“Construção 4.0” é um processo que exige passo a passo

Antes de impressão 3D, inteligência artificial, Internet das Coisas e BIM, construtora precisa eliminar desperdícios
2 de janeiro de 2019

“Construção 4.0” é um processo que exige passo a passo

“Construção 4.0” é um processo que exige passo a passo 1000 750 Cimento Itambé
Construcao 4.0

Palestra sobre “Construção 4.0” mostra que o processo deve ser implantado por etapas pelas construtoras. Crédito: Cia. de Cimento Itambé

O processo de Lean Construction (construção enxuta, em livre tradução), que busca minimizar o desperdício e criar uma excelência operacional durante o processo de execução da obra, serve para separar o joio do trigo e mostrar se a empresa está pronta para etapas mais ousadas, como a adesão à “Construção 4.0. Antes de pensar em impressão 3D, inteligência artificial, análise de Big Data, Internet das Coisas (IoT) e BIM (Building Information Modeling), a construtora precisa eliminar atividades que não agregam valor e criar uma sistematização dentro do canteiro de obras, em conjunto com os fornecedores. “Não adianta pensar na robótica se ainda houver processos ruins e arcaicos na construtora”, define Daniel Jardim, gerente para a indústria de construção civil e equipamentos da consultoria Porsche Consulting – ligada ao grupo Volkswagen e focada no desenvolvimento da “Construção 4.0”.

Daniel Jardim palestrou na M&T Expo 2018, e disse que o conceito de “Construção 4.0” se baseia na premissa de que as empresas de construção devem estar um passo à frente. “Mesmo sendo uma indústria tradicional, e com um negócio estabelecido, é necessário se adaptar e inovar para continuar no mercado. Isso significa que a Construção 4.0 se trata de um processo baseado em zero desperdício, em excelência operacional, que inclui tanto o homem quanto as máquinas e os materiais. Não adianta pensar em digitalizar, se ainda houver um processo ruim”, explica Daniel Jardim, assegurando que a adoção de métodos como a Lean Construction permite que a empresa entenda as etapas que devem ser automatizadas.

Brasil tem iniciativas importantes voltadas ao enxugamento de desperdícios em obras

O consultor destacou que no Brasil existem iniciativas importantes de construtoras que entenderam a necessidade de enxugar desperdícios para se aproximar da inovação. “Vemos uma aproximação cada vez maior dessas empresas com programas para inovação interna, conexão com núcleos universitários e startups”, avalia Jardim, ao dizer que essas construtoras se aproximam de uma tendência mundial. “No mundo, as principais construtoras já começam a incorporar uma grande variedade de novas tecnologias ao seu planejamento estratégico, como, por exemplo, sensores, realidade aumentada e realidade virtual, que ajudam os engenheiros a melhorarem o projeto”, completa.

Daniel Jardim enfatizou em sua palestra que a eficiência dos processos abre caminho para a implantação de conceitos 4.0 na cadeia produtiva da construção civil. “O uso de tecnologia disruptiva baseada em dados, incluindo inteligência artificial, IoT, Data Analytics e Cloud, pode revolucionar a gestão, agregando valor à obra”, diz Jardim, que finalizou sua exposição citando um case: “Atualmente, existem aplicativos que permitem, por exemplo, a gestão dos processos por QR Codes, que são impressos e distribuídos em locais específicos de execução na obra. Assim, há uma atualização online das etapas e a comunicação é feita em tempo real entre todos os envolvidos no projeto.”

Entrevistado
Reportagem com base na palestra de Daniel Jardim, gerente para a indústria de construção civil e equipamentos da consultoria Porsche Consulting, durante a 10ª edição da M&T Expo 2018

Contato: info@mtexpo.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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