Serra do Cafezal: desafio à engenharia rodoviária

Trecho de 19 quilômetros vai exigir a construção de 36 obras de arte especiais e quatro túneis. Quando concluído, Régis Bittencourt estará 100% duplicada.

Trecho de 19 quilômetros vai exigir a construção de 36 obras de arte especiais e quatro túneis. Quando concluído, Régis Bittencourt estará 100% duplicada

Por: Altair Santos

Foi publicada em 7 de janeiro de 2013, no Diário Oficial da União, a autorização do Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) para que a concessionária Autopista Régis Bittencourt duplique os 19 quilômetros que cruzam a Serra do Cafezal, no trecho da BR-116 entre São Paulo e Curitiba. A liberação obriga a empresa a cumprir uma série de condicionantes, o que exigirá o emprego da mais moderna tecnologia hoje disponível na engenharia rodoviária brasileira.

Eneo Palazzi: licença ambiental para a obra está condicionada a um projeto especial.

O projeto prevê a construção de obras de arte especiais, estrategicamente calculadas para minimizar o impacto ambiental. “Nesse trecho faltante de 19 quilômetros serão construídas 36 obras de arte especiais (pontes e viadutos) e quatro túneis, que somam cerca de 10 quilômetros de extensão. Serão obras desafiadoras, pela dificuldade de acesso, pelo regime pluviométrico local, pela topografia, pela natureza do solo e pelo tráfego”, diz Eneo Palazzi, diretor-superintendente da concessionária Autopista Régis Bittencourt.

A licença de instalação concedida pelo Ibama para as obras na Serra do Cafezal, entre os quilômetros 344 e 363, não autoriza a construção de caminhos de serviços para a realização das obras. Neste caso, explica Eneo Palazzi, a nova pista terá que ser construída na sua própria projeção. “Obrigatoriamente, pela licença, a duplicação deve ser implantada, na maior parte da extensão, ao lado da pista existente. Portanto, há uma limitação de tecnologia para métodos construtivos”, explica o superintendente, considerando que haverá a importação de equipamentos especiais, principalmente para a execução das fundações de pontes e viadutos.

Entre as condicionantes da licença de instalação concedida pelo Ibama, a parte mais importante é o próprio projeto. A concepção privilegiou medidas mitigatórias, no sentido de minimizar o movimento de terra, limitando cortes e aterros, substituindo-os por pontes, viadutos e túneis. A condição especial da obra também veta o uso de pavimento de concreto. “Assumimos o compromisso de usar pavimento semiflexível, com revestimento de concreto asfáltico, o qual se adapta melhor às condições da serra, que possui solos de baixa capacidade de suporte”, afirma Eneo Palazzi.

Projeção gráfica de túnel na Serra do Cafezal: construção exigirá a importação de equipamentos.

Isso não significa que não haverá o emprego de um grande volume de concreto. O diretor-superintendente da Concessionária Autopista Regis Bittencourt estima que as obras consumirão 130 mil m³ do material. Palazzi também explica que a duplicação terá trechos novos localizados no sentido São Paulo-Curitiba e Curitiba-São Paulo. “Para atender rampa máxima de 6%, o projeto se obrigou a essa solução”, relata. Já a pista antiga será totalmente restaurada, com a reestruturação do pavimento. “Prevemos fresagem, restauração profunda localizada de camadas subjacentes (base, sub-base e até subleito) recomposição e reforço com concreto asfáltico”, completa Eneo Palazzi.

Com a conclusão das obras na Serra do Cafezal, a duplicação da Régis Bittencourt estará 100% finalizada. A previsão é que isso ocorra em 2017. A estrada, que recebe o nome do engenheiro que a projetou, foi inaugurada em 1961 pelo presidente Juscelino Kubitschek. No governo do presidente Fernando Henrique Cardoso, ela sofreu sua principal intervenção, sendo quase toda duplicada. Restava o trecho da Serra do Cafezal, que finalmente começa a sair do papel.

Entrevistado
Eneo Palazzi, diretor-superintendente da concessionária Autopista Régis Bittencourt
Currículo
– Eneo Palazzi é graduado em engenharia civil pela Universidade Federal do Paraná (1971)

– Trabalha no setor de concessões de rodovias desde 1988. Até 1998, foi consultor técnico para projetos de obras de arte especiais
– Atualmente ocupa o cargo de diretor-superintendente da concessionária Autopista Régis Bittencourt, que desde dezembro de 2012 passou do grupo OHL para o Grupo Arteris
Contato: autopistaregis@autopistaregis.com.br
Créditos fotos: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330


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