COVID-19 levará construção sustentável a novo patamar

Edificações que incorporem qualidade de vida no ambiente construído serão valorizadas na pós-pandemia
9 de junho de 2020

COVID-19 levará construção sustentável a novo patamar

COVID-19 levará construção sustentável a novo patamar 1024 683 Cimento Itambé
Previsão é que prédios verdes tenham que cumprir mais exigências para garantir certificações. Crédito: Banco de Imagens

Previsão é que prédios verdes tenham que cumprir mais exigências para garantir certificações.
Crédito: Banco de Imagens

Já é certo que a pandemia de COVID-19 afetou o dia a dia, os hábitos da sociedade e as relações sociais e profissionais. Da mesma forma, as construções sustentáveis também vão sentir as mudanças. Especialistas do setor avaliam que as certificações ficarão mais rigorosas e ganharão novos critérios. Aspectos como qualidade interna do ar, conforto, biofilia (equilíbrio entre área construída e área verde), ventilação e iluminação natural, entre outras práticas que promovem a saúde e a qualidade de vida de quem ocupa uma edificação, sairão valorizados na pós-pandemia. 

Deverá ocorrer também um novo olhar para as certificações. Para Maíra Macedo, gerente de projetos e certificações do Green Building Council Brasil, os selos que abrangem residências tendem a se valorizar. Entre eles, o GBC CASA & Condomínio, que tem como objetivo questões de conforto, saúde e bem-estar dos moradores. “A casa agora monopoliza todas as atividades do indivíduo e de sua família, ou seja, trabalho, refeições, lazer e descanso. Mais do que nunca, a residência passou a ter uma importância vital em nosso dia a dia”, destaca.

É previsto que o mercado de green buildings ganhará um novo patamar. Também é esperado que as exigências para que os prédios verdes mantenham seus certificados sejam revistas, preveem os especialistas. Para Marcos Bensoussan, diretor da divisão latino-americana da NSF International – organização norte-americana de teste, inspeção e certificação de produtos -, o rigor será maior para evitar a proliferação da síndrome dos edifícios doentes. “Os prédios estão vazios ou com atividades reduzidas, mas os sistemas hídricos e de ar-condicionado continuam lá, com águas paradas em seus encanamentos e acumulando poeira, podendo proliferar vírus e bactérias”, alerta.

Projetos residenciais, corporativos e de mobilidade urbana também terão um “novo normal”

Os especialistas em construções sustentáveis entendem que as escolas serão igualmente atingidas pelas mudanças que virão na pós-pandemia. As análises fazem parte do relatório do World Green Building Council (WorldGBC). Segundo o documento, a partir da nova realidade imposta pelo Coronavírus os edifícios escolares deverão buscar a excelência em itens como qualidade do ar, iluminação, temperatura e acústica. “São melhorias sustentáveis que não só ajudam a preservar a saúde como auxiliam alunos a alcançarem todo o seu potencial”, diz trecho do documento.

Da mesma forma, engenheiros civis e arquitetos que atuam no segmento da construção sustentável avaliam que as cidades também serão impactadas pelo “novo normal”. Além dos projetos residenciais e corporativos, os processos construtivos e a mobilidade urbana serão revistos em uma série de pontos. Para os analistas, o momento é de reinvenção e duas palavras devem balizar o ambiente construído a partir de agora: saúde e bem-estar. 

Acesse a série de palestras no canal do Green Building Council Brasil

Entrevistado
Reportagem com base na série de palestras concedidas ao Green Building Council Brasil, sobre o impacto da pandemia na construção sustentável.

Contato
contato@gbcbrasil.org.br

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330

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