Se projeto for ruim, nenhuma tecnologia irá salvá-lo

Erros mais comuns afetam planejamento, layout do canteiro e monitoramento eficaz do progresso da obra
19 de junho de 2019

Se projeto for ruim, nenhuma tecnologia irá salvá-lo

Se projeto for ruim, nenhuma tecnologia irá salvá-lo 1000 748 Cimento Itambé
Rudiger-Leutz

Rüdiger Leutz: principal consequência de um erro de projeto é o desperdício, que engloba tempo, mão de obra e material. Crédito: Cia. de Cimento Itambé

Para o diretor-geral da Porsche Consulting Brasil, Rüdiger Leutz, a falta de excelência operacional no projeto acarreta em erros estratégicos que nenhuma tecnologia tem condições de corrigir. “A principal consequência de um erro de projeto é o desperdício, que engloba tempo, mão de obra e material”, diz. Ainda segundo o consultor, que palestrou no Workshop Revista M&T 2019, os equívocos de projeto mais comuns são falta de planejamento dos processos na obra, layout ineficiente em termos de logística no canteiro de obras e ausência de monitoramento eficiente do progresso da obra.

Rüdiger Leutz destaca que os problemas de projeto geram erros em cadeia. “No final, o que se vê são gargalos em diversas etapas, desencadeando baixa produtividade, ineficiência e comprometimento total do resultado. Por isso, se for percebido o atraso de um dia é necessário tomar uma ação imediata e não esperar esse atraso crescer, pois depois será irremediável. Às vezes, com uma semana já não é possível mais recuperar”, destaca. “Essa é uma das razões que leva a maioria das obras envolvendo edifícios no Brasil serem concluídas com atraso no cronograma”, completa.

O diretor-geral da Porsche Consulting Brasil listou seis procedimentos que dão garantias ao projeto de que ele vai gerar produtividade e uma obra com qualidade. São:

  • estratégia operacional
  • planejamento de todos os processos
  • dimensionamento da equipe
  • otimizações do layout e do fluxo logístico
  • sincronização da produção e monitoramento efetivo do progresso da obra

Trata-se de processos usados na filosofia Lean Construction, que se inspira na identificação e na solução de problemas. “O Lean é o primeiro passo. Para falar em produtividade e eficiência tem que fazer a lição de casa, ou seja, é preciso diminuir e eliminar o desperdício no processo da construção”, ressalta.

Brasil tem construtora que consegue acompanhar 33 obras simultaneamente

Em sua palestra, Rüdiger Leutz apresentou o case de uma construtora brasileira que já aplica Lean Construction em seus processos (grupo Plaenge), o que permite à empresa acompanhar 33 obras em andamento simultaneamente. “O gestor tem a macrovisão do que está ocorrendo e pode verificar os marcos de cada obra, mesmo que elas estejam em várias regiões do país. Ele acessa os avanços físico e financeiro e toma decisões de acordo com o ritmo das obras. Além disso, a construtora realiza avaliações de seus fornecedores diariamente por meio digital (tablet e smartphone) e fornece um aplicativo  para que o cliente possa acompanhar o estágio da obra, agregando valor e serviço adicional”, afirma.

Sobre a adoção de inovações, Leutz afirma que camadas de tecnologia sempre vão ajudar a aumentar a produtividade, desde que o projeto seja bem concebido. “Os drones, por exemplo, são grandes fornecedores de dados. Ao ter acesso a esses dados, podemos prever problemas, planejar melhor a manutenção, seja ela preventiva ou preditiva. Futuramente, a Inteligência Artificial também vai estar na construção, para auxiliar o homem em sua tomada de decisões”, conclui.

Entrevistado
Reportagem com base na palestra de Rüdiger Leutz, diretor-geral da Porsche Consulting Brasil, concedida no Workshop Revista M&T 2019

Contato
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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