Setor da construção civil desembarca na Bolsa

9 de dezembro de 2009

Setor da construção civil desembarca na Bolsa

Setor da construção civil desembarca na Bolsa 150 150 Cimento Itambé

Após euforia, ações de construtoras retomam crescimento sustentável e atraem até investidores estrangeiros

Elas já são 24, mas em 2010 a expectativa é que o número cresça. Tratam-se das empresas ligadas ao setor imobiliário – construtoras e incorporadoras – que desde 2005 invadiram as bolsas de valores do Brasil e, após quatro anos no mercado de ações, estão saindo do estado de euforia para o de confiabilidade. Neste ponto, a crise global do ano passado fez bem ao setor. Ela serviu para estourar a bolha e depurar os investimentos. “O excesso de otimismo foi tocado por um crescimento mais consistente e de longo prazo”, explica o analista de investimentos Sílvio Araújo, da Lopes Filho & Associados, Consultores de Investimentos Ltda.

No período de euforia, em 2006, o setor imobiliário chegou a invadir o pregão da Bovespa com o recorde de 15 ofertas de ações em apenas 12 meses. Com altas que chegaram a bater em 80%, o mercado acionário atraiu mais empresas, o que começou a deixar os investidores desconfiados. O motivo era o histórico do setor, que tinha alto grau de informalidade. Com o fim da bolha, ficaram as empresas que hoje têm compromisso com a governança, gestão, transparência e que conseguiram transmitir confiabilidade ao mercado. Resultado: elas estão conseguindo atrair investidores estrangeiros e estabelecendo parcerias cada vez mais sólidas com instituições financeiras.

Empresas que investem na baixa renda e têm compromisso com a governança são as que mais dão lucro na Bolsa

Empresas que investem na baixa renda e têm compromisso com a governança são as que mais dão lucro na Bolsa

Analistas avaliam que os bancos passaram a enxergar o crédito imobiliário não apenas como uma obrigação perante o governo federal (que determina o uso dos recursos obtidos via poupança para este fim), mas também como forma de captar e fidelizar clientes. Isso levou instituições financeiras, como Banco do Brasil e Bradesco, além dos estrangeiros BNP Paribas e Societé Generale, a investirem no segmento. E a tendência é de aumentarem o grau de investimento a partir do programa Minha Casa, Minha Vida. A razão é que as empresas redefiniram suas estratégias para atender a baixa renda, para onde o programa habitacional aponta e onde há um déficit de mais de 7 milhões de residências.

Como exemplo, a Company, de São Paulo, decidiu estudar as condições do mercado de imóveis de valor entre R$ 50 mil e R$ 150 mil. Já a Cyrela criou uma nova empresa, a Living, para atuar no mercado de apartamentos de R$ 100 mil – valor cinco vezes menor do que aquele dos imóveis que costumava entregar antes. Gafisa, por sua vez, fez uma joint venture (empreendimento conjunto) com a Odebrecht também para atender esse público. De todas as listadas, a Rossi é a que mais acumula experiência no segmento de baixa renda. “Temos um extenso histórico de empreendimentos para essas classes, desde a época do Plano 100, em 1992. Continuamos atentos a esse mercado”, afirma Leonardo Diniz, diretor comercial da Rossi.

Dados da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abcip) revelam que o crédito imobiliário em relação ao PIB no Brasil situa-se em torno de 5%. Neste ano, apesar dos reflexos da crise internacional, o volume de crédito deverá superar os R$ 30 bilhões de 2008. Isso demonstra que o crédito imobiliário cresce com sustentabilidade. Além do mais, em outros países, como Espanha e Portugal, por exemplo, o crédito imobiliário chega a até 50% do PIB. Significa que no Brasil ainda há muito espaço para crescimento, desde que o setor faça o que vem fazendo: se adaptando à realidade nacional.

Números da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp) mostram que 92% das famílias sem imóveis no país têm renda inferior a cinco salários mínimos – R$ 2.325,00. “As empresas que fizeram esse reordenamento, para atender os consumidores de média e baixa renda, são as que terão maior suporte para continuar crescendo e colhendo sucesso na Bolsa”, prevê o analista de investimentos Sílvio Araújo.

Entrevistados:
Sílvio Araújo, da Lopes Filho & Associados, Consultores de Investimentos Ltda: silvio@lopesfilho.com.br
Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abcip) – Assessoria de imprensa: fabio@abecip.org.br e site (www.abecip.org.br)

Vogg Branded Content – Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330

9 de dezembro de 2009

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