Evento realizado recentemente em Blumenau-SC discutiu rompimento com paradigma econômico para que setor volte a crescer no Brasil
Por: Altair Santos
A Feira Brasileira de Fabricantes da Construção Civil (Fabricon), realizada entre 20 e 24 de maio em Blumenau-SC, confirmou uma tendência que se consolida em eventos deste porte: a de que os expositores querem atrair o público certo, para fechar negócios. “Diante da crise, as feiras têm sido usadas como ferramentas de venda e não de marketing institucional, para reafirmar a marca. Assim, o objetivo é mobilizar quem realmente quer comprar e, dentro do evento, realizar promoções que, de fato, concretizem negócios”, afirma Júlio César de Oliveira, diretor da Via Ápia Eventos – empresa promotora da Fabricon e da Fenahabit.

Júlio César de Oliveira, da Fabricon: debater alternativas para romper com juros altos é saída para cadeia produtiva da construção civil.
O evento em Blumenau mostrou a disposição dos expositores em baixar preços. Para vendas realizadas dentro da feira, fabricantes de maquinários e fornecedores de serviços e produtos conseguiram linhas de crédito mais baratas e ofereceram descontos entre 10% a 15% para quem comprasse à vista. “Este ano, as feiras envolvendo a cadeia produtiva da construção civil terão essa tendência: a de criar um viés contrário ao dos juros e dos preços altos. Isso é uma forma, mesmo que limitada ao ambiente da feira, de demonstrar que é possível propor uma quebra nos juros altos, através de linhas de crédito alternativas”, explica Júlio César de Oliveira.
Esse modelo fez com que a Fabricon fechasse negócios na ordem de R$ 120 milhões. O valor superou em 20% a expectativa inicial. Durante os cinco dias da feira, 86 expositores de mais de 150 marcas receberam 21.900 visitantes. “É a demonstração de uma nova tendência das feiras em períodos de crise. Elas investem no credenciamento online, direcionando o foco para especialistas, corpos técnicos e áreas comerciais das empresas, que são realmente os que fecham negócio. Isso, combinado com um ambiente favorável para comprar, através de promoções e linhas de crédito mais baratas, ainda que momentâneas, tende a fazer das feiras um ambiente com menos público, mas com mais negócios fechados”, avalia o promotor da Fabricon.

Feira realizada em Blumenau apresentou inovações, como aditivos que aceleram secagem da argamassa para assentar tijolos.
Inovações
Em 2015, as feiras – em especial as relacionadas com a cadeia produtiva da construção civil – tendem a investir maciçamente em inovações. “No caso da Fabricon, tudo que gerasse mais produtividade e menor tempo para a conclusão da obra atraiu mais interessados. Os construtores estão em busca de soluções tecnológicas que os façam ganhar tempo e reduzir custos. Isso também é uma forma de baratear o preço final e fugir dos juros altos”, entende Júlio César de Oliveira.
Entre os produtos expostos na Fabricon, os que obtiveram maior volume de venda foram argamassas de secagem rápida e para acabamento – boa parte delas produzidas em fábricas instaladas em Santa Catarina. À base de cimento, combinado com aditivos que aceleram a evaporação da água, o material serve tanto para assentar tijolos cerâmicos e blocos de concreto quanto para fazer o reboco e o acabamento final de paredes de vedação.
Foram expostas três linhas de produtos. A mais potente é recomendada para fixar portas e janelas, grades, motores de portões, ganchos e suporte de máquinas elétricas. Uma segunda linha é indicada para tampar furos originários de quadros afixados em paredes e recuperar quinas danificadas ou fissuras. Outro tipo de produto é usado para preencher buracos em ambientes internos e externos, fixar eletrodutos e canos hidráulicos e ainda se mostra eficiente para fixação de buchas.
Entrevistado
Júlio César de Oliveira, diretor da Via Ápia Eventos – empresa promotora da Fabricon e da Fenahabit
Contato
www.viaapiaeventos.com.br/feirafabricon
www.facebook.com/fenahabitfabricon
@Fenahabit
Créditos fotos: Divulgação/Fabricon