Como a ponte Rio-Niterói suportou o impacto de um navio?
Conheça os detalhes sobre a estrutura desta construção que evitaram danos durante acidente

Crédito: Envato
Em novembro de 2022, um navio à deriva bateu contra a ponte Rio-Niterói. A embarcação, que estava ancorada na Baía de Guanabara, foi levada devido ao vento e se chocou contra a estrutura. As vias foram fechadas nos dois sentidos por cerca de 3h30.
Após o impacto, foi feita uma vistoria na ponte que demonstrou não haver comprometimento na via. O que faz com que esta construção seja tão resistente a ponto de suportar essa colisão sem maiores danos?
De acordo com o engenheiro José Francisco Toledo Melara, professor de engenharia da Universidade São Judas Butantã, por contar com elementos de proteção de pilares contra colisão, o impacto causou danos menores e não comprometeu sua estrutura.
“A Ponte Rio-Niterói utiliza estruturas protetoras independentes para os pilares, denominadas dolfins. Para melhor elucidar esse sistema de proteção, a ponte é constituída por oito dolfins nos quatro pilares principais do vão central, sendo cada dolfin formado por doze tubulões, ligados na superfície por um anel pré-moldado de concreto, formando um cilindro preenchido por pedra. Para o sistema de proteção dos cinco pilares de cada lado do vão central é formado por blocos semicirculares apoiados em sete tubulões, com as faces externas protegidas por 3.000 defensas de borracha. Para atender o sistema de proteção acima os navios só podem seguir pelo canal principal, localizado sob o vão central da Ponte, e as lanchas, balsas e pequenas embarcações utilizam os canais secundários”, explica Melara.
Possíveis danos
Não foi o que aconteceu na ponte Rio-Niterói, mas uma colisão deste porte pode acarretar a perda parcial no investimento feito na construção da ponte, além de colocar em risco vidas humanas e prejudicar as atividades econômicas que dependem dessa travessia, segundo Melara.
Sobre questões técnicas, com o impacto de uma embarcação lateralmente à ponte, poderia ocorrer a movimentação e fissuras nas aduelas, com eventual rompimento dos cabos de protensão e o deslocamento dos aparelhos de apoio que a sustentam. “Estes reparos iriam exigir um período relevante de obras, isso de acordo com os danos eventualmente ocasionados. Se os pilares da ponte estivessem com a estrutura comprometida, a sua recuperação demandaria investigações que iriam até às suas fundações, e ainda com a possibilidade de substituição deles por novos pilares e com posicionamentos diferentes”, afirma Melara.
Pontes metálicas x pontes de concreto
Se um acidente deste porte ocorresse em uma ponte metálica, quais seriam os danos? De acordo com Melara, na fase de projeto são consideradas ações como as cargas permanentes acidentais, como o vento e cargas móveis por exemplos e as excepcionais, como o impacto de uma embarcação em um pilar de uma ponte. Além disso, esta avaliação é feita considerando-se todos os materiais de construção de pontes.
“Lembramos que o vão central da Ponte Rio-Niterói é construído em viga metálica soldada e possui 300 metros de comprimento. Um impacto lateral na superestrutura de uma ponte metálica poderá levar a mesma ao colapso pelo rompimento das ligações dos seus elementos estruturais, ou pelo seu deslocamento pela deformação dos materiais. A intensidade dos danos causados estaria associada ao sistema construtivo adotado e pela esbeltez de seus elementos metálicos estruturais da superestrutura e mesoestrutura (pilares)”, conclui Melara.
Fonte
José Francisco Toledo Melara é engenheiro e professor de engenharia da Universidade São Judas Butantã
Contato
Assessoria de imprensa – carlos@vetor.am
Jornalista responsável
Marina Pastore
DRT 48378/SP
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