Miniaturas das edificações desempenham contundente estratégia de marketing sensorial e têm forte influência no momento da compra
Por: Altair Santos
O novo mercado imobiliário, onde boa parte dos negócios é fechada com os imóveis ainda na planta, ganhou um componente decisivo nas vendas: as maquetes. As miniaturas das edificações passaram a desempenhar contundente estratégia de marketing sensorial, pois o detalhamento de suas construções consegue transmitir a informação exata dos empreendimentos. Esse realismo transfere credibilidade e segurança ao comprador, segundo explica Fábio Fogassa, diretor-geral da Adhemir Fogassa Maquetes. “Ela mostra a realidade antes de existir e ajuda o investidor a se imaginar dentro do local depois de pronto. Enfim, mostra o sonho fisicamente e não apenas por imagens”, diz.

Vila olímpica do Rio de Janeiro: maquete influenciou na decisão do COI em escolher a cidade para sediar Olimpíadas de 2016.
Construídas com tecnologia, as maquetes contam com máquinas de corte a laser, integradas a resinas, cores e materiais de acabamento, que permitem que elas cheguem o mais próximo possível da realidade. São elementos que possibilitam, em escala reduzida, reproduzir acessórios com aparência de vidro, mármore, pedra, cimento, azulejo ou madeira, o que ajuda a simular qualquer tipo de ambiente em áreas internas e externas. “Com a tecnologia disponível hoje, uma maquete consegue ser 100% fiel à edificação que será construída”, afirma Fogassa, lembrando ainda que a qualificação da mão de obra também tem sido decisiva nesta evolução.
Um maquetista – nome do profissional que fabrica maquetes – leva cerca de cinco anos para aprender todas as técnicas. Atualmente há estudantes de arquitetura e designer investindo nesta qualificação, mas a maioria que atua no país não passou por cursos ou universidades. “São práticos com vocação artística, que aprenderam a profissão fazendo”, revela Fábio Fogassa, atribuindo à computação um peso relevante na construção das maquetes produzidas atualmente. “Antes da participação das novas ferramentas, a empresa produzia 25 maquetes em um mês, contando com o trabalho de 140 funcionários. Hoje, com os equipamentos avançados, são 170 maquetistas em ação, produzindo três vezes mais para atender a demanda do mercado, que não para de crescer”, observa.
O custo médio de uma maquete depende da demanda de trabalho. Há casos em que pode custar tanto quanto um apartamento, chegando a R$ 3 milhões. Na média, elas têm o valor de R$ 10 mil a R$ 30 mil, dependendo da região do país em que são fabricadas. “Uma maquete custa para o nosso cliente uma porcentagem insignificante do valor dos imóveis que ela vai ajudar a vender”, ressalta Fogassa. Um exemplo clássico é a maquete da vila olímpica do Rio de Janeiro, feita para a candidatura da cidade às Olimpíadas de 2016. A miniatura, que custou R$ 230 mil, foi decisiva para que o COI (Comitê Olímpico Internacional) definisse a sede.
Esta e outras maquetes produzidas pela Adhemir Fogassa Maquetes são mantidas como obras de arte pelos clientes. Na maioria das vezes, porém, os materiais são reciclados, permitindo abatimento no custo e produção mais rápida de outras miniaturas. Há fabricantes de maquete que também estão investindo em materiais reciclados, como garrafas pet e embalagens tetra pak, para fabricar seus produtos.
Entrevistado
Fábio Fogassa, diretor-geral da Fogassa Maquetes
Currículo
Fábio Fogassa herdou a técnica de construção de maquetes do pai, Adhemir Fogassa. Atua no setor desde os oito anos de idade e recentemente sucedeu o pai na administração da empresa
Contato: maquetes.com.br/contato
Créditos fotos: Divulgação/Adhemir Fogassa Maquetes