Seminário realizado discutiu racionalização de custos, conformidade técnica, desempenho e durabilidade do insumo
A PINI realizou, no mês de abril, em São Paulo, o seminário Projeto e Execução de Estruturas de Concreto. O evento discutiu temas como a racionalização de custos, conformidade técnica, desempenho e durabilidade do insumo. O público, que lotou o auditório do Centro de Convenções Milenium, conferiu palestras de cinco profissionais reconhecidos no mercado nacional. Confira, a seguir, os principais destaques do encontro:
Estudos e tecnologia do concreto
A primeira palestra foi ministrada por Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, coordenador da pós-graduação em Engenharia Civil da UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul) e diretor regional do Ibracon (Instituto Brasileiro do Concreto).
Segundo Luiz Carlos, não há, no Brasil, estatísticas e dados suficientes sobre o concreto. Há necessidade, por exemplo, de novos modelos sobre a fadiga do material. Na opinião do diretor do Ibracon, o conhecimento de tais informações seria fundamental para o melhor uso do concreto, face à sua crescente complexidade.
O palestrante também discorreu sobre as tendências tecnológicas, com destaque para três concretos: o ultra high strength (UHSC), o autoadensável (CAA) e o com fibras. Além disso, ele destacou o monitoramento do concreto, com sensores e acompanhamento de sua vida útil, como uma prática que deve crescer nos próximos anos.
Software
A segunda palestra do dia, realizada pelo sócio-fundador da Cia de Engenharia Civil, Virgílio Augusto Ramos, destacou as tendências de projeto de estruturas de concreto no Brasil. Segundo o engenheiro, o uso do BIM (Building Information Modeling) segue como a principal evolução em softwares. O aplicativo exibe no projeto arquitetônico cada elemento da construção, com seu material, medidas e especificações.
Normalização
A superintendente do CB-18 (Comitê de Cimento, Concreto e Agregados da Associação Brasileira de Normas Técnicas), Inês Laranjeiras Battagin, destacou as normas e aspectos de durabilidade, resistência e desempenho relacionados às estruturas. Inês falou sobre a norma ABNT NBR 15900, de Água de Amassamento do Concreto, que, segundo ela, é melhor e mais completa que a internacional ISO.
Também observou a publicação da Normalização Brasileira de Concreto Autoadensável (CAA), prevista para maio. “O CAA precisa de um impulso no Brasil, é uma tecnologia fenomenal”, disse.
A nova Norma de Desempenho, no entanto, foi o assunto que mais prendeu a atenção dos ouvintes. Esta norma, que entra em vigor em maio, trata das exigências mínimas de conforto e segurança dos usuários de edifícios de até cinco pavimentos. Segundo Inês, a norma tem grande valor, mas ainda precisa ser complementada.
Pré-moldados
Com o tema Novas Aplicações e o Futuro dos Pré-Moldados de concreto no Brasil, o sócio-diretor do Empório do Pré-Moldado, Francisco Pedro Oggi, ressaltou o momento de transição pelo qual o mercado da construção atravessa no Brasil. Oggi apresentou diversas obras em que os pré-moldados viabilizaram grande estrutura, construção rápida, grandes espaços e extrema redução de mão de obra.
Uma grande crítica do engenheiro, no entanto, é a falta de visão sistêmica dos profissionais do setor com relação a projeto, materiais e mão de obra. De acordo com Oggi, para que o país atinja uma organização industrial, processo sem volta na construção, são necessários sistemas completos, “perfeitamente engenheirados, que tenham como objetivo final a unidade pronta”, afirmou.
Racionalização da obra
O diretor técnico da Cyrela, Carlos Zorzi, fechou o evento com a apresentação de casos de execução de estruturas de concreto na construtora. Zorzi apontou diretrizes que promovem a racionalização da obra, como a construtibilidade da estrutura e a otimização das fôrmas.
Segundo ele, o ciclo de execução da estrutura de concreto na empresa dura cinco dias. Um detalhe considerado importante para a empresa é o uso de fôrmas de madeira pintadas, para atribuir um valor de “equipamento” junto aos operários. Zorzi ressaltou, ainda, que a mão de obra da construtora é própria e não terceirizada. Para ele, a mão de obra na construção civil vai ficar cada vez mais difícil e cara, fato que deve acelerar, de uma forma geral, o processo de industrialização dos canteiros.
Fonte: PiniWeb – Site da construção civil, engenharia e arquitetura no Brasil
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