Estádio agrega obras de mobilidade urbana para a capital amazonense e aposta no pré-moldado para cumprir o cronograma de construção
Por: Altair Santos
Sessenta mil metros cúbicos de concreto é quanto o projeto da Arena da Amazônia estima que será usado na construção do estádio escolhido para representar a região norte do Brasil na Copa do Mundo de 2014. Segundo a Unidade Gestora do Projeto da Copa (UGP Copa), organismo vinculado ao governo amazonense, boa parte deste material será utilizado na forma de pré-moldado. “Para se ter uma ideia, somente a arquibancada do estádio demandará a fabricação de 2,5 mil peças de pré-moldado, com degraus de altura variável entre 30 e 37 cm”, revela o arquiteto e urbanista Miguel Capobiango Neto, coordenador da UGP Copa.

Arena da Amazônia está na etapa de terraplenagem e fundações, para receber as estruturas de pré-moldado.
A Arena da Amazônia terá uma área construída de 170 mil metros quadrados e as obras encontram-se atualmente na fase de terraplenagem e fundações. O estádio teve a concepção arquitetônica feita pelo escritório alemão GMP (Von Gerkan, Marg und Partner) e sua capacidade será de 44.310 lugares. O custo estimado da obra é de R$ 499.508.704,17, cujos recursos serão bancados através de linha de crédito do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), com contrapartida do governo do Amazonas.
O idealizador do projeto, o engenheiro-arquiteto Ralf Amann, recomendou que, além do pré-moldado, o piso intertravado em blocos de concreto predomine no entorno e na esplanada de acesso do estádio. Por questões de sustentabilidade, parte do concreto usado na obra virá de material reciclado. A Andrade Gutierrez, empreiteira que ganhou a licitação para erguer a Arena da Amazônia, inclusive já instalou uma usina no canteiro de obras para reaproveitar o concreto do antigo Vivaldão, que foi totalmente demolido.

Projeto da Arena da Amazônia foi concebido pelo escritório alemão GMP (Von Gerkan, Marg und Partner).
A Arena da Amazônia pretende, com a reciclagem de resíduos e o reuso das águas pluviais, obter a certificação pelo LEED (selo que designa as construções sustentáveis, de acordo com os critérios de racionalização de recursos de energia e de água). O estádio ainda terá luminárias de baixa tensão abastecidas por energia solar em sua área externa, o que também demonstra a preocupação do projeto em seguir diretrizes de não-agressão ao meio ambiente.
Infraestrutura
Além do palco para sediar os jogos da Copa, Manaus receberá, por conta do mundial, obras de infraestrutura. Estão programadas as construções de um centro de convenções, um hospital e um monotrilho de 14 quilômetros, que ligará o estádio ao centro da capital de Manaus. Essa obra também vai demandar o uso intenso de concreto pré-moldado e está incluída no PAC da Copa, com custo estimado de R$ 850 milhões.
A expectativa é de que tanto o estádio quanto o novo sistema de transporte da cidade fiquem prontos até o 2.º semestre de 2013. Ao contrário da Arena da Amazônia, que está com o cronograma em andamento adequado, segundo Miguel Capobiango Neto, o monotrilho ainda encontra-se em fase de licitação. De acordo com a UGP Copa, o empreendimento passa por estudos de viabilidade econômico-financeira, mas é uma das prioridades de Manaus para 2014, principalmente pela transformação que irá causar na mobilidade urbana da cidade.
Entrevistado
Miguel Capobiango Neto, coordenador da Unidade Gestora do Projeto da Copa (UGP Copa)
Currículo
– Miguel Capobiango Neto é arquiteto e urbanista
– Foi subsecretário da Secretaria de Governo do Amazonas (Segov)
– Atualmente é coordenador da Unidade Gestora do Projeto da Copa (UGP Copa)
Contato: grupocopa@ugpcopa.am.gov.br
Créditos: UGP Copa