Uma laje desabou em uma obra dentro da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no norte do Paraná, no dia 25 de junho, de acordo com o Corpo de Bombeiros. O acidente teria ocorrido às 9h30 da manhã, no Bloco Q-07, e cinco trabalhadores ficaram feridos.
Durante a ocorrência, houve o desabamento da última laje da construção e os trabalhadores que estavam na parte debaixo da obra foram atingidos, segundo o Corpo de Bombeiros.
Na hora da concretagem da última laje, ainda vazia, as escoras não aguentaram e o conjunto de caixaria e ferragem ruíram, de acordo com informações da UEM. No entanto, as causas do acidente ainda estão sendo apuradas.
Causas de desabamento de lajes em obras
Embora as razões que causaram o desabamento ainda sejam desconhecidas, segundo Fabiana Albano, engenheira civil e diretora do Ibape/SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo), este tipo de acidente em obras pode ser causado por vários fatores: subdimensionamento do cimbramento/escoramento que não suporta o peso próprio da laje; pode ser ocasionado por fôrma sem a resistência necessária; descimbramento antes da cura do concreto; ou subdimensionamento da própria laje.
Para evitar este tipo de situação, Fabiana aponta que as estruturas devem sempre ser projetadas e acompanhadas de um profissional técnico responsável e habilitado. Da mesma forma, devem ser tomadas as devidas providências quanto à regularidade legal (licenças, ART, RRT e outros pertinentes).
Igualmente, Fabiana lembra que é fundamental ter um projeto que atenda às normas técnicas de projeto e execução. “Além disso, é preciso respeitar o tempo de cura do concreto, atendimento às normas de segurança do trabalho para evitar acidentes de trabalho, controle tecnológico de resistência do material e nunca (jamais!) utilizar aqueles projetos padrões oferecidos por fornecedores de lajes pré-fabricadas. É essencial a consulta ao cálculo estrutural”, pontua Fabiana
Sobretudo, para identificar este tipo de problema durante a obra, Fabiana indica verificar as “flechas”, que são aqueles abaulamentos (barrigas) que se formam no meio do vão, fissuras e trincas quando já desenformado. Outra medida importante é avaliar se foram previstas as amarrações entre os elementos (lajes e vigas). “Quando o cálculo estrutural é feito, isso é detalhado”, alerta Fabiana.
Fonte
Fabiana Albano é engenheira civil e diretora do Ibape/SP (Instituto Brasileiro de Avaliações e Perícias de Engenharia de São Paulo).
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