Proposta sugere juros de 5% ao ano para financiar imóveis

Ideia oferece menor risco ao consumidor e aos bancos, e mantém estabilidade do crédito no período pós-pandemia
15 de abril de 2020

Proposta sugere juros de 5% ao ano para financiar imóveis

Proposta sugere juros de 5% ao ano para financiar imóveis 912 906 Cimento Itambé
Em épocas de crise, investidor se sente mais seguro em procurar ativos que ofereçam menor risco, como os imóveis. Crédito: Banco de Imagens

Em épocas de crise, investidor se sente mais seguro em procurar ativos que ofereçam menor risco, como os imóveis.
Crédito: Banco de Imagens

Através da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), empresários da construção civil levaram ao Banco Central a proposta que cria uma nova linha de financiamento para a compra de imóveis. Nela, a taxa de juros é atrelada à remuneração da caderneta de poupança e fica abaixo da média de mercado. A intenção é de que, após o turbilhão da crise provocado pela pandemia de Coronavírus, a sugestão esteja formatada para ir ao mercado. O estudo prevê que seria possível oferecer ao consumidor uma taxa de juros em torno de 5% ao ano, patamar inferior à média de 7,5% ao ano praticado nas atuais linhas com recursos captados através da poupança. 

Segundo o presidente da Abrainc, Luiz França, a proposta tem potencial para se tornar uma ferramenta importante no reaquecimento do mercado, depois que a crise passar. “A caderneta está rendendo hoje 2,62% ao ano, mais Taxa Referencial (TR). Se o banco captar esses recursos e emprestar aos consumidores com um ganho de 2 pontos percentuais, mais alguma folga, seria possível oferecer uma taxa de 5% ao ano nessa linha. É uma medida que servirá de estímulo às vendas de imóveis, mas sem prejudicar os bancos, porque garante o spread para a instituição financeira. Se o consumidor estiver em dúvida nessa crise, tenderá a decidir comprar o imóvel, porque é um juro baixo”, avalia França.

Trava da poupança gera menor risco, caso a Selic volte a crescer acima de 8,5%

No caso da nova modalidade de crédito sugerida pela Abrainc, a medida carrega um fator de risco que precisa ser levado em conta pelos consumidores: os juros do contrato de financiamento podem oscilar de acordo com a remuneração da poupança, que é variável. Pelas regras do Banco Central, a caderneta rende 70% da taxa básica da economia (Selic) mais Taxa Referencial (TR) – isso quando a Selic está abaixo de 8,5%. Hoje, equivale aos 2,62% citados acima. Porém, quando os juros estiverem acima de 8,5%, o rendimento da poupança passa a ser de 0,5% ao mês mais a TR. Nesse caso, o percentual seria de 6,2% ao ano. O presidente da Abrainc entende que, mesmo assim, o risco é baixo. “A remuneração da poupança tem a trava de 6,2% ao ano, mesmo caso a Selic dispare para 10% ou 15%”, diz.

A proposta de financiamento mais barato para a compra de imóvel é bem vista pelo professor do MBA em Gestão de Negócios, de Incorporação Imobiliária e da Construção Civil da Fundação Getulio Vargas (FGV), Sérgio Cano. Para ele, quando existe crise econômica que abala os mercados mundiais, as pessoas se sentem mais seguras em investir em um ativo real, um ativo fixo, que, no caso, é o imóvel. “A pessoa sabe que aquele imóvel, por mais que possa ter uma desvalorização por algum tempo, se for o caso, ela tem um patrimônio, tem um ativo garantido e fixo. É diferente de quando se está no mercado financeiro, cuja volatilidade é muito grande e pode ocorrer perda de dinheiro. Em um primeiro momento, diria que pode haver até um incremento na procura por imóveis por conta dessa crise”, analisa.

Entrevistado
Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc) e Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) (via assessoria de imprensa)

Contato
comunicacao@abrainc.org.br
contato@abecip.org.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

15 de abril de 2020

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