Para FMI, construção civil retoma crescimento em 2021

Dados do organismo internacional coincidem com previsões da Federação Interamericana da Indústria da Construção
3 de junho de 2020

Para FMI, construção civil retoma crescimento em 2021

Para FMI, construção civil retoma crescimento em 2021 1024 768 Cimento Itambé
É consenso entre as análises sobre a construção civil que setor terá crescimento negativo em 2020, mas retomará viés de alta em 2021. Crédito: Via Assessoria

É consenso entre as análises sobre a construção civil que setor terá crescimento negativo em 2020, mas retomará viés de alta em 2021.
Crédito: Via Assessoria

Estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI) prevê que a construção civil vai cair 5,2% no continente latino-americano em 2020, com boa perspectiva de retomada em 2021, podendo crescer 3,4%. O levantamento usa dados da Federação Interamericana da Indústria da Construção (FIIC) e se aproxima de levantamentos divulgados pela consultoria GlobalData, que estima retração de 5,5% do setor em 2020.

Antes da pandemia de Coronavírus, a projeção era que a construção na América Latina cresceria, em média, 2,3% neste ano. Porém, independentemente da queda prevista para 2020, o presidente da Federação Interamericana da Indústria da Construção (FIIC), Sergio Toretti, confia na retomada do crescimento em 2021. Por um simples motivo: o setor é fundamental para que a economia do continente supere a crise na pós-pandemia.

“Não há qualquer dúvida de que a construção será o vetor para superar a crise. Por várias razões. Primeiro, é um grande gerador de empregos; segundo, é um motor de reativação econômica muito importante e de efeito imediato, por causa do tamanho da cadeia produtiva que envolve. Vai desde grandes construtoras até microempresas prestadoras de serviço, passando por fabricantes de materiais e de equipamentos”, diz.

 No continente latino-americano, o maior declínio esperado é para a já combalida Venezuela, com expectativa de queda de 15%. Em seguida, virá a Argentina, cuja construção civil deve cair 10%, acompanhada de México e Brasil, que poderão retroceder entre 6% e 8%. Já os países onde o impacto será menor são Chile, Peru e Uruguai. Guatemala, El Salvador, Honduras e Paraguai também sentirão com menos força os danos da crise, estima a FIIC.

Infraestrutura pode ser promissora ferramenta para que governos gerem emprego

No continente latino-americano, o FMI avalia que o segmento voltado à construção habitacional deverá ter queda de até 50% nas vendas. No plano da infraestrutura, também se projeta um recuo equivalente a 45%. Porém, o Fundo Monetário Internacional considera que a infraestrutura pode ser uma promissora ferramenta para que os governos contratem mão de obra e alavanquem as economias de seus respectivos países. 

“A crise vai aumentar o déficit de infraestrutura em nosso continente. Isso obrigará ações conjuntas do setor público e do setor privado. É a única maneira de conseguir viabilizar obras, pois sozinho o poder público não terá recursos. Tampouco o setor privado. Será a oportunidade para produzir eficazes parcerias público-privadas em nossos países”, cita o presidente da Federação Interamericana da Indústria da Construção.

Apesar do otimismo emitido pela FIIC, a economista Dariana Tani, da GlobalData, acredita que os desafios não serão pequenos para a América Latina. “A demanda global mais lenta deve derrubar os preços das commodities e desvalorizar moedas. Também haverá queda significativa nos níveis de turismo e de serviços, aumentando o desemprego. São fatores que devem impactar a indústria da construção civil no curto prazo após a pandemia”, analisa a consultoria, em seu mais recente boletim. 

Entrevistado
Federação Interamericana da Indústria da Construção (FIIC) (via assessoria de imprensa)
GlobalData consultoria (via assessoria de imprensa)
Fundo Monetário Internacional (via assessoria de imprensa)

Contato
fiic@fiic.la
pr@globaldata.com
RR-BRA@imf.org

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

3 de junho de 2020

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