China inaugura trem maglev que iguala velocidade de aviões

Veículo consegue se deslocar a 620 km/h, mas aguarda construção de linhas para operar comercialmente
3 de agosto de 2021

China inaugura trem maglev que iguala velocidade de aviões

China inaugura trem maglev que iguala velocidade de aviões 1024 614 Cimento Itambé
Trem maglev mais rápido do mundo foi apresentado dia 20 de julho de 2021, na pista de teste da cidade de Qingdao, na China Crédito: Agência Xinhua

Trem maglev mais rápido do mundo foi apresentado dia 20 de julho de 2021, na pista de teste da cidade de Qingdao, na China
Crédito: Agência Xinhua

Levitando sobre estruturas pré-fabricadas de concreto, construídas em uma pista de teste na cidade de Qingdao, na China, foi apresentado dia 20 de julho de 2021 o veículo terrestre mais rápido do mundo. O trem maglev desenvolvido pela estatal CRRC Corporation é capaz de atingir 620 km/h, igualando a velocidade de cruzeiro de alguns modelos de aviões. A marca atingida pela composição chinesa bate o recorde que um protótipo japonês de maglev havia atingido em 2015, quando alcançou 603 km/h. 

O termo maglev vem de levitação magnética e a China é o país que está mais desenvolvido nessa tecnologia. O trem se movimenta sobre um sistema de eletroímãs. Em vez de trilhos, há supercondutores elétricos que criam campos magnéticos que repelem os grandes imãs localizados embaixo do trem. Isso permite que o veículo flutue sobre a linha, a uma distância que pode variar de 1 centímetro a 10 centímetros, dependendo da tecnologia empregada. Como o trem passa a ter apenas o ar como resistência, ele consegue atingir velocidades que se equiparam às dos aviões 

O veículo em teste na China só vai poder operar comercialmente quando forem concluídas as duas linhas que estão em construção no país. Uma ligando Xangai a Hangzhou e outra de Chengdu a Chongqing. Atualmente, os chineses contam com um maglev que liga o aeroporto de Xangai a uma das estações de metrô da cidade, em um percurso de 29 quilômetros. O maglev em operação desde 2003 atinge velocidade máxima de 431 km/h. Em média, o trajeto é percorrido em 7 minutos e 20 segundos. 

Para trens que atingem velocidade superior a 500 km/h, China construirá linhas com concreto UHPC 

Há outras duas linhas de trens que utilizam a tecnologia maglev em trechos urbanos das cidades de Pequim e Changsha, porém se enquadram na categoria de trens de baixa velocidade – até 100 km/h. A da capital chinesa foi inaugurada em 2016 e a de Changsha em 2017. Todas as linhas maglev em operação na China foram construídas pela alemã Max Bögl, que desenvolveu know-how para fabricar os elementos de concreto que compõem as linhas. No caso do maglev de Xangai, todas as peças foram construídas na Alemanha e transportadas de navio até a China. Os pré-fabricados utilizaram concreto de alto desempenho com resistência de 80 MPa e, em média, cada um tem 12 metros de comprimento. 

Para as novas linhas de maglev, que irão atender o trem mais rápido do mundo, a engenharia chinesa já adquiriu conhecimento necessário para construir seus próprios trens, sua própria tecnologia maglev, assim como as estruturas de concreto para suportar as linhas. Para veículos que possam atingir velocidade superior a 500 km/h, a China cogita utilizar elementos pré-fabricados de UHPC (concreto de ultra-alto desempenho) a fim de que tenham resistência de sobra para suportar a tração causada pelos trens ultrarrápidos.  

Na China, a CRRC desenvolve a tecnologia dos trens do futuro em 4 unidades: em Qingdao, na província de Shandong; em Chengdu, na província de Sichuan; em Changchun, na província de Jilin, e em Tangshan, na província de Hebei. Atuam em parceria com a Southwest Jiaotong University, que há mais de 70 anos pesquisa tecnologias para o desenvolvimento ferroviário do país. 

Entrevistado
CRRC Corporation Limited 

Contato
crrc@crrcgc.cc 

Jornalista responsável:
Altair Santos MTB 2330

3 de agosto de 2021

VEJA TAMBÉM NO MASSA CINZENTA

MANTENHA-SE ATUALIZADO COM O MERCADO

Cadastre-se no Massa Cinzenta e receba o informativo semanal sobre o mercado da construção civil