Indústria busca competitividade em concretos de alto desempenho

Em parceria com universidades e centros de pesquisa, Abcic quer fomentar a aplicação de materiais como o CUAD e o CRF no setor de pré-fabricados
14 de junho de 2018

Indústria busca competitividade em concretos de alto desempenho

Indústria busca competitividade em concretos de alto desempenho 1023 768 Cimento Itambé
Em Iowa, nos Estados Unidos, as rodovias com pavimento de concreto estão sendo restauradas com CUAD. Crédito: Iowa Department of Transportation

Em Iowa, nos Estados Unidos, as rodovias com pavimento de concreto estão sendo restauradas com CUAD. Crédito: Iowa Department of Transportation

A construção industrializada do concreto prepara-se para dar um novo salto tecnológico no Brasil. Nos próximos anos, a meta é desenvolver estruturas com concretos cada vez mais resistentes. “Nosso objetivo será focar especialmente nos concretos de resistência ainda mais elevadas, como o de 60 MPa. Assim como já consolidamos o autoadensável, chegaremos lá também”, diz o novo presidente do conselho estratégico da Abcic (Associação Brasileira da Construção Industrializada do Concreto) José Antonio Tessari.

O conselho estratégico da Abcic é responsável por definir ações para a evolução e desenvolvimento do setor de pré-fabricados, em concordância com os interesses das empresas que compõem a cadeia produtiva e, ao mesmo tempo, o quadro associativo. Para José Antonio Tessari, a competitividade do setor passa pelo CUAD (Concreto de Ultra Alto Desempenho). A fim de atingir a excelência nesses materiais, a associação age paralelamente com as universidades e os centros de pesquisa.

Atualmente, a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), a Universidade de São Paulo (UFSC) e a PUC Campinas-SP são as referências em estudos com esses concretos especiais. Na UFSC, o professor Wellington Longuini Repette está à frente de aplicações que usam o Concreto de Ultra Alto Desempenho (CUAD) e as oportunidades do material na indústria de pré-fabricados. Na PUC Campinas, o professor Marco Cárnio aborda o material conhecido como Concreto Reforçado com Fibras (CRF), adequando-o às práticas recomendadas pelo IBRACON, pela ABECE e pela normalização brasileira.

Nos EUA, CUAD já é utilizado para overlay de pavimentos de concreto

Na USP, o professor Antonio Domingues de Figueiredo, professor associado da Universidade de São Paulo (USP), tem o foco de suas pesquisas nos desafios que se impõem à indústria de pré-moldados com a chegada destes novos materiais. Segundo Íria Doniak, presidente executiva da Abcic, não há como pensar no futuro da indústria de pré-fabricados de concreto sem focar nos benefícios que esses tipos de concreto trazem para a construção industrializada. “Os concretos especiais, o CRF e o CUAD, são tendência internacional para determinadas aplicações na indústria. Eles possibilitam melhorar o desempenho de elementos estruturais e permitem o desenvolvimento de elementos mais esbeltos, proporcionando a redução de peso dos elementos, ampliando, dessa maneira, a competitividade do sistema construtivo”, explica.

Principalmente em países asiáticos e nos Estados Unidos, o CUAD já se tornou referência para a construção de pontes e viadutos. Recentemente, a engenharia norte-americana passou a testar o material em restauração de pavimentos de concreto, usando a técnica conhecida como overlay (restauração de pavimento em concreto com outra camada de concreto). O objetivo é proteger a estrutura das estradas de patologias desencadeadas pelo uso de sal no descongelamento da neve. No pavimento comum, o cloreto de sódio consegue penetrar e causar danos nos vergalhões, o que não ocorre com o CUAD.

Entrevistado
Entrevista com base em publicações da Abcic (Associação Brasileira da Construção industrializada do Concreto)

Contato
abcic@abcic.org.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330
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