Sebrae prioriza terceirizados da construção civil

9 de julho de 2014

Sebrae prioriza terceirizados da construção civil

Sebrae prioriza terceirizados da construção civil 1024 682 Cimento Itambé

Organismo reserva R$ 1 bilhão para qualificar pequenos empreiteiros que prestam serviço às megaconstrutoras brasileiras

Por: Altair Santos

O superintendente nacional do Sebrae (Serviço Brasileiro de Aprimoramento de Empresas) Renato Perlingeiro Júnior anunciou recentemente no ENINC (Encontro Nacional para Inovação na Construção Civil) que uma das prioridades do organismo em 2014 é viabilizar programas voltados à construção civil. Entre os objetivos, está o de aprimorar empresas que atuam como terceirizadas em obras de responsabilidade de grandes empreiteiras. O foco estará em treinamento de mão de obra, atuação de acordo com exigências de certificações sustentáveis, reequipamento de micro e pequenas empresas e aproximação destes empreendedores com as chamadas grandes empreiteiras, através de um banco de parcerias. “O Sebrae quer intermediar a relação entre grandes e pequenas empresas, através de um programa ganha-ganha, onde as grandes mantêm seu padrão de qualidade e as pequenas ganham em novos negócios”, diz Perlingeiro.

Renato Perlingeiro Júnior, superintendente do Sebrae: objetivo é intermediar a relação entre grandes e pequenas empresas.

Segundo o superintendente do Sebrae, o organismo tem reservado R$ 1 bilhão para implantar uma agenda de gestão junto às micro e pequenas empresas da construção civil. “A meta é levar a esses empreendedores conhecimento de planejamento, industrialização, tecnologia, sustentabilidade, desempenho e inovação, além de replicar boas práticas. Afinal, estamos falando de um setor que precisa se modernizar até para ampliar sua fatia no PIB (Produto Interno Bruto)”, afirma Renato Perlingeiro. Segundo números de 2013, a cadeia produtiva da construção civil ocupa uma fatia de 10% de tudo que é produzido no país e gerou R$ 315 bilhões no ano passado. Dentro do segmento, 65% destes recursos foram arrecadados pelas construtoras, 17% pela indústria de materiais, 12% pelo comércio de materiais e 6% pelos demais elos da cadeia. “Melhorando o encadeamento produtivo dá para melhorar todos esses números”, estima Perlingeiro.

Turnover
O Sebrae vem diagnosticando os desafios da construção civil, principalmente na relação entre terceirizados e megaconstrutoras. O organismo pesquisa junto a empresas como Odebrecht, OAS, Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez os gargalos mais relevantes. Segundo essas empreiteiras, os terceirizados precisam melhorar significativamente a qualidade da mão de obra, a entrega no prazo combinado e a capacidade de atuar em determinados nichos de mercado. “Uma das reivindicações que mais se ouve é que as empresas precisam aprender a atuar com certificações como LEED, AQUA e outros selos. Não só aprender a construir com base nestes conceitos, mas saber operar a manutenção de edifícios verdes, para manter os padrões das certificações”, comenta Renato Perlingeiro Júnior. De acordo com o superintendente do Sebrae, atualmente as grandes construtoras têm 84 projetos enquadrados no perfil de construções sustentáveis e que exigem qualificação de terceirizados.

Outro ponto bastante ressaltado pelas grandes construtoras, em relação aos terceirizados, refere-se ao turnover (alta taxa de demissões e contratações) e suas consequências – entre elas, a incapacidade técnica da mão de obra contratada. “O combate a essas precariedades é que reforça o encadeamento produtivo através de programas que pretendemos implantar. Dessa forma toda a cadeia ganha. O Sebrae auxilia as pequenas empresas a fechar parceiras e ajuda a desenvolver uma maior eficiência. Até por que, com as concessões que estão sendo colocadas, estima-se um volume de negócios de R$ 3 bilhões para os terceirizados, através de contratos fechados pelas grandes construtoras”, reforça Perlingeiro.

Entrevistado
Renato Perlingeiro Júnior, superintendente nacional do Sebrae.
Contato
renato.perlingeiro@sebrae.com.br

Crédito Foto: Divulgação/Fiep

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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