O fenômeno climático La Niña marcará a primavera de 2022 no Brasil. Isso significa um aumento no nível de chuvas e uma queda de temperaturas. Com esta umidade presente, como evitar os mofos nas construções?
Primeiramente, durante a criação do projeto, é preciso prever áreas com bastante ventilação e insolação. “É importante que o sol entre nos ambientes para evitar o mofo. Além disso, a ventilação cruzada é essencial para ter renovação do ar”, explica Bruno Moraes, à frente do escritório BMA Studio.
Outro ponto importante é cuidar do telhado. “Ele não pode ter ponto de infiltração, para a água não permear para dentro da residência. O mofo adora umidade, ou seja, devemos evitá-la. A impermeabilização da laje é essencial que seja bem feita e existem várias formas de fazê-la, então é importante executar da forma correta para cada caso”, pontua Moraes.
Ainda, é preciso ter cuidado com as infiltrações. “Para isso, é necessário executar as instalações das louças e metais corretamente, com veda rosca, silicone, etc. Ainda, é importante realizar testes com as prumadas de água e esgoto, antes de fechar as paredes. Da mesma forma, é preciso testar a estanqueidade em piscina, lajes ou cobertura”, afirma Moraes.
Por fim, em se tratando de pinturas, Décio Moraes Campos Junior, químico responsável da Franpaint, indica uma que tenha uma boa concentração antimofo.
Paredes mofadas
Para Junior, a remoção da pintura com espátula e afins para remover o mofo da parede não é uma solução. “O ideal é água, sabão e água sanitária. É preciso lavar essa parede usando água sanitária ou cloro. Assim, remove-se todo o mofo e deixa secar. Posteriormente, é preciso fazer a aplicação de uma tinta boa antimofo. Fora isso, impermeabilizar não resolve. É o ambiente que promove o mofo, não é a parede”, destaca Junior.
Moraes aponta que muitas vezes a impermeabilização não vai resolver o mofo. “Se for algum canto da residência no qual não bate sol ou ventilação, o ambiente fica úmido e cria mofo por estas condições e não por falta de impermeabilização. Este procedimento só vai resolver se for um problema de infiltração, seja da laje, parede ou de uma conexão de hidráulica”, recomenda Moraes.
Normas sanitárias de ventilação
De acordo com Moraes, a norma sanitária já exige o mínimo de ventilação necessária para cada ambiente. “Ela é calculada em função do tamanho do espaço. Quando damos entrada na prefeitura, com um projeto, apresentamos uma tabela com a ventilação e vãos de cada ambiente. É muito sério, pois um ambiente sem ventilação pode trazer muitas doenças ao morador. O mofo é um sinal que algo está errado, investigue o motivo para conseguir solucionar o problema.
Junior completa: “Quanto mais fluxo de ventilação você tiver no ambiente, menor a probabilidade de aparecimento de mofo”.
Entrevistados
Décio Moraes Campos Junior é o químico responsável da Franpaint
Bruno Moraes está à frente do escritório BMA Studio.
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Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP