Saiba qual é a obra que mais consome concreto no mundo

Concretagem da hidrelétrica Grand Renaissance, em construção na Etiópia, supera marca de 10 milhões de m³
26 de janeiro de 2021

Saiba qual é a obra que mais consome concreto no mundo

Saiba qual é a obra que mais consome concreto no mundo 150 150 Cimento Itambé

Prevista para entrar em operação em 2022, e com mais de 80% de suas obras concluídas, a hidrelétrica Grand Renaissance (Grande Renascença) localizada na Etiópia, é atualmente o projeto de engenharia que mais consome concreto no mundo. Os cálculos estimam que, ao final da execução, tenham sido lançados 10,5 milhões de m³ do material para erguer a barragem 

Construída no percurso do rio Nilo Azul, a usina está na divisa da Etiópia com Sudão, na região conhecida como África Subsaariana. O orçamento da usina é de 4,6 bilhões de dólares e o maior volume de concretagem se deu entre 2013 e 2015. Em dezembro de 2014, a obra recebeu 23.200 m³ de concreto por dia. canteiro de obras foi instalado em 2011 e a empreiteira italiana WeBuild Group lidera o consórcio dconstrução, que engloba ainda empresas etíopes, francesas e chinesas. 

barragem principal, construída com Concreto Compactado a Rolo (CCR), tem 1.780 m de comprimento e 175 m de altura. A obra gerou um reservatório com área de 1.680 km², capaz de armazenar 70 km³ de águaprojeto também envolve uma barragem de enrocamento com fachada de concreto (do inglês, Concrete Face Rockfill Dam [CFRD]) com 5 quilômetros de comprimento e 60 m de altura. 

Com o nome oficial de Grand Ethiopian Renaissance Dam (GERD) hidrelétrica não poupou recursos tecnológicos na etapa de levantamentos topográficos e geológicos. Foram utilizados satélites, varredura a laser e fotogrametria por drones. A construção da usina também propiciou um salto na indústria cimenteira da Etiópia, cujo governo não abriu mão de que fosse empregado material nacional na obra. 

Construção da usina transforma Etiópia no 3º maior consumidor de cimento da África  

Os cimentos etíopes mostraram-se inicialmente inadequados para produzir o concreto de acordo com as especificações exigidas pelos projetistas da RenaissanceHouve a contratação de laboratoristasde químicos e de engenheiros europeus para melhorar o processo de fabricação e a qualidade do cimento disponível no mercado etíope. São empregados dois tipos de Cimento Portland na obra: o pozolânico e o de alta resistência ao sulfato – equivalentes ao CP IV-32 RS Cimento Itambé considerado cimento resistente a sulfatos pela NBR 16697 – Cimento Portland – Requisitos. 

Desde 2011, por conta do fornecimento de material para a construção da hidrelétrica, a produção de cimento na Etiópia cresceu a taxas próximas de 10% ao ano. Atualmente, o país produz 16,5 milhões de toneladas anualmente (dados de 2019) e é o 3º da África em consumo de cimento, atrás de Nigéria e África do Sul.  

A maior hidrelétrica do continente africano vai comportar 16 turbinas e terá capacidade instalada de 6.000 MW. A Binacional Itaipu (Brasil-Paraguai) tem 14.000 MW e a Três Gargantas, na China, 22.400 MW de capacidade instalada. Mesmo sendo a obra em execução que mais consome concreto atualmente, a Renaissance também não irá superar volume total de concreto de Três Gargantas, que recebeu 16 milhões de m³, e nem de Itaipu, com 12,7 milhões de m³. 

Veja vídeo oficial sobre a construção da Grand Ethiopian Renaissance Dam 

Entrevistado
Consórcio WeBuild Group (via assessoria de comunicação) 

Contato
media@webuildgroup.com 

Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330

26 de janeiro de 2021

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