Planejar é fazer a escolha correta

21 de dezembro de 2009

Planejar é fazer a escolha correta

Planejar é fazer a escolha correta 150 150 Cimento Itambé

Entrevista com a presidente da ABRH-PR traz roteiro para quem quer ganhar um novo impulso profissional em 2010

Sônia Gurgel, presidente da ABRH-PR

Sônia Gurgel, presidente da ABRH-PR

O futuro de uma pessoa pode ser determinado pelas escolhas que ela faz, tanto na vida pessoal quanto na profissional. No âmbito corporativo, isso tem sido comprovado no dia-a-dia, pois se tornou comum os colaboradores direcionarem determinadas ações e investimentos para mostrarem-se competitivos e garantir a empregabilidade.

Diante deste novo cenário, a melhor ferramenta é o planejamento de carreira. É o que explica a consultora Sônia Gurgel, presidente da Associação Brasileira de Recursos Humanos seccional Paraná (ABRH-PR). Confira a entrevista:

Qual deve ser o objetivo estratégico de um planejamento de carreira?
A vida é um planejamento. Planeja-se se é melhor casar ou ficar solteiro, se vale a pena fazer este ou aquele curso na faculdade. Enfim, planejar é da vida. Mas o que faz a diferença são as escolhas corretas. Isso engloba a carreira profissional. E aí, a pergunta que prevalece é: o que é que vai me fazer feliz? Então, o objetivo estratégico é planejar a felicidade, seja ela pessoal ou profissional. Não adianta planejar que eu quero ser o mentor de uma empresa se eu não gosto de trabalhar com gestão de pessoas, por exemplo. Se for por aí, é preciso mudar o meu planejamento.

Como desenvolver a carreira profissional e ganhar visibilidade?
É preciso se manter dentro do objetivo. Vamos supor que um profissional tem a meta de ser um técnico reconhecido em sua área, seja ela qual for. Ele terá de começar a frequentar os eventos onde apareçam discussões sobre a sua especialidade, terá de desenvolver seu network, preparar-se para participar de grupos de estudos da sua empresa e fora dela, para ganhar visibilidade no mercado. Quanto ele começar a ser convidado para palestras é porque alguém já reconheceu o valor do seu conhecimento e aí ele pode considerar que chegou ao estágio de conquistar visibilidade. A partir daí, o que esse profissional vai precisar é qualificar seu network.

Quais são os requisitos necessários para cumprir um plano de carreira?
Primeiro, ter muito claro o objetivo. Segundo, ter uma boa capacidade de avaliação para saber se o que foi planejado foi alcançado. Aquilo que você se propôs, você realizou? Sim? Não? Por que não? Caso não, procurar se planejar novamente e estar sempre realimentando as metas. É preciso ter em mente que as circunstâncias mudam, as pessoas mudam, as demandas mudam. Então, os objetivos precisam estar conectados com os objetivos da empresa e com as etapas da vida da pessoa.

Um plano de carreira deve acompanhar o profissional por toda a vida ou precisa ser constantemente atualizado?
Nos tempos atuais, o profissional precisa ter dois planos de carreira. Um para a carreira e outro para o que se convencionou chamar de aposentadoria. As pessoas passaram a ter uma expectativa de vida muito maior e isso fez do planejamento um processo que não para. Antigamente, as pessoas falavam que iriam chegar aos 60 anos e não iriam fazer mais nada. Hoje, não. Pessoas com 60 anos estão iniciando na carreira de escritor, de músico, de empreendedor. São carreiras diferenciadas daquelas que faziam na vida corporativa e é preciso planejamento para assumi-las. É preciso ter consciência de que o ambiente profissional que ela criou até a idade da aposentadoria ficou para trás, mas novas oportunidades estão se abrindo. Vai aproveitá-las quem planejou. Caso contrário, podem surgir as frustrações e até a depressão. Por isso, enquanto a pessoa estiver viva ela vai estar sempre planejando, entendendo que a carreira não é só o que ela faz na empresa, mas o que faz também como empreendedora ou como uma voluntária da comunidade que a cerca.

Por que algumas pessoas passam um bom tempo na empresa e não conseguem o reconhecimento. Como obter essa evolução?
Muitos profissionais ainda delegam o planejamento de suas carreiras à empresa, ao chefe e até ao colega de trabalho. É uma mentalidade muito paternalista. Isso não existe mais. Ninguém pode achar que o tempo de serviço o levará à supervisão, à gerência ou à direção. O mundo tornou-se dinâmico e a carreira profissional precisa acompanhar esse dinamismo. As empresas hoje são compradas, são vendidas, refundam seus objetivos e os profissionais têm de buscar o seu plano de carreira dentro deste cenário.

O marketing pessoal poderia ajudar neste caso? Como fazê-lo sem parecer pretensioso?
O marketing pessoal está muito ligado à competência de desenvolver network. Mas também é preciso ter o que mostrar. O marketing pessoal não se sustenta se não houver profissionalismo, no sentido de cumprir prazos, colaborar e aceitar colaboração, saber se comunicar, se apresentar, agir eticamente e gerar credibilidade.

O que é uma pessoa bem sucedida?
A definição é de uma pessoa que estabelece uma meta e a realiza. Tem pessoas que se realizam tendo cargos, outras que se realizam tendo dinheiro, outras se realizam tendo projeção social ou familiar. Mas como disse, o sucesso está relacionado à felicidade. Não adianta ter cargo e dinheiro se aquilo não traz felicidade. Uma pessoa bem sucedida é aquela que realiza aquilo que a deixa feliz.

Quais as consequências para a falta de planejamento de carreira?
É estar sempre frustrado e reclamando da situação. Se é empregado, reclama que a empresa não é boa, que o chefe não é bom, que os colegas não são legais. Porém, não consegue tomar nenhuma decisão de mudar aquele curso. Se é um empreendedor, reclama do governo, do mercado, do cliente, dos parceiros. Então, a pessoa que não se preocupa em definir o seu projeto de vida, quer seja profissional ou pessoal, vai viver sempre em constante reclamação e consequentemente infeliz.

O planejamento de carreira deve ser vinculado à empresa que trabalhamos ou deve ser independente?
Obrigatoriamente, ele deve também considerar a empresa em que se trabalha. Mas não pode se restringir à empresa. Tem de ser mais amplo. Senão, o profissional pode cair na armadilha de, se a empresa mudar e ele não acompanhar a mudança, ficar de fora do processo de carreira que havia planejado.

Dentro de uma carreira profissional, existe o fator sorte?
Não se poderia chamar exatamente de sorte. Mas se o profissional se planejou, tem competência para perceber os momentos adequados e enxerga uma situação propícia, ele tem uns 20% de chances a mais de atingir aquela meta do que outro que não se preparou para ter essa percepção. Trata-se da pessoa que trabalhou sua competência para aproveitar o melhor momento.

Existe um roteiro para um bom caminho na carreira profissional?
Sim. É bem simples: estar satisfeito com o que faz, estabelecer metas para que esta satisfação aumente, buscar ferramentas que aprimorem a competência, valorizar o relacionamento interpessoal e adquirir feeling para perceber as oportunidades.

Email da entrevistada: Assessoria de imprensa da ABRH-PR: osnibermudes@brturbo.com.br

Vogg Branded Content – Jornalista responsável Altair Santos MTB 2330

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