Inovar não é modismo, mas fundamental à construção civil

Brasil vive ambiente favorável para as construtechs, afirma o “Bill Gates curitibano”, Marcel Malczewski
27 de março de 2019

Inovar não é modismo, mas fundamental à construção civil

Inovar não é modismo, mas fundamental à construção civil 1000 667 Cimento Itambé
Marcel Malczewski

Marcel Malczewski: construtechs devem se concentrar em soluções que tenham como foco a redução custos. Crédito: Prefeitura de Curitiba

Em palestra no seminário “Novas Perspectivas no Mercado Imobiliário”, Marcel Malczewski, fundador da empresa de tecnologia Bematech e CEO da M3 Investimentos, afirmou que investir em inovação é uma necessidade vital para as empresas – principalmente, as ligadas à construção civil. Ele citou cases como a CONAZ e a AMBAR Brasil, construtechs que agregaram sistemas novos à forma de se construir. Ambas trabalham para transformar o canteiro de obras em linha de produção, melhorando a cadeia de suprimentos e investindo na indústria de pré-fabricados de concreto. Com a palestra “Inovar é preciso… e você não tem mais escolha”, Marcel Malczewski revela também como entrou para o mundo das startups da construção civil.

Apelidado de “Bill Gates curitibano”, Marcel Malczewski aderiu a um mercado que só faz crescer no Brasil. Atualmente, existem no país 350 startups ligadas aos setores da construção civil e imobiliário no país. A porta de entrada para que investisse neste segmento foi a CONAZ – construtech de Florianópolis-SC voltada para a orçamentação e a tomada de preços para pequenas e médias construtoras. Santa Catarina, aliás, destaca-se no mercado de construtechs. O estado também é sede da Welob, que atua no planejamento e no controle de obras. O empreendedorismo catarinense em inovação só fica atrás de São Paulo, onde a USP tem papel importante no fomento a startups, através do Cietec (Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia), a incubadora de empresas da Universidade de São Paulo.

Target das construtechs é atuar na desintermediação das várias etapas de uma obra

Marcel Malczewski lembra que o target das construtechs é atuar na desintermediação de processos nas várias etapas de uma obra. “Basicamente, elas buscam soluções para aumentar a produtividade”, diz. Partindo deste princípio é que a AMBAR Brasil se transformou na construtech mais bem sucedida do país. A empresa, que tem sede em São Carlos-SP, faturou 100 milhões de reais em 2018 e está avaliada em mais de 230 milhões de reais. A startup da construção criou um processo batizado de “full installation”. Ele diminui o tempo de produção, a quantidade de mão de obra necessária, melhora a qualidade e minimiza desperdício de materiais. O segredo está na prioridade que se dá aos produtos industrializados e à instalação modular, a fim de transformar o canteiro de obras em uma linha de montagem.

Para Malczewski, o Brasil vive o melhor momento para startups e construtechs. Porém, ele orienta quem pretende empreender nesse nicho. “Pense em um produto ou solução que tenha como foco a redução de custos de alguma etapa da obra que as grandes construtoras não conseguem resolver”, diz. Quanto à disponibilidade de recursos, ele assegura que uma boa ideia sempre vai conseguir atrair investidores. “Hoje, há mais dinheiro disponível do que projetos realmente inovadores e que podem ter escala. Além disso, a tecnologia está disponível para todos. Muito diferente de quando fundamos a Bematech, nos anos 1980”, recorda o palestrante.

Entrevistado
Reportagem com base na palestra “Inovar é preciso… e você não tem mais escolha”, de Marcel Malczewski, ocorrida dentro do seminário “Novas Perspectivas no Mercado Imobiliário”

Contato: contato@m3invest.com.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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