Paraná quer construir 1º aeroporto do Brasil para A380

17 de dezembro de 2015

Paraná quer construir 1º aeroporto do Brasil para A380

Paraná quer construir 1º aeroporto do Brasil para A380 1024 575 Cimento Itambé

Projeto do terminal encontra-se em fase de licenciamento ambiental e será construído na região da cidade de Ponta Grossa

Por: Altair Santos

O A380 é o maior avião do mundo. Pesa 575 toneladas e tem envergadura de quase 80 metros entre as asas. Por isso, requer terminais especiais para pousar e decolar. No Brasil, dia 14 de novembro de 2015, o aeroporto de Guarulhos-SP recebeu um voo-teste da aeronave. O terminal paulista precisou paralisar todos os outros pousos e decolagens para receber o avião. Sinal de que não suporta voos regulares do A380. Para que o país pudesse receber esse avião seria necessário construir pistas adaptadas a ele ou novos aeroportos. É o que pretende a Companhia Aeroportuária Campos Gerais, em Ponta Grossa, no Paraná.

Projeção do terminal de Ponta Grossa: capacidade para receber o maior avião do mundo

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O projeto, que envolve investimento integral da iniciativa privada, já se encontra na fase de licenciamento ambiental – etapa final do cumprimento dos requisitos legais para a implantação do empreendimento. O objetivo é construir um aeroporto entre os municípios de Ponta Grossa e Palmeira, ficando no meio do caminho entre as cidades do interior e a capital, Curitiba. Com o nome oficial de Aeroporto Internacional dos Campos Gerais, o terminal aéreo também já conta com a aprovação de organismos como ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) e CINDACTA/DECEA – ligados à aeronáutica.

O empreendimento será feito em quatro etapas. A primeira fase prevê a construção de duas pistas de pousos e decolagens, pátios de estacionamentos das aeronaves, armazéns e hangares para todo o tipo de cargas (secas, perecíveis, refrigeradas, congeladas, biológicas e em trânsito), além de um terminal de passageiros para atender a demanda inicial. O projeto prevê que se desenvolva no entorno do aeroporto um bairro logístico, capaz de receber um porto seco, também conhecido como Estação Aduaneira Interior (EADI), indústrias e galpões de armazenamento.

O custo estimado da obra é de R$ 3,5 bilhões. Segundo Edison Morozowski, presidente da Companhia Aeroportuária Campos Gerais, há investidores nacionais e internacionais interessados no projeto. Definido como o primeiro grande HUB (aeroporto comercial de transporte multimodal) do Brasil, o aeroporto irá abranger uma área de 50 quilômetros quadrados e envolverá 22 municípios do Paraná, integrando-se aos sistemas rodoviários e ferroviários existentes na região. “O aeroporto formará um complexo de distribuição e recepção de mercadorias no Paraná, com área de influência sobre os estados vizinhos”, diz Edison Morozowski.

Edison Morozowski (dir.), presidente da Companhia Aeroportuária Campos Gerais: aeroporto vai atender demandas dos estados vizinhos

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Pista especial

Para receber o A380, o aeroporto de Guarulhos-SP precisou de obras de adequação que foram coordenadas pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). O Centro de Tecnologia de Obras de Infraestrutura do IPT trabalhou especialmente no recapeamento de uma das pistas, que necessitou de pavimentação especial. A mistura asfáltica teve que atender requisitos especiais de aderência. Segundo Rubens Vieira, da Seção de Geotecnia do IPT, o contato pneu-pavimento é essencial nas operações de decolagem e de aterrissagem do A380, o que exige o monitoramento de índices como coeficiente de atrito e profundidade da macrotextura.

Esse controle de atrito é uma das principais características que diferencia a formulação das misturas asfálticas destinadas às pistas de aeroportos e as utilizadas em vias urbanas. “O revestimento da pista é fabricado com materiais pétreos retirados de pedreiras, que são britados e dosados, e em seguida esta combinação de agregados é misturada a um cimento asfáltico do petróleo de fórmula mais resistente do que a usual”, explica Vieira. Outra solução apontada pelo Laboratório de Materiais de Construção Civil do IPT é o uso de pavimento de cimento Portland, a qual deve ser aplicada no futuro aeroporto de cargas do Paraná.

Veja vídeo sobre o terminal de cargas

Entrevistado
Companhia Aeroportuária Campos Gerais (via assessoria de imprensa)
Contato: http://www.cacg.com.br/contacts.html

Créditos fotos: Divulgação/Ivan Bueno/AEN

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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