Rawabi, um bairro planejado em plena Cisjordânia

Projetado para receber até 40 mil pessoas, empreendimento imobiliário supera embargos e gera novas perspectivas para a engenharia palestina

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Por: Altair Santos

Rawabi é o primeiro bairro planejado da Cisjordânia. Por estar em uma área conflituosa, a obra precisou de acordos com Israel para ser viabilizada. A princípio, houve problemas para o fornecimento de água e a tentativa israelense de cobrar pedágio para que o material de construção chegasse ao canteiro. O Reino Unido, através do ex-primeiro-ministro Tony Blair, liderou a negociação, que contou também com intermediações dos Estados Unidos e da ONU (Organização das Nações Unidas). A solução foi que o projeto consumisse material de construção produzido em Israel, incluindo o cimento.

Resolvidos os impasses, Rawabi já é quase realidade. As obras começaram em 2012 e o bairro fica pronto este ano (2017). Terá população inicial de 25 mil pessoas, podendo chegar a 40 mil. Por causa do clima na região, os prédios foram construídos com blocos autoclavados, que ajudam no desempenho térmico das edificações. Além dos prédios, Rawabi conta com toda a infraestrutura, incluindo serviços. É um desafio da engenharia e da arquitetura, em pleno território palestino.

A Palestina, que faz fronteira com Israel e Jordânia, se divide em três partes: Cisjordânia, Faixa de Gaza e Jerusalém Oriental. Rawabi fica a 25 quilômetros de Tel Aviv, a segunda maior cidade de Israel. O objetivo do bairro planejado é atrair a classe média da região, vendendo unidades entre US$ 65 mil e US$ 150 mil (cerca de R$ 200 mil a R$ 650 mil). O empreendedor é Bashar al-Masri, que tem nacionalidade palestina e norte-americana e iniciou o projeto em 2007.

Bashar al-Masri afirma que nestes dez anos não descansou um só dia. “Não parei um único dia. Não foi uma viagem fácil até aqui, mas o resultado vale a pena. Palestinos que estavam residindo em Dubai, no Reino Unido ou na América estão voltando para sua terra por causa de Rawabi”, destaca Masri, afirmando que o bairro planejado também ajuda a combater o preconceito contra a Palestina. “Rawabi mostra à comunidade internacional que não somos o que são levados a acreditar: um bando de terroristas. Estamos prontos para construir nosso estado. Aqui está a prova”, afirma.

Emprego para engenheiros e arquitetos

Rawabi, no entanto, compartilha de um problema comum a todo o território da palestina: a falta d’água. Apesar de todas as negociações, Israel impôs cotas. Os problemas com abastecimento e com a passagem de material até o canteiro de obras do bairro planejado atrasaram o cronograma em três anos. O valor do empreendimento, estimado em US$ 900 milhões, e financiado por construtoras do Catar, já está US$ 140 milhões mais caro. Bashar al-Masri, porém, acredita que, apesar de todos os percalços, o bairro vai conseguir se pagar em cinco anos.

Outro fator que motiva Bashar al-Masri é que todo o projeto contou com a participação da Palestine Polytechnic University, gerando emprego para engenheiros e arquitetos locais, além de envolver toda a comunidade acadêmica na construção de Rawabi. Um exemplo é a engenheira civil Hanan Khalaf, de 23 anos. Recém-formada, ela é um dos muitos jovens que trabalham no projeto. “É tudo muito moderno, muito profissional. Algo que nós não conhecíamos na Palestina, por causa da nossa difícil situação de embargos”, revela. O desafio agora é tornar o bairro sustentável. O projeto prevê a atração de grandes marcas internacionais para o shopping center e também empresas de tecnologia, a fim de que Rawabi possa gerar mais empregos aos palestinos.

Entrevistado
Bashar al-Masri, empresário palestino que empreendeu o projeto Rawabi (via assessoria de comunicação)

Contatos
info@rawabi.ps
www.rawabi.ps

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330



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