Construção civil precisa eliminar desperdícios

29 de maio de 2013

Construção civil precisa eliminar desperdícios

Construção civil precisa eliminar desperdícios 1017 1024 Cimento Itambé

Estudo mostra que setor ainda peca em quesitos como estoque, logística, cadeia de suprimentos e novos processos de produção

Por: Altair Santos

Todas as pesquisas voltadas ao setor da construção civil convergem para temas comuns. Apontam que é preciso qualificar a mão de obra, melhorar a gestão dos custos, industrializar processos e investir em novas tecnologias. Em resumo, a palavra-chave é produtividade. Porém, apesar de os estudos evidenciarem as carências, ainda há poucas empresas do setor, principalmente as construtoras, propensas a rever seus métodos de produção. “A preocupação com o aumento da produtividade ainda não atingiu grande parte destas empresas. Predomina o desperdício. Os estoques ainda são muito altos, devido à baixa flexibilidade existente no processo produtivo. Há muita movimentação e transporte, os quais não agregam valor para o processo ou para o cliente, além de uma grande quantidade de refugo e retrabalho. Existe também falta total de sincronismo entre uma etapa e outra, assim como baixa, ou nenhuma, integração na cadeia de suprimentos”, explica Ruy Cortez de Oliveira, do Kaizen Institute Brazil.

Ruy Cortez de Oliveira: construtoras passaram a adotar o método Kaizen para qualificar gestão dos custos.

De origem japonesa, a metodologia Kaizen significa “melhoria contínua”. Nasceu com o Sistema Toyota de Produção (STP) – revolucionário processo industrial de fabricação de veículos, e disseminado para outros setores da economia. A filosofia, que prega aprimoramento gradual e contínuo, tem como premissa básica a seguinte frase: “Hoje melhor do que ontem, amanhã melhor do que hoje”. Ou seja, é essencial que nenhum dia se passe dentro de uma empresa sem que alguma melhoria seja implementada. “O Kaizen tem os seguintes fundamentos: criação de fluxo com base na demanda do cliente; busca contínua da qualidade na fonte; foco na eliminação dos desperdícios e das perdas; gestão orientada para o “Gemba” (local onde as coisas acontecem); desenvolvimento das pessoas; gestão transparente”, relaciona Ruy Cortez de Oliveira, lembrando que empresas que adotam o método Kaizen, quando vão ampliar suas plantas, procuram construtoras que também se norteiem pela filosofia para não comprometer a produtividade.

O especialista alerta que o método Kaizen, além de salutar para a cadeia produtiva da construção civil, também deveria ser implantado nos programas governamentais que estimulam o surgimento de novas obras, como o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e o Minha Casa, Minha Vida. “Há necessidade de um melhor gerenciamento dos recursos, para poder aplicá-los no momento certo e, assim, evitar atrasos e ineficiência de todos os programas. Uma das ferramentas do Kaizen é o gerenciamento de projetos, que busca garantir que os recursos sejam bem aplicados e a data da entrega do empreendimento, produto ou processo seja alcançada”, diz, completando que as construtoras que já adotam o sistema Kaizen têm conseguido aumento de produtividade em torno de 10%, no comparativo com as demais. “É mudar o modelo produtivo ou permanecer na época das pirâmides”, finaliza Ruy Cortez de Oliveira.

Entrevistado
Ruy Cortez de Oliveira, sócio-diretor do Kaizen Institute Brazil
Currículo
– Ruy Cortez de Oliveira é graduado em engenharia metalúrgica, pela Escola de Engenharia Mauá, e pós-graduado em engenharia pela Escola Politécnica da USP
– É consultor do BID (Banco Interamericano para o Desenvolvimento) e do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) desde 1997
– Foi também sócio-diretor da CGE Consulting, da Normatec Engenheiros Associados e gerente do setor de qualidade e engenharia da Equipamentos Villares
Contato: www.br.kaizen.com / rcortez@kaizen.com
Créditos foto: Divulgação

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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