construção em ritmo de crescimento 1024 819 Cimento Itambé

A previsão da ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) antes da chegada da Covid-19 no Brasil, era que o setor cresceria 4% em 2020. Veio a pandemia e as projeções despencaram. Chegou-se a prever queda de 7%, mas os números passaram a melhorar a partir de julho e agora a associação já estima uma queda menor no período de 12 meses. Calcula-se retração de 2,8%, porém o percentual pode ser revisado.

Se o segmento de materiais de construção mantiver o viés de alta em outubro, novembro e dezembro, a ABRAMAT acredita que 2020 possa fechar com 0% de crescimento ou até um crescimento residual. “Nosso otimismo é moderado e cauteloso”, diz o presidente da ABRAMAT, Rodrigo Navarro, que demonstra confiança de que o setor sairá mais forte do pós-pandemia e, consequentemente, possa crescer de forma sustentável nos próximos anos.

Consumo de Cimento Portland é impulsionado pela autoconstrução e pelo auxílio emergencial, diz IBGE Crédito: Banco de Imagens

Consumo de Cimento Portland é impulsionado pela autoconstrução e pelo auxílio emergencial, diz IBGE
Crédito: Banco de Imagens

Dois fatores contribuem para o otimismo que tanto a indústria quanto o varejo da construção experimentam nesse quarto trimestre de 2020. Um está relacionado à autorização para que as lojas do setor se mantivessem abertas desde o fim de março; outro é o auxílio emergencial de 600 reais concedido pelo governo federal. “Essas medidas favoreceram a demanda por materiais de construção”, avalia o superintendente da ANAMACO (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) Waldir Abreu.

Sobre o impulso que o auxílio emergencial deu à construção civil, ele é confirmado pelo gerente de pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) Cristiano Santos. “O auxílio emergencial aumentou a renda das famílias com menor renda. Associado aos juros mais baixos, o auxílio permitiu que elas buscassem crédito, principalmente para reformar suas moradias”, analisa. O impacto maior se deu na região nordeste do país.

Autoconstrução faz consumo de Cimento Portland crescer 45% no nordeste

Nos 9 estados nordestinos (Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia) desde a liberação do auxílio emergencial, o consumo de Cimento Portland aumentou 45%, em média. Até setembro, a transferência de recursos através do auxílio emergencial para o nordeste passou de 55 bilhões de reais. Pelos cálculos da Caixa Econômica Federal, R$ 1 real de cada R$ 3 reais liberados pelo programa vai para aquela região do país.

Além disso, o nordeste detém 50% de todos os inscritos do programa Bolsa Família, que transfere mensalmente 23 bilhões aos contemplados pelo programa naquela região. Esse volume de recursos aqueceu fortemente o varejo da construção civil nos 9 estados, mas em especial no maior deles: a Bahia. Levantamento da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) apura que em Salvador-BA 32% da população que vem recebendo as parcelas do auxílio emergencial já gastou, em média, R$ 900 reais com a compra de materiais de construção. “Famílias que planejavam pequenas obras viram no benefício a oportunidade de rebocar uma parede, substituir uma janela, trocar uma porta ou fazer um puxadinho na casa”, afirma o economista Gustavo Pessoti, diretor de indicadores e estatísticas da SEI.

Entrevistado
ABRAMAT (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção), ANAMACO (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) e IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) (via assessoria de imprensa)

Contatos
abramat@abramat.org.br
imprensa@anamaco.com.br
comunica@ibge.gov.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

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