Paredes e muros servem como telas para que artistas e grafiteiros transformem o espaço urbano das principais metrópoles do mundo
Por: Altair Santos
A tendência é mundial. Em grandes metrópoles da Europa, dos Estados Unidos e da América do Sul já é possível observar dezenas de pinturas expostas em paredes e muros, de preferência de concreto. É o que se convencionou chamar de street art (arte de rua), que evoluiu da pichação para o grafite e hoje expõe verdadeiras obras de arte a céu aberto. Os autores também se consagram mundialmente. Um exemplo é o brasileiro Eduardo Kobra, um dos mais requisitados para expor seu trabalho, assim como os irmãos conhecidos como Os Gêmeos.
Eles e outros artistas vêm desmistificando a arte de rua e influenciando em reformas de leis sobre poluição visual das cidades. Nova York e São Paulo, por exemplo, tiveram que rever restrições, depois que pinturas como as que Kobra faz passaram a ser denominadas como obras de arte. “O maior museu é a rua, ao ar livre, e que faz com que a arte possa chegar a todas as pessoas, pobres ou ricos”, afirma Eduardo Kobra, que se considera um muralista – aquele que busca autorização para trabalhar com arte urbana em alto nível.
Esses artistas usam como tela o concreto. É quase unanimidade entre eles que o material é o melhor para realçar as tonalidades e os desenhos – na maioria, gigantescos. Essa opinião também é compartilhada por arquitetos, que se unem aos artistas de rua para promover intervenções urbanas. No Brasil, esse movimento ganhou o sugestivo nome de MUDA e conta também com a participação de engenheiros civis. A defesa é que as obras de arte de rua não apenas mudam o visual das cidades, mas ajudam a melhorar o humor das pessoas.
Esse conceito também foi encampado pelas empresas. A Natura, indústria brasileira conhecida por fabricar produtos de beleza e perfumes, lançou uma marca chamada Urbano, que faz todo o seu marketing em cima de arte de rua. Em Frankfurt, na Alemanha, o Deutsche Bank patrocinou recentemente a ida de 11 artistas de rua do Brasil para promover uma intervenção no espaço urbano da cidade, em parceria com a prefeitura local. O objetivo era mudar a paisagem de prédios abandonados e revitalizar monumentos públicos, alguns com fachada em concreto aparente.
A seguir, veja fotos de como a arte de rua já se tornou uma tendência mundial.
- Em Curitiba, a arte de rua está exposta no viaduto da Marechal Floriano que cruza a Linha Verde / Crédito: Divulgação
- No Canadá, Dan Bergerson, usa concreto e áreas verdes para expor sua arte – Crédito: Dan Bergerson
- Em Nova York, arte de Eduardo Kobra é vista do High Line – o parque suspenso da cidade – Crédito: Eduardo Kobra
- Homenagem a Oscar Niemeyer feita por Eduardo Kobra, em São Paulo – Crédito: Eduardo Kobra
- Até a China aderiu à arte de rua, como se vê na obra de Ernest Zacharevich – Crédito: Ernest Zacharevich
- Na Polônia, a pintura denominada A Lenda dos Gigantes, é apontada como uma das 20 melhores obras de rua do mundo – Crédito: Natalia Rak
- O francês Oak Oak busca dar movimento às suas obras de rua, como neste Bruce Lee – Crédito: Oak Oak
- Os Gêmeos deixam sua marca em Lisboa, Portugal: dupla é considerada ícone da arte de rua – Crédito: Os Gêmeos
- Na Espanha, o espanhol Pejac mostra o mundo indo para o ralo: concreto sempre presente nas obras – Crédito: Pejac
- Menina com pompons, da francesa Sandrine Boulet: qualquer espaço é apropriado para a arte de rua – Crédito: Sandrine Boulet