CEO e fundador da Tesla Motors – líder mundial na fabricação de veículos elétricos – Elon Musk é visto como o empreendedor mais visionário do mundo na atualidade. Seu espectro de atuação vai desde a corrida espacial para levar o homem ao planeta Marte até o investimento em startups com foco na construção sustentável. Ele é sócio da Solar City, empresa que fabrica telhas fotovoltaicas, e também está à frente da Boring Company, cuja especialidade é desenvolver concretos especiais para túneis, capazes de gerar elementos mais esbeltos e resistentes. Além disso, comanda a Hyperloop, que projeta o trem mais rápido do mundo para trafegar sobre estruturas de concreto de ultra-alto desempenho.
Através da Tesla, Musk também quer consolidar o mercado de caminhões elétricos, entre eles caminhões-betoneiras. Esses veículos serão produzidos nas gigafactorys que a empresa constrói simultaneamente em Xangai, na China; Austin-Texas, nos Estados Unidos, e Grünheide, na região metropolitana de Berlim-Alemanha. Os projetos dessas fábricas estão diretamente relacionados aos investimentos feitos por Musk em novos modelos de construção industrializada. O segundo homem mais rico do mundo selecionou empresas que produzissem elementos pré-fabricados de concreto com baixa emissão de CO₂ e fabricassem as peças consumindo menor volume de água.
Com a fortuna avaliada em 190 bilhões de dólares, Elon Musk tem pressa. Por isso, acredita que a construção industrializada é a única capaz de atender seus projetos. Inaugurada em janeiro de 2020, a gigafactory de Xangai foi construída em 11 meses. As que ainda estão em construção nos Estados Unidos e na Alemanha devem começar a operar em julho de 2021 – 17 meses após o início das obras. No caso da gigafactory alemã, trata-se atualmente do maior canteiro de obras em território germânico. A obra não parou em nenhum momento da pandemia, e surpreendeu o próprio Musk, que a visitou em janeiro de 2021. “Estou impressionado com a velocidade da construção”, disse.
Gigafactory na Alemanha economizou 15.000 m³ de concreto por usar estruturas mais esbeltas
Só a fábrica de Berlim irá custar 4,4 bilhões de euros para entrar em operação, com subsídio de 1 bilhão do governo alemão. O poder público do país também realizou obras para atender a logística da fábrica, como estender um ramal de linha férrea até o canteiro de obras e melhorar as condições das estradas no entorno da gigafactory para a circulação de caminhões. Os números da GF4, como é chamado o empreendimento da Tesla na Alemanha, são superlativos. A área do terreno mede 1.522.300 m². A planta ocupará 587.721 m². Outros 891.920 m² serão alocados para estacionamentos, estradas, ferrovias e pistas de teste da fábrica.
Por dia, no pico da obra, o canteiro recebeu 326 caminhões carregados de materiais e 4 trens com 25 vagões para transportar os elementos pré-fabricados até a GF4. A construção chegou a mobilizar 2.828 operários em 3 turnos. O volume de concreto usado nas estruturas pré-moldadas é estimado em 75.000 m³. Projetistas e construtores avaliam que a economia de concreto chegou a aproximadamente 15.000 m³, em função do uso de estruturas mais esbeltas e de insumos com melhor desempenho. As tecnologias desenvolvidas para a construção da GF4 serão transferidas para a construção industrializada do concreto na Alemanha.
Entrevistado
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Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330