Até 2014, Brasil quer 75 mil bolsas de estudo no exterior

1 de junho de 2011

Até 2014, Brasil quer 75 mil bolsas de estudo no exterior

Até 2014, Brasil quer 75 mil bolsas de estudo no exterior 150 150 Cimento Itambé

Governo estabelece parcerias com países de tecnologia avançada e estudantes de engenharia terão prioridade no programa federal recentemente criado

Por: Altair Santos

A excelência em pesquisa e tecnologia que o Brasil detém nos setores da agricultura, da aviação civil e da produção de petróleo servirá de modelo para que outros segmentos da economia atinjam o mesmo nível. Entre eles, está o da construção civil, para quem o governo federal elabora um Programa Nacional para as Engenharias. O objetivo, além de estimular a formação de novos engenheiros, é permitir que parte destes futuros profissionais possam se especializar fora do país.

Ministro Aloizio Mercadante: “A economia do futuro é voltada para informação e conhecimento. É a economia da inteligência.”

A meta, recentemente exposta no 6.º Encontro de Lideranças, promovido pelo Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), é que nos próximos três anos pelo menos 75 mil estudantes possam ser estimulados a cursar mestrado ou doutorado no exterior, através de bolsas de estudo. O número foi exposto pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, que sustentou a necessidade de intensificar o processo de formação de engenheiros para inserir o Brasil no atual contexto de competitividade internacional.

O governo federal trabalha na criação de um portal na internet para detalhar como será feita a oferta de bolsas de estudo no exterior. A perspectiva é que o recrutamento comece ainda em 2011. “Há interesse, há disposição. Nós vamos eleger quais são as áreas estratégicas que queremos motivar e vamos oferecer bolsas para que esses pesquisadores agreguem conhecimento ao Brasil”, disse Mercadante. O ministério da Ciência e Tecnologia pretende estimular a chamada “bolsa sanduíche”, em que o formando vai para o exterior, passa dois anos e retorna ao país.

O modelo é semelhante ao adotado na China, que, apenas nos Estados Unidos, possui atualmente 80 mil estudantes cursando doutorado. Para seguir o mesmo caminho, na recente visita do presidente dos EUA Barack Obama, ao Brasil, um dos acordos diplomáticos firmados tratou deste tema: cooperação prevendo o intercâmbio de alunos e professores entre os dois países. Também foi firmado convênio semelhante com a Alemanha, em maio de 2011, quando o presidente alemão Christian Wulff esteve em Brasília.

Segundo o ministro de Ciência e Tecnologia, serão 10 mil bolsas só para a Alemanha, com prioridade para as áreas de Ciências Exatas e Engenharia. “Isso significa que eles têm que dar suporte para o aprendizado do alemão, além de abrir espaços nas universidades alemãs. O governo brasileiro vai se responsabilizar pela passagem, estada e seguro desses jovens que vão estudar”, explicou Mercadante.

Os acordos diplomáticos que o Brasil vem alinhavando também pretendem incentivar a volta de cientistas brasileiros que estão no exterior, além de estimular a formação de redes fora do Brasil, articuladas com as instituições de pesquisa nacionais. Atualmente, somente nas universidades norte-americanas, existem aproximadamente três mil professores brasileiros lecionando e interessados em participar de forma ativa do esforço nacional em ciência, tecnologia e inovação.

Fundo para a construção civil
Outra medida de estímulo ao conhecimento pode nascer da sugestão apresentada pela Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), que propõe a criação de um fundo específico para o setor, como ocorre com os fundos setoriais em áreas estratégicas, administrados pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). “Isso merece muita atenção. A economia do futuro é voltada para informação e conhecimento. É a economia da inteligência, que precisa ganhar espaço no debate político do país”, disse o ministro.

O fundo a ser criado pode gerar centros de pesquisa voltados para a engenharia, como os que existem hoje na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), na Embraer e na Petrobras. No caso da estatal do petróleo, por exemplo, nos próximos quatro anos serão investidos R$ 1,4 bilhão em pesquisas, cujos recursos serão destinados a 19 laboratórios espalhados pelo litoral do país e 60 institutos de pesquisa direcionados para a cadeia de gás e petróleo. No centro deste maciço investimento está o Pré-Sal, que, segundo o ministério de Ciência e Tecnologia, deve absorver 200 mil engenheiros nos próximos 15 anos.

Entrevistado
Aloizio Mercadante, ministro da Ciência e Tecnologia
Currículo

– Graduado em Economia pela Universidade de São Paulo (USP), com mestrado em Ciência Econômica (1989) e doutorado em Teoria Econômica (2010), pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
– É professor licenciado de Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e da Unicamp.
– Foi deputado federal, senador e atualmente exerce o cargo de ministro de Estado da Ciência e Tecnologia.
– Dentre as obras publicadas destacam-se: “Brasil: A Construção Retomada, 2010”; “Observatório: Coletânea de artigos sobre a evolução do Brasil nos últimos anos, 2009”; “Brasil: Primeiro Tempo – Análise comparativa do governo Lula, 2006”; “O Brasil pós-real: a política econômica em debate, 1998”.

Contato: pautamct@mct.gov.br (assessoria de imprensa)

Crédito Foto: Divulgação/MCT

Jornalista responsável: Altair Santos – MTB 2330
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