Novo presidente do CREA-PR prioriza a fiscalização

12 de dezembro de 2011

Novo presidente do CREA-PR prioriza a fiscalização

Novo presidente do CREA-PR prioriza a fiscalização 150 150 Cimento Itambé

Engenheiro civil Joel Krüger pretende resgatar uma das principais funções do Conselho e também construir a nova sede da entidade durante sua gestão

Por: Altair Santos

Em novembro de 2011, foi eleito presidente do CREA-PR (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia) o engenheiro civil Joel Krüger. Ele recebeu 3.545 votos contra 2.916 dados ao engenheiro Gilberto Piva, contra quem concorria.

Joel Krüger, presidente eleito do CREA-PR

Com uma forte formação acadêmica e ligações com entidades de classe vinculadas à construção civil, Joel Krüger quer resgatar uma das principais funções do CREA-PR, que é fiscalizar construções e controlar a qualidade da mão de obra que atua nos canteiros de obras.

É meta de Krüger também provocar debates sobre a escassez da mão de obra na engenharia e aproximar o CREA-PR das escolas de engenharia do Paraná, assim como iniciar e concluir a obra da nova sede do conselho, em Curitiba. Confira a entrevista:

Quando o senhor tomará posse na presidência do CREA-PR e qual a duração do mandato?
O mandato inicia no dia 1º de janeiro. A posse eu tomo no dia 2 de janeiro de 2012, que é o primeiro dia útil do ano, e o mandato é de três anos. Vai até 31 de dezembro de 2014.

Quais são seus planos e desafios à frente do conselho?
A gente vai ter que fazer uma gestão com bastante inovação. Tivemos gestões muito boas no passado recente, como a do presidente [Álvaro] Cabrini, e vamos fazer um grande trabalho de inovação. Pretendemos criar o colégio de presidentes de entidades de classe e também fazer um trabalho muito forte na área de fiscalização. O foco principal da minha gestão vai ser a questão da fiscalização dentro do conselho.

O senhor integrou também a diretoria do Senge-PR (Sindicato dos Engenheiros do Paraná). Essa experiência como dirigente de classe ajuda para assumir o CREA-PR?
Toda a experiência de gestão, seja gestão administrativa ou gestão política, auxilia na gestão da presidência do CREA-PR. Eu passei por várias entidades, ocupando cargos de diretoria, ocupando cargos de presidência e todas estas experiências acabam contribuindo para melhorar o desempenho na gestão de uma entidade como o CREA.

Nesta eleição, os arquitetos vinculados ao CREA-PR ainda puderam votar, por causa de uma liminar. A participação deles ajudou na sua eleição?
Eles tiveram o direito de votar por uma decisão judicial aqui do Paraná. Eu, além de ganhar votos dos profissionais de engenharia e agronomia, também ganhei os votos majoritários da arquitetura. Então, eles votaram aqui no Paraná e a minha campanha foi toda feita em conjunto com os arquitetos, considerando que eu tinha o apoio da arquitetura também para o meu pleito da presidência do CREA.

Sua gestão será marcada pela transição dos arquitetos para o CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo). Qual sua expectativa para essa transição?
Da minha parte vai ser uma questão muito tranquila, muito harmônica, considerando que é um direito de qualquer categoria ter o seu próprio conselho. Como eles conseguiram a criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo, a gente vai fazer a transição da maneira mais harmônica possível, sem nenhum percalço, sem nenhum problema. Da parte do CREA-PR, vai ser muito tranquilo este processo de transição.

Com a saída dos arquitetos, o CREA tende a mudar o nome, passando a se chamar conselho de engenharia e agronomia?
Na realidade, a sigla já tem um “A” só. Então, vai ser Conselho Regional de Engenharia e Agronomia. Não será necessário mudar a sigla. Já o nome por extenso vai ser Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, simplesmente com a supressão da palavra arquitetura.

O senhor é coordenador do curso de engenharia civil da PUC-PR. Com sua vivência acadêmica, pretende aproximar o CREA-PR ainda mais das universidades de engenharia?
Na realidade o nosso projeto é tanto com as instituições de ensino como com as entidades de classe. A gente deseja fazer um trabalho muito forte de aproximação do CREA com a sociedade. Aí passa tranquilamente pelas instituições de ensino e pelas entidades de classe.

Como o senhor vê a missão do CREA-PR para ajudar na questão da escassez de mão de obra na área de engenharia?
Esta questão da escassez de mão de obra é muito relativa. Fica difícil nós falarmos de escassez de mão de obra quando nós temos mais de 300 mil engenheiros que não atuam com engenharia dentro do Brasil. Então, a questão da escassez de mão de obra é localizada em alguns setores, em algumas regiões, em regiões em que estão sobrando profissionais. Passa também pela questão da renumeração dos profissionais. Muitas vezes, o profissional não vai trabalhar com engenharia porque a remuneração dele acaba sendo muito baixa e outras áreas oferecem salários mais atrativos. Então, sobre essa questão da escassez de mão de obra, a gente vai ter uma grande discussão, porque não é uma escassez generalizada como se propaga. Na realidade, temos alguns setores e algumas regiões geográficas que têm falta de mão de obra. Já em outros locais existe um número muito grande de engenheiros procurando colocação.

O mercado da construção civil vive um momento de aquecimento desde 2008. A expectativa é que esse crescimento se mantenha principalmente aqui no Paraná?
Nós achamos que vai estabilizar este crescimento. O avanço que tivemos em 2009 e em 2010, principalmente, consolidou-se em 2011. Ou seja, já não apresenta o mesmo ritmo de crescimento e já apresenta uma certa estabilidade. Isso não quer dizer que tenhamos problemas. Significa que precisamos apenas manter esse padrão que temos hoje. Porque, com vários fatores externos, como a crise econômica na Europa e o risco de uma crise globalizada, isso provavelmente vai influenciar os investimentos aqui no Brasil. Então, precisamos manter essa posição muito boa que temos hoje. Mas acho que o ritmo de crescimento não vai ser o mesmo de 2009 e 2010. Acredito em um crescimento mais modesto para manter a situação que temos hoje em termos de mercado.

O CREA-PR tem um projeto de construir uma nova sede. O senhor pretende priorizar essa obra ou as prioridades são outras?
Esta obra é prioridade e nós já estamos trabalhando em cima da finalização dos projetos para que possamos, em algum momento de 2012, lançar o edital para a licitação desta obra. É uma obra que eu pretendo iniciar e concluir na minha gestão.

Entrevistado
Joel Krüger, presidente eleito do CREA-PR
Currículo

– Possui graduação em engenharia civil pela Universidade Federal do Paraná (1984) e mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (1995)
– Tem dois cursos de especialização: didática no ensino superior e gestão técnica do meio urbano, promovidos pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná e pela Universite de Technologie de Compiegne, na França
– Atualmente é professor adjunto da Pontifícia Universidade Católica do Paraná, aonde ocupa o cargo de Coordenador do Curso de Engenharia Civil
– Ocupou o cargo de Diretor no Sindicato dos Engenheiros do Estado do Paraná (Senge-PR)
– Tem experiência profissional na área de Engenharia de Transportes, com ênfase em Planejamento e Organização do Sistema de Transporte, atuando principalmente nas áreas de mobilidade urbana, acessibilidade e logística.
Contato: j.kruger@pucpr.br

Crédito: Divulgação/CREA-PR

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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