Coreia do Sul cria “curativo” para estruturas de concreto

Placas superleves utilizam tecido de fibra de carbono com 2 centímetros de espessura e argamassa colante

Equipe do Instituto Coreano de Engenharia Civil e Tecnologia da Construção espera concluir testes com o TRM até o final de 2020 Crédito: KICT
Equipe do Instituto Coreano de Engenharia Civil e Tecnologia da Construção espera concluir testes com o TRM até o final de 2020
Crédito: KICT

Os curativos para pequenos ferimentos na pele inspiraram pesquisadores do Instituto Coreano de Engenharia Civil e Tecnologia da Construção (Korea Institute of Civil Engineering and Building Technology [KICT]) a criar um “band-aid” para estruturas danificadas de concreto. Batizado de TRM (Textile Reinforced Mortar [argamassa têxtil reforçada]) o invento consiste em placas que medem 1 m x 2 m cada uma, e que utilizam tecido de fibra de carbono com 2 centímetros de espessura como matéria-prima. Superleves, as placas evitam criar sobrecarga na área a ser recuperada. “Esperamos concluir a pesquisa até o final de 2020, mas os resultados, após testes em 130 corpos de prova, ao longo de 6 meses, nos deixam animados”, diz o pesquisador-chefe, o professor-doutor do KICT, Hyeong-Yeol Kim.

A equipe utiliza como elemento colante argamassa produzida à base de cimento com 50% de escória de alto forno em sua composição. Segundo os pesquisadores, o cimento com essas características tem alta resistência ao fogo e permite que o invento seja utilizado em estruturas que podem estar expostos a riscos de incêndio. Além disso, nos testes em laboratório, os corpos de prova em que foram aplicados os “curativos” se submeteram a métodos de envelhecimento acelerado e variáveis ciclos de umidade, seja em situação de alta temperatura ou congelamento-degelo. “As simulações consideraram condições ambientais adversas e mostraram que o TRM pode ser aplicado também em superfícies expostas constantemente à umidade”, explica Hyeong-Yeol Kim.

Invento pode reduzir em até 40% o custo de recuperação de pontes e viadutos

Uma das conclusões preliminares do estudo é que, ao contrário de reparos que usam barras de aço, o tecido de carbono não sofre corrosão, o que possibilita o uso do “curativo” em pavimentos de concreto, edifícios-garagem com estruturas pré-fabricadas, lajes, pilares ou mesmo plataformas marítimas, geralmente expostas a um ambiente rico em cloretos. Os pesquisadores também avaliam que o invento pode reduzir em até 40% o custo de recuperação de estruturas como pontes, viadutos e passarelas, além de triplicar a vida útil dessas construções. Eles se baseiam nos resultados dos ensaios de ruptura realizados no KICT, onde estruturas de concreto reforçadas com painéis de TRM ficaram 1,5 vezes mais resistentes do que antes de receberem o “curativo”.

Outra informação coletada pela equipe é que as placas de TRM podem ser usadas ​​como elementos de fachadas de edifícios, haja vista que funcionam como isolantes térmicos, e também como reforço de estruturas em regiões vulneráveis a abalos sísmicos. Isso estende as possibilidades geradas pelos concretos reforçados com tecidos de carbono, que desde 2000 são o centro das atenções de vários laboratórios de pesquisas voltados para a construção civil em todo o mundo. No Brasil, a primeira iniciativa aconteceu em 2015, no Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais (LEME) da UFRGS, porém ainda sem aplicações práticas. Havia o projeto de construir duas passarelas para pedestres no campus da universidade, em Porto Alegre-RS, mas que acabou não se concretizando.

Entrevistado
Korea Institute of Civil Engineering and Building Technology (KICT) (via departamento de comunicação)

Contato
webmaster@kict.re.kr

Jornalista responsável: Altair Santos MTB 2330



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