Momento serve de estímulo às tecnologias do concreto

Presidente da ABESC revela que existe muito espaço para que o Brasil avance no emprego de boas práticas de concretagem
23 de abril de 2020

Momento serve de estímulo às tecnologias do concreto

Momento serve de estímulo às tecnologias do concreto 1024 397 Cimento Itambé
Após a pandemia, expectativa é que construtoras se tornem mais seletivas e busquem concreteiras capacitadas. Crédito: Banco de Imagens

Após a pandemia, expectativa é que construtoras se tornem mais seletivas e busquem concreteiras capacitadas.
Crédito: Banco de Imagens

Em web seminário, o presidente da ABESC (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem), Jairo Abud, faz uma análise do setor de concreto no Brasil em período de pandemia de Coronavírus. O dirigente destaca que o momento pode servir para que a construção civil empregue melhor as tecnologias disponíveis para a concretagem – e também para agregar novas tecnologias. “Em média, o Brasil bombeia hoje 6 m3 por hora na obra. Nos Estados Unidos e na Alemanha, esse volume chega a 40 m3. Isso mostra o quanto podemos avançar no emprego das tecnologias e das boas práticas de concretagem, a fim de obter ganhos de produtividade”, diz. 

Abud avalia que após a pandemia as construtoras tendem a se tornar mais seletivas e buscar concreteiras capacitadas para fornecer tecnologias que tragam ganhos de qualidade, de tempo e de custos para as obras. “Algumas concreteiras no Brasil não têm sequer um engenheiro responsável”, lamenta. Ele também sugere que, para melhorar a produtividade na concretagem, sejam adotadas soluções diferentes das praticadas atualmente. “Em vez de contratar o equipamento de bombeamento por metro cúbico (m3) deveria se contratar por hora. Isso certamente levaria a um ganho de produtividade”, diz. O presidente da ABESC também entende que a remuneração pelo fck (resistência) do concreto seria algo que poderia ser implantado no Brasil.

Recomendação é que entrega do concreto na obra siga protocolos internacionais de saúde

Sobre o impacto da crise gerada pela pandemia de Coronavírus no setor de concreto, Jairo Abud explica que o segmento será atingido nas suas projeções de crescimento e também na redução de prazos imposta às concreteiras. “O setor de concreto vinha de 6 anos de recessão e 2020 era um ano muito promissor. Em 2019, já estávamos acelerando. Na média, o crescimento chegou a 7,5% entre nossas associadas, ou seja, quando o PIB do país sobe, o do concreto sobe mais. Porém, quando o PIB nacional cai, o setor do concreto cai mais que o PIB. É que a autoconstrução substitui o serviço de concretagem e isso impacta também no capital de giro das concreteiras. Por exemplo, nessa crise alguns fornecedores de insumos estão reduzindo os prazos, o que tem exigido mais fôlego financeiro das empresas de concretagem”, revela.

O presidente da ABESC comenta ainda que o setor de concreto estava muito confiante de que as obras de infraestrutura viessem fortes no 2º semestre, mas ele acredita que isso não deverá acontecer. “A tendência é que o consumo de concreto siga concentrado no setor imobiliário”, avalia. O dirigente também cita que, sob o ponto de vista de risco de contaminação na obra, a entrega do concreto está bem protegida. “Estamos seguindo os mesmos protocolos estabelecidos pela Federación Iberoamericana del Hormigón Premezclado, pelo National Ready Mixed Concrete Association e pela European Ready Mixed Concrete Organization. Além disso, o motorista trafega sozinho no caminhão-betoneira, o que minimiza o risco de contaminação”, conclui.

Assista ao vídeo com a participação do presidente da ABESC (a partir de 31min)

Entrevistado
Reportagem com base no web seminário  “Perspectivas pós-Covid-19”, com participação do presidente da ABESC (Associação Brasileira das Empresas de Serviços de Concretagem), Jairo Abud

Contato
abesc@abesc.org.br
todospelaconstrucao@ethos.solutions

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

23 de abril de 2020

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