Foi divulgada no final de junho mais uma edição da pesquisa Índice, realizada pela Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção). O estudo mensal é elaborado pela FGV (Fundação Getulio Vargas) e apresenta os dados de faturamento deflacionado do setor de materiais de construção.
O relatório mostra que maio de 2023 registrou aumento de 0,3% no faturamento em comparação com o mês anterior, abril. Já em relação ao mesmo mês de 2022 houve retração de 5,6%. Sobre o faturamento dos materiais básicos, estima-se uma diminuição de 1,5%, enquanto os materiais de acabamento apresentaram queda de 11,6% na comparação com abril deste ano.
De acordo com o estudo, a estimativa (ainda preliminar) do faturamento de 2023 foi revista para baixo, passando a apontar uma contração de 1%. “A produção formal não tem conseguido compensar a retração observada nas vendas do varejo”, diz a nota oficial.
O Índice Abramat também apresentou os dados revisados de abril de 2023, quando o faturamento total deflacionado dos materiais de construção teve queda de 3,6% na comparação com março – e retração de 4,7% em relação ao mesmo mês do ano passado. No período, os materiais básicos tiveram contração de 1,6%, com diminuição de 9,5% para os materiais de acabamento, de acordo com a base de comparação interanual.
Expectativas das empresas sobre o setor
Também acabou de ser divulgado o último Termômetro Abramat, referente a junho. O estudo mensal qualitativo é conduzido pela equipe da entidade e mostra as perspectivas e expectativas das lideranças das empresas associadas sobre o desempenho da indústria de materiais de construção.
A pesquisa de opinião indica que as empresas seguem otimistas, mas cautelosas, em relação aos resultados de junho. Para 39% dos associados da Abramat, o mês apresentará resultado bom, enquanto 35% apontam o período como regular. As expectativas para julho melhoram: 52% das empresas estimam resultado bom, e, 35%, desempenho regular. Já em relação a maio, cujos dados mostraram resultado positivo para o setor, 39% disseram ter obtido resultados bons. Para 30%, o mês foi regular, e, para 9%, ruim.
Segundo o estudo, as pretensões de investimento em junho de 2023 apresentam queda, com redução de 2% em relação ao mês anterior, refletindo a incerteza em relação à retomada dos investimentos projetados para este ano. Os dados revelam que 61% das indústrias de materiais indicam que devem investir nos próximos 12 meses, seja para o aumento da capacidade produtiva, seja na modernização dos meios de produção. Em junho do ano passado, este indicador era de 74%.
“Notamos que a indústria de materiais de construção continua otimista, porém cautelosa, em relação aos rumos econômicos do Brasil”, avalia Rodrigo Navarro, presidente da Abramat. “Por um lado, temos o governo federal atuando em prol do setor com os novos moldes do Minha Casa, Minha Vida, do programa Mãos à Obra, da manutenção do Construa Brasil e com a expectativa de lançamento do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Por outro, temos uma taxa de juros elevada (Selic em 13,75%) e reformas estruturantes, como a tributária, ainda por avançar, fazendo com que nossos associados sigam precavidos.”
Fontes
Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção)
Jornalista responsável
Fabiana Seragusa
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