Pesquisa da consultoria KPMG aponta que setor precisa estar prevenido contra vulnerabilidades geradas por juros altos e crescimento econômico baixo
Por: Altair Santos
Pesquisa coordenada pela KPMG no Brasil ouviu executivos de instituições financeiras, investidores e empresários para diagnosticar o momento econômico do país e seus reflexos na produção industrial. Em um dos questionamentos do estudo, foi perguntado quais os três setores mais vulneráveis a um cenário de incertezas. Dos entrevistados, 28% responderam que será o segmento imobiliário e da construção civil, 24% apontaram as montadoras e as autopeças e 16% o de energia (geração, transmissão e distribuição).
A KPMG também perguntou aos especialistas sobre as expectativas em relação ao cenário econômico do Brasil. A maioria (43%) disse acreditar que as taxas elevadas de juros e o crescimento baixo do PIB devem se manter até 2016. “Ainda segundo o levantamento, 90% dos pesquisados acreditam que a taxa básica de juros deve permanecer no mesmo patamar ou aumentar até o final de 2015. Isso gera uma insegurança econômica que traz como consequências aperto da concessão de crédito e uma tendência de aumento nos pedidos de recuperação judicial”, analisa André Schwartzman, um dos sócios da KPMG no Brasil.
O estudo procurou filtrar também como as empresas tendem a blindar seus desempenhos de uma eventual insegurança econômica. Na pesquisa, grande parte respondeu que a solução está na gestão dos negócios. “Isso se reflete diretamente na visão que os executivos têm do que deve ser feito para que as companhias sejam bem-sucedidas. Quarenta e um por cento acreditam que profissionalização da gestão e melhor governança corporativa são fundamentais, seguido por um eficiente sistema de controle, em especial financeiro, citado por 34%”, observa Schwartzman.
Fortalecimento das parcerias
Para os especialistas que participaram da pesquisa, há uma possibilidade real de aumento no número de pedidos de recuperação judicial nos setores mais vulneráveis. Por isso, eles reforçam que as empresas devem aprimorar suas gestões. Tudo isso está diagnosticado no estudo, o qual avalia que os problemas gerados internamente no controle da administração (42%) e um desequilíbrio entre fatores internos e externos (43%) são os principais motivos que levam uma empresa a entrar em estágio de crise.
Para evitar esse cenário, a recomendação de André Schwartzman é que as corporações fortaleçam suas parcerias. “Empreendedores, bancos, investidores, dentre outros, devem ter uma parceria integrada, atuar em conjunto e adaptar suas práticas para, dessa forma, utilizar suas competências com o objetivo de evitar crises e manter o valor das empresas”, finaliza.
Confira aqui a íntegra da pesquisa
Entrevistado
André Schwartzman, sócio da KPMG no Brasil, graduado em administração de empresas pela Fundação Getúlio Vargas e com MBA na Fundação Dom Cabral e na Kelogg-Northwestern (EUA)
Contato
aschwartzman@kpmg.com.br
http://br.linkedin.com/in/andresch
Créditos Fotos: Divulgação/KPMG