Obras de infraestrutura estimulam setor de seguro

25 de abril de 2014

Obras de infraestrutura estimulam setor de seguro

Obras de infraestrutura estimulam setor de seguro 640 478 Cimento Itambé

Know-how das seguradoras ajuda a mapear riscos das construções de grande porte, principalmente as envolvidas em licitações e realizadas em consórcio

Por: Altair Santos

Os altos investimentos em obras de infraestrutura no país têm feito o setor de seguros não apenas crescer, mas adotar novos modelos de relacionamento com a engenharia. As seguradoras estão indo além do que oferecer prêmios que estimulem as construtoras a proteger suas obras. Elas hoje se tornaram parceiras das etapas de construção, ofertando parceria na gestão de risco do empreendimento.

Carlos Almeida: gestão de risco dá maior segurança para tomar decisões durante a obra

Ao serem contratadas para segurar uma construção, as seguradoras passaram a utilizar uma ferramenta chamada de matriz de risco. A função é mapear as ameaças a que a obra está sujeita e propor tratamentos. “Sem conhecer e identificar os principais riscos, as soluções aplicadas podem conter falhas ou estar inadequadas para a exposição”, explica Carlos Almeida, diretor da Universal RE Seguros, e que recentemente palestrou no Sobratema Workshop 2014.

Segundo Almeida, a matriz de risco está diretamente relacionada com cumprimento de orçamento e cronograma de uma obra. “Ela traz informações que dão maior segurança para tomar decisões, pois minimiza o risco acidental, súbito e imprevisto. Na maioria das vezes, o que é mapeado é o elemento humano, mais do que o elemento físico. Já existe a convicção de que investir em elemento humano reduz a gestão de risco“, afirma o especialista, citando o monotrilho em construção em São Paulo-SP como exemplo de uma obra que implantou a matriz de risco.

De acordo com Carlos Almeida, há uma tendência ainda maior de que a gestão de risco seja cada vez mais abrangente por parte das seguradoras. O motivo é a probabilidade de a lei 8.666, que define o Regime Diferenciado de Contratação (RDC) passar a nortear todas as licitações públicas. Na essência, a lei, que foi criada para acelerar as obras dos estádios e de mobilidade urbana para a Copa do Mundo, tira do contratante – no caso o governo – o peso de assumir o risco da obra e transfere integralmente para a construtora.

Monotrilho em construção em São Paulo: obra em que o seguro ajudou a melhorar o desempenho do canteiro de obras

Mais produtividade
Outro fator que acelera a busca por esse modelo de seguro é o posicionamento das construtoras brasileiras em alcançarem o máximo da produtividade e competitividade em suas obras. “Sem conhecer e identificar os principais riscos, as soluções aplicadas podem conter falhas ou estar inadequadas para a exposição”, explica Almeida, completando que a correta elaboração da matriz de riscos vai assegurar que a obra tenha andamento previsível, seguro e sem sobressaltos. “Surpresas desagradáveis podem ser evitadas.”

No entender do especialista, essa preocupação das empresas ligadas à construção civil em apresentar melhor performance está ligada à expectativa do mercado, que projeta o investimento de R$ 1,19 trilhão em obras de infraestrutura até 2018, sobretudo em segmentos como óleo e gás, transporte, energia e saneamento. Isso faz o mercado de seguros de risco de engenharia viver um momento de aquecimento. Entre 2010 e 2011, a carteira mais que dobrou, indo de R$ 460 milhões a R$ 912 milhões. Estabilizou em 2012 e 2013, mas o setor avalia que avançará fortemente nos próximos quatro anos.

Entrevistado
Engenheiro mecânico Carlos Eduardo Almeida, graduado pela Brigham Young University-EUA e atualmente diretor da Universal RE Corretores de Resseguro
Contato: carlos.almeida@universalre.com.br

Crédito Foto: Divulgação/SPTrans/Cia. Cimento Itambé

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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