Empresas especializadas detectam eventuais defeitos em construções e ensinam os proprietários a se adequar à Norma de Desempenho
Por: Altair Santos
O prédio está pronto, mas para liberá-lo para os futuros moradores é preciso que a construtora promova a limpeza pós-obra em cada uma das unidades e nas áreas comuns da edificação. O procedimento correto abre caminho para que o ciclo de vida da construção comece dentro dos padrões definidos pela boa engenharia. Resíduos de argamassa na parede ou restos de cimento no contrapiso podem, por exemplo, comprometer pinturas ou a colocação de pisos de madeira, cerâmicas ou porcelanatos.

Valdenice Marçal: Norma de Desempenho abriu um novo nicho para empresas especializadas em limpeza pós-obra
Há casos também em que defeitos na obra são identificados somente depois da limpeza integral do prédio. “Não é incomum detectar problemas durante a limpeza pós-obra. Após a remoção de poeiras e entulhos alguns defeitos podem aparecer. Por isso, durante a operação, mantemos um supervisor operacional em período integral coordenando e direcionando o trabalho da equipe. Ele é treinado com noções de construção civil e orientado a relatar os defeitos ao engenheiro responsável”, explica Valdenice Marçal, dona da Líder Limpeza Pós-Obra.
A limpeza de um edifício de cinco a dez pavimentos leva, em média, de 10 a 15 dias para que toda operação pós-obra seja realizada. “Primeiro, é removida a poeira, seguida da remoção de respingos de tinta, de gesso e de cimento em pisos frios e vidros. Também são limpos janelas, caixilhos, portas e batentes. Em seguida, a lavagem e a desinfecção de sanitários. O cliente final recebe o imóvel sem nenhum resquício de obra”, diz a empresária.
Norma de desempenho
Para esse tipo de limpeza pesada existem equipamentos apropriados, como máquinas de lavagem a seco, lavadoras de alta pressão e enceradeiras industriais, além de instrumentos próprios para limpeza. “É preciso também o emprego de mão de obra treinada. Por isso, as construtoras hoje preferem contratar empresas especializadas”, diz Valdenice Marçal, completando que a limpeza pós-obra é diferente de limpeza e conservação de ambientes. “Por isso, se faz necessário oferecer treinamento específico aos colaboradores.”
A ABNT NBR 15575: 2013 – Edificações habitacionais – Desempenho – também mudou os procedimentos na limpeza pós-obra. As empresas contratadas são estimuladas pelas construtoras a detectar problemas, principalmente em paredes, pisos e janelas, que estão diretamente ligados aos desempenhos térmico e acústico. Além disso, passaram a continuar na obra, mesmo quando os moradores já estão habitando as unidades. O objetivo das construtoras é usá-las para orientar os moradores a realizar a manutenção correta dos imóveis – um dos itens da norma técnica. “Isso abriu outro nicho de trabalho para quem realiza limpeza pós-obra”, finaliza a especialista.
Entrevistada
Valdenice Marçal, empresária e dona da Líder Limpeza Pós-Obra
Contato:
valdenice@liderlimpeza.com

Na limpeza pós-obra, trabalhadores são treinados para procurar defeitos na construção e comunicar engenheiro responsável
Crédito Fotos: Divulgação/Líder Limpeza