Quais são os novos desafios que se impõem ao engenheiro civil?

Multidisciplinar, profissão exige conhecimento cada vez mais abrangente, seja qual for a área de atuação
21 de outubro de 2020

Quais são os novos desafios que se impõem ao engenheiro civil?

Quais são os novos desafios que se impõem ao engenheiro civil? 1024 682 Cimento Itambé

Dia 25 de outubro é o dia do engenheiro civil e da engenheira civil, haja vista que 179.218 profissionais registradas no Brasil são mulheres, segundo dados do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea). A data é simbólica, mas os desafios são reais. E eles se impõem ao profissional da área, que precisa ter atuação cada vez mais especializada. Existem 8 segmentos que passaram a cobrar do engenheiro civil maior conhecimento. São: materiais de construção, cálculo estrutural, custos e orçamento, geotecnia, gestão de projeto, meio ambiente, segurança do trabalho e infraestrutura.

Até março, havia quase 180 mil mulheres graduadas em engenharia civil com registro no sistema Confea/Crea Crédito: freepik

Até março, havia quase 180 mil mulheres graduadas em engenharia civil com registro no sistema Confea/Crea
Crédito: freepik

Para o engenheiro civil que for se dedicar a aprimorar, aferir ou desenvolver materiais de construção é necessário dedicação à pesquisa. Seja em laboratórios de empresas privadas ou no universo acadêmico. Já a especialização em cálculos estruturais é uma das atividades mais clássicas da engenharia e requer precisão, pois influencia todas as etapas da obra. O mesmo se pode dizer para quem for atuar com custos e orçamento.

Um ramo de especialização da engenharia civil que passou a atrair profissionais é a geotecnia. Requer a aplicação de métodos científicos e suas conclusões sobre o solo em que a obra será assentada, influenciam desde a escolha dos materiais até o projeto. Por falar em projeto, eis outra área que atrai muitos engenheiros civis. Só que agora ela está mais intrínseca. Em função da evolução normativa, os projetos arquitetônicos e estruturais deixaram de ser genéricos.

As plantas tornaram-se mais detalhistas e passaram a exigir profissionais dedicados exclusivamente à hidráulica, à elétrica, à fachada, ao desempenho termoacústico e outras especificações. Isso inclui conhecimento tecnológico dos engenheiros civis, pois hoje não se faz gestão de projetos sem o auxílio de softwares. Sim, eles dominam cada vez mais o setor. Estudo de 2019 mostra que 100% das empresas de engenharia associadas a organismos como Abece, SindusCons, CBIC, Ibracon e Abcic já utilizam softwares em seus processos.

Não há dúvidas de que a construção civil se transforma em um ambiente tecnológico. Um exemplo: a partir de 1º de janeiro de 2021, o uso da ferramenta BIM (Building Information Modeling) torna-se obrigatório no Brasil e será adotado em 3 fases. A primeira, engloba obras de infraestrutura financiadas com recursos federais. Em 2024, valerá para todos os projetos e gestão de obras, independentemente de serem públicas ou privadas. Já em 2028, a tecnologia será obrigatória também para o gerenciamento e a manutenção de empreendimentos construídos.

No canteiro de obras, engenheiro civil também é um gerente de recursos humanos

Mas nos tempos atuais, o engenheiro civil não precisa necessariamente ser um gestor de tecnologias. O espectro de atuação é amplo e as áreas ambiental e de relações humanas também oferecem oportunidades ao profissional. No primeiro caso, vale lembrar que o Brasil ocupa o 5º lugar no ranking mundial de construções sustentáveis, atrás de Estados Unidos, China, Canadá e Índia. No segundo caso, se for atuar no canteiro de obras, além de conhecimento técnico, o engenheiro necessita ser também um gerente de recursos humanos. Haja vista que ele terá que se envolver com coordenação de pessoas, trabalho em equipe, delegação de responsabilidades e resolução de conflitos. Se quiser se especializar em segurança do trabalho, precisará também entender de normas regulamentadoras e leis trabalhistas.

Somado aos desafios na carreira, o engenheiro civil ainda está sujeito a mudanças institucionais nos organismos que controlam a profissão. Como é o caso do movimento cada vez mais crescente que defende o descolamento do sistema Confea/Crea para a criação da Ordem de Engenheiros Civis do Brasil. A alegação é que a engenharia civil perde espaço no mercado de trabalho, com outros profissionais invadindo suas atribuições, incluindo os de nível técnico. Outra justificativa é que a engenharia civil se tornou uma atividade multidisciplinar por excelência e que precisa de um organismo com visão holística para representá-la.

Entrevistado
Sistema Confea/Crea, Associação Brasileira de Engenheiros Civis (ABENC), Associação Brasileira de Educação em Engenharia (ABENGE) (via assessoria de imprensa)

Contatos
gco@confea.org.br
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suporte@abenc.org.br
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Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

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