Os números de setembro de 2020 da Sondagem Indústria da Construção, divulgados dia 23 pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostram que o Índice de Confiança do Empresário Industrial da Construção (ICEI-Construção) atingiu seu maior nível após a pandemia. Chegou a 56,7 pontos percentuais, registrando a quinta alta consecutiva.
A mais recente medição mostra que o ICEI-Construção se distancia de sua média histórica (53,5 pontos) e da linha divisória de 50 pontos, que separa confiança de falta de confiança. O índice também aponta que o empresário do setor ainda percebe o impacto da pandemia em seus negócios, mas nutre uma expectativa otimista com relação ao futuro, principalmente 2021.
A ponto de um item específico da sondagem – o Índice de Expectativa – ser superior ao do ICEI-Construção, atingindo 62 pontos percentuais. Esse Índice de Expectativa é formado por outros indicadores. Entre eles, o nível de expectativa para novos empreendimentos, que alcançou 56,1 pontos. Também há expectativa positiva pela compra de insumos e matérias-primas, com 55,6 pontos.
De acordo com a economista da CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção) Ieda Vasconcelos, o sentimento de confiança está maior e mais disseminado entre os empresários. “À medida que os indicadores mais positivos da economia são divulgados, os empresários ficam mais otimistas”, afirma.
O que o setor espera é que nas próximas sondagens a confiança se estenda ao indicador de emprego. Apesar de seguir em recuperação, após a forte queda registrada em abril, o índice ainda não atingiu a linha de 50 pontos. Na medição de setembro cresceu 2,7 em relação aos dados de agosto e alcançou 49,5 pontos.
Existe a expectativa de que a geração de emprego no setor siga em alta, pois o indicador Utilização da Capacidade Operacional (UCO) aumentou 2 pontos percentuais e chegou a 60. Esse índice mostra que a indústria da construção está disposta a ampliar a produtividade e, para isso, terá que buscar mais mão de obra – principalmente, a qualificada.
Aprovação de reformas garantirão sustentabilidade aos índices de confiança, diz CNI
Na avaliação da CNI, essa posição é uma tendência que deve se manter pelo menos no médio prazo. “Os empresários da indústria da construção mostram confiança cada vez maior e expectativas mais positivas para os próximos seis meses”, diz trecho da análise que acompanha a mais recente sondagem.
Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria, Robson Andrade, para que essa confiança se torne sustentável e avance ao longo de 2021 são necessárias reformas estruturantes. “O Brasil precisa trabalhar um ambiente que favoreça o consumo, negócios e investimentos para sair da crise. É preciso criar um ambiente favorável para empresas estimularem a busca por recursos nacionais e internacionais, e isso passa pelas reformas tributária e administrativa, além da redução da burocracia e de maior segurança jurídica”, diz.
Por fim, o dirigente avalia que o país precisa pensar em como retomar o crescimento quando passar o auxílio emergencial. “O grande problema da pandemia para todos os países foi o desemprego. Com o auxílio emergencial houve uma movimentação importante na economia, promovendo, por exemplo, pequenas reformas e melhorias nos lares. Por outro lado, as medidas trouxeram desajuste fiscal e um grande aumento de gastos públicos. Temos que acreditar que ano que vem a economia vai voltar a crescer e que mais empregos serão gerados”, alerta.
Entrevistado
Reportagem com base no mais recente boletim da Sondagem Indústria da Construção, publicado pela Confederação Nacional da Indústria
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