Rodovia do Parque livra Grande Porto Alegre de grandes congestionamentos

4 de agosto de 2009

Rodovia do Parque livra Grande Porto Alegre de grandes congestionamentos

Rodovia do Parque livra Grande Porto Alegre de grandes congestionamentos 150 150 Cimento Itambé

Congestionamentos gigantes entre a capital gaúcha e cidades vizinhas estão com os dias contados

Considerada uma das principais obras do PAC para o sul do país, a Rodovia do Parque (BR-448) é a solução para desafogar o trânsito na região metropolitana de Porto Alegre. A obra está a cargo do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit) e vai receber um investimento de R$ 850 milhões. Serão 22,34 quilômetros de extensão, partindo do entroncamento entre a BR-116 e a RS-118, terminando na BR-290 no acesso ao bairro Humaitá, em Porto Alegre. O início da obra começa neste mês de agosto. Em entrevista, o superintendente regional do Dnit no Rio Grande do Sul, Vladimir Roberto Casa, revela detalhes da construção. Confira:

A Rodovia do Parque vai atravessar uma área pantanosa e alagadiça. Em termos de engenharia, essa rodovia vai utilizar alguma tecnologia diferenciada em sua construção?
O projeto dedicou-se a solucionar os problemas com estabilidade do aterro e recalques excessivos da plataforma de terraplenagem, devido à predominância de solos moles na região do traçado. As soluções para a estabilização e aceleração dos recalques da plataforma da rodovia são convencionais e consagradas na engenharia de obras de terra. São elas: remoção total no caso de camadas de solos moles superficiais, eliminando a possibilidade de recalques; implantação de bermas de equilíbrio, com geodrenos para aceleração dos recalques em zonas pouco urbanizadas, sem restrição de faixa de domínio, e reforço estrutural com geogrelhas vinculadas a solução de geodrenos para aceleração dos recalques em zonas com densa urbanização, ou seja, com restrição de faixa de domínio. Cabe destacar a solução de estrutura em elevada, de 2,6 quilômetros, para minimizar o impacto ambiental com o Parque Estadual Delta do Jacuí. Solução semelhante foi implantada na várzea do Maquiné, na duplicação da rodovia BR-101.

Há a intenção de usar pavimento de concreto em alguns trechos da rodovia?
Não, devido à provável ocorrência de recalques diferenciais no aterro da rodovia. A solução com pavimento de concreto não é recomendável para este tipo de situação.

Haverá muitas pontes e viadutos no trajeto? Caso sim, a tecnologia de pré-moldado irá prevalecer nas construções?
Sim. Dos 22,34 quilômetros de extensão da rodovia projetada, aproximadamente 4,50 quilômetros serão em obras-de-arte especiais do tipo pontes, viadutos, elevadas, passagens inferiores e vão estaiado. Além das obras indicadas, há ainda as obras-de-arte nas interseções e acessos que totalizam aproximadamente 25.000 metros quadrados de estrutura em concreto. As obras serão todas com vigas pré-moldadas, visando maior agilidade e melhor qualidade da construção.

Destas obras-de-arte, alguma se destaca?
Das obras-de-arte especiais, destacamos a ponte sobre o rio Gravataí, que sofreu imposição de gabarito vertical para a navegação, imposta pela Marinha, e restrição de altura das torres devido ao gabarito de segurança aérea, especificado pela Aeronáutica/V Comar para operação dos aeroportos próximos. Para realizar a transposição do rio Gravataí, foi projetada uma ponte estaiada com duas torres centrais, no segmento sobre a calha do rio, com extensão total de 268 metros. Os dois acessos de conexão com o vão estaiado possuem comprimento total de 1.160 metros. Ou seja, a ponte sobre o Rio Gravataí terá 1.428 metros de extensão estrutural.

Há três lotes da obra. Qual deles vai demandar mais tempo para ser construído e por quê?
Os três lotes deverão ser construídos simultaneamente. O dimensionamento das equipes de construção para a implantação da obra foi definido para um tempo total de 30 meses, a partir de seu início, programado para este mês de agosto. Ou seja, teoricamente todos os lotes demandarão o mesmo tempo de construção.

O que está previsto, em termos de construção, para que a obra tenha pouco impacto ambiental?
O projeto atendeu plenamente as recomendações do Estudo de Impacto Ambiental, assim como incorporou as determinações da audiência pública a que foi submetido. Dos 4.500 metros projetados em obras-de-arte especiais (pontes, viadutos, elevadas, passagens inferiores e vão estaiado), 2.620 metros referem-se à elevada prevista por restrições ambientais, por ocorrência da presença do Parque Estadual Delta do Jacuí. Destacam-se também as passagens de faunas efetuadas por túneis sob a rodovia, contenções dos derrames de cargas tóxicas, assim como o benefício ambiental obtido pelo reassentamento da população de baixa renda atingida e a implantação do dique principal formado pelo corpo estradal da rodovia BR-448, atenuando, no futuro, os custos com o sistema contra inundações do rio dos Sinos.

Durante a obra da Rodovia do Parque haverá muita intervenção no trânsito da região? O DNIT será o único responsável pela obra ou ela será tocada em parceria com o estado e os municípios que englobam a Rodovia do Parque?
As intervenções rodoviárias serão pontuais. Ocorrerão apenas nos pontos onde a nova rodovia se conecta na malha atual, através de interseções em desnível. Isto ocorrerá junto às rodovias BR-116 e RS-118, na interseção com a BR-386 e na chegada a Porto Alegre, junto à BR-290 (a Freeway). Com os sistemas viários municipais, existe interferência com os municípios de Porto Alegre, Canoas, Esteio e Sapucaia do Sul, quando da compatibilização dos seus acessos à BR-448. A responsabilidade pela implantação da obra é integralmente do DNIT, entretanto, na fase de projeto, todas as instituições e entidades atingidas foram oficialmente comunicadas, e as mesmas manifestaram-se favoráveis à execução da obra, demonstrando comprometimento e disposição para colaborar.

Qual será a importância da construção da Rodovia do Parque para a economia do Rio Grande do Sul, já que ela vai ajudar a desafogar o tráfego no trecho entre Porto Alegre e Novo Hamburgo, considerado o segundo mais congestionado do país, com trânsito diário de mais de 120 mil veículos?
A construção da rodovia BR-448 tem como principal objetivo a solução do grande conflito do tráfego na região metropolitana de Porto Alegre. É de conhecimento geral a existência deste gargalo no sistema rodoviário do estado. No segmento Novo Hamburgo a Porto Alegre, na rodovia BR-116, circula o escoamento produtivo de aproximadamente 80% do PIB do Rio Grande do Sul. Portanto, o tráfego de longo percurso com destino ao norte e ao sul do país terá maior fluidez. Além disso, será intrínseco o crescimento econômico da região, garantido através de empregos diretos e indiretos gerados pelo empreendimento e pela expansão urbano-industrial efetuada com sustentabilidade ambiental através dos planos diretores dos municípios.

Apesar de ser uma obra importante, existe quem avalie que ela só vai desafogar o tráfego na região por no máximo 10 anos. A construção de outras obras ao longo do trecho urbano da BR-116 está prevista?
A BR-448 é somente uma parte das obras necessárias para a formação de um grande anel rodoviário importante para garantir o escoamento produtivo do Rio Grande do Sul com eficiência. Após 10 anos de implantação da BR-448, o sistema viário formado pelas rodovias BR-116 e a própria BR-448 apresentarão nível de serviço inferior ao desejado para permitir fluidez de tráfego. Neste período será necessário estudar e projetar alternativas para o tráfego da região. Uma destas alternativas poderia ser a via Leste, que conecta as cidades de Porto Alegre a Novo Hamburgo, e que já foi objeto de estudos anteriores.

Aterro com bermas de equilíbrio aplicado em zonas de baixa densidade urbana.

Aterro com bermas de equilíbrio aplicado em zonas de baixa densidade urbana.

Aterro reforçado com geogrelha aplicado em zonas de média densidade urbana.

Aterro reforçado com geogrelha aplicado em zonas de média densidade urbana.

Estrutura em elevada motivada pela restrição ambiental imposta pelo Parque Delta do Jacuí.

Estrutura em elevada motivada pela restrição ambiental imposta pelo Parque Delta do Jacuí.

Vista Geral da Ponte-Viaduto sobre o Rio Gravataí e BR-290 – 1.428 metros.

Vista Geral da Ponte-Viaduto sobre o Rio Gravataí e BR-290 – 1.428 metros.

Detalhe do Vão Estaiado – 268 metros.

Detalhe do Vão Estaiado – 268 metros.

Entrevistado: Vladimir Roberto Casa: vladimir.casa@dnit.gov.br

Jornalista responsável – Altair Santos MTB 2330 – Tempestade Comunicação

4 de agosto de 2009

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